O Clube do Remo reinicia as suas atividades hoje, a partir das 09h, mirando o desafio contra o Interporto (TO), em Bragança, domingo, 07/09. Uma simples vitória terá o poder de colocar o Leão, pela primeira vez, como líder do grupo A2 e, de fato, encaminhar a classificação às oitavas de final da Série D do Brasileirão. A missão está traçada. No entanto, para atingi-la, há detalhes no meio do caminho que precisam ser considerados.
O principal é a dificuldade do grupo azulino de lidar com o gramado do estádio São Benedito, o Diogão, no nordeste paraense. O Remo não se adaptou ao estilo da grama seca e irregular. A bola quica além do normal, o que dificulta a troca de passes e consequentemente lançamentos em profundidade. Como o time do treinador Roberto Fernandes privilegia a velocidade e a técnica no setor ofensivo, há um problema a ser resolvido urgentemente.
Para ser ter uma ideia, em dois jogos realizados em Bragança, contra o Moto Club (MA) e Guarany de Sobral (CE), o Leão acumulou um empate e uma derrota, respectivamente. Destrinchando os números, existe um dado ainda mais preocupante: apenas um gol foi marcado e por meio de um pênalti, finalizado por Val Barreto, já nos acréscimos da partida contra os maranhenses. Em casa, a equipe não conseguiu criar, restringindo os seus lances de ataque às bolas aéreas.
Diante do cenário, a comissão técnica estuda alternativas de adaptação ao gramado e ao estilo de jogo praticado em Bragança. “É lá que vamos jogar, então vamos buscar as adaptações que têm que ser feitas. O estilo de jogar, a forma de jogar”, indicou Roberto Fernandes, ressaltando que o desempenho azulino, dentro do Pará, tem números decepcionantes.
“Cabe uma retribuição. Nós fizemos três jogos fora de casa e foram duas vitórias e um empate. De 9 pontos disputados, fizemos 7. Em casa, de 6 pontos disputados, fizemos 1. O que nós precisamos é ter equilíbrio para que, nestes dois jogos que nos restam, dentro de casa, a gente possa carimbar a classificação”, comentou.
Roberto também assegurou que não existe nenhum tipo de problema entre o elenco e a cidade de Bragança, afastando boatos de que a relação estaria desgastada, após críticas ferrenhas de vários jogadores do Remo ao gramado do Diogão.
“Nós não temos uma queixa a fazer de Bragança, exceto um problema pontual, que é natural. Um estádio que não vem tendo jogos há mais de três anos, é óbvio que você não vai ter um gramado impecável, até porque como você vai cuidar de uma coisa que não tem utilidade?”, disse. “Não tem nada além disso, nada contra o povo. Isso é uma covardia, uma cretinice. Nós sempre fomos muito bem recebidos, muito bem tratados”, emendou.
O Remo tentou, sem sucesso, transferir as partidas contra o Interporto (TO) e River (PI) para o estádio Parque do Bacurau, do município de Cametá, alegando que o campo é mais apropriado para a prática do futebol. No entanto, a CBF, por meio de uma empresa terceirizada que cuida das viagens das delegações, impôs gastos extras, que não foram assumidos pela diretoria do Leão.
Amazônia, 02/09/2014