Por muito tempo o meia Fabrício teve o nome relacionado a duas coisas: ao Paysandu e à polêmicas. Dono de qualidade técnica inquestionável, o jogador ganhou títulos pelo time bicolor e a fama de ser um jogador-problema.
A paciência dos dirigentes dos clubes foi se esgotando até chegar à Tuna Luso. Ainda jovem, com 27 anos, se viu defendendo a terceira força da capital, que hoje amarga pouco mais de um mês por ano de calendário. No Souza, voltou a mostrar bom futebol e chamou a atenção de outros clubes.
Mais tranquilo, conforme ele mesmo diz, foi contratado pelo Clube do Remo para compor o elenco, mas aposta que pode ser uma peça imprescindível na engrenagem azulina. Para tanto, Fabrício garante que ter defendido o maior rival em nada vai atrapalhá-lo.
“É um desafio novo. Todos sabem que joguei no Paysandu e ganhei títulos lá, mas isso é passado agora. Agora estou no Remo e vou trabalhar forte, me dedicar ao máximo, respeitar meus companheiros e ajudar. Quero jogar, em campo vou dar trabalho ao treinador para ser escalado. Se for o escolhido, vou sempre dar o máximo”, disse.
Por ter defendido por anos um clube de massa, ele sabe bem o que o espera no Baenão. Por ainda buscar a vaga na Série D, o Leão Azul vem vivendo sob pressão. Nada que o assuste.
“Por causa da situação o Remo, a pressão é enorme. Sempre vi essa cobrança no futebol, mas em um clube de massa é maior e precisamos da vaga na Série D, quem estava aqui e quem chegou sabe muito disso. Temos que ser fortes do começo ao fim, pois nosso objetivo é o acesso para a Série C”, afirmou o meia.
Sobre a fama de problemático, Fabrício admite que em muitas situações pecou pelo comportamento, mas afirma que em outras situações foram exageradas.
“Algumas coisas aumentaram demais. Tem gente que fala demais, aumentam ou inventam. Hoje sou mais maduro e deixo as coisas ruins no passado. Estou com a cabeça no lugar e tranquilo. Sei da minha responsabilidade, mas não adianta ficar falando e sim mostrar serviço em campo. Quando tiver oportunidade, vou mostrar serviço e o motivo de ter vindo para cá”, explicou o jogador, que acredita que a imagem acabou por prejudicá-lo em alguns momentos.
“Acho que me atrapalhou, sim. Quando fui pela segunda vez ao Anapolina (GO) alguém daqui disse que eu era indisciplinado, era um bad-boy. Ainda assim apostaram em mim e tivemos uma excelente campanha lá, quase subindo para a Série C”, lembra.
A chegada ao Baenão cria uma situação curiosa na carreira. Durante anos, a família teve que torcer por ele a despeito da paixão clubística. Os pais são remistas de coração e só agora verão o filho vestir a camisa que há tempos sonhavam.
“É especial. Minha família quase toda é remista. Meus pais, minha esposa, meus primos. Todos ficaram felizes quando vim. É um motivo a mais para me esforçar, além da presença da torcida. Onde passei defendi a camisa e tentei o melhor. Não gosto de perder e sim de ganhar sempre”, finaliza o jogador.
Amazônia, 12/01/2015