Um dado anima os remistas, já às vésperas de encarar o Moto Club (MA), no estádio Castelão, domingo, 21/09, em partida pela última rodada da fase classificatória da Série D. O aproveitamento fora de casa dos azulinos beira os 80% – atinge precisamente a marca 77% dos pontos conquistados. O Remo está invicto longe de Belém. Foram duas vitórias (contra Interporto-TO e Guarany de Sobral-CE) e um empate (diante do River-PI). Isso significa dizer que o Leão, até o momento, contraria a lógica perversa do futebol paraense, que é de ser um visitante inofensivo.
Entre outras razões, o excelente desempenho distante de casa se explica pela qualidade dos gramados, de acordo com o volante Michel Schmöller. “Nós jogamos bem fora porque pegamos campos bons”, garantiu o jogador, que desempenha o papel de segundo volante na equipe armada pelo treinador Roberto Fernandes.
Schmöller foi um dos críticos mais ferozes da falta de qualidade do campo do estádio Diogão, em Bragança, local onde o clube mandou seus 4 jogos da primeira fase, em função de uma punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Além da questão do campo, uma outra interpretação tem mais força. O fato de o Remo ser uma equipe extremamente competitiva para jogar em contra-ataques, possuindo jogadores para desempenhar uma função de velocista, como o meia-atacante Reis e o atacante Rony, explica os triunfos e bons resultados obtidos longe do Pará.
Já ficou evidente que, com espaço para jogar, o Remo se torna um adversário perigoso. Por outro lado, diante de uma defesa fechada, o time se complica, como aconteceram nos dois primeiros jogos em casa (empate contra o Moto Club0MA e derrota para o Guarany de Sobral-CE).
Não há porque alterar o que vem dando certo. O volante Ilaílson já adiantou a estratégia da equipe que lutará para sacramentar a primeira colocação do grupo A2 da Série D, no Maranhão. “Nós vamos para marcar, estudando os primeiros 15 minutos”, disse, enfatizando que, com a posse de bola, o time será agressivo. “Sairemos para os contra-ataques, porque sabemos que eles estão jogando dentro de casa, com o apoio da torcida, e podemos aproveitar que eles devem vir para cima”, ressaltou.
O que pode pesar contra a lógica de visitante abusado do Clube do Remo é a quantidade significativa de prováveis desfalques na equipe titular. Max, zagueiro titular incontestável, cumprirá suspensão automática, após ter levado o terceiro cartão amarelo em meio à vitória frente ao River (PI). O outro defensor, Raphael Andrade, sentiu uma contratura muscular e está em processo de recuperação na fisioterapia.
O médico Ricardo Ribeiro garantiu que hoje (18/09) será um dia D para Raphael Andrade. “Ele está em fisioterapia e será reavaliado hoje. Se der uma resposta positiva, deverá ser liberado para os treinos normalmente”, informou. Pensando em alternativas, o treinador Roberto Fernandes tem três jogadores para escalar na zaga, casos de Negretti, Rubran e Tsunami.
Os problemas não param por aí, entretanto. Segundo o médico, o volante Dadá passa por uma recuperação semelhante à de Raphael Andrade, também em um estágio de fisioterapia. Portanto, a ausência de Dadá não foi confirmada, apesar de o volante apresentar um quadro de desconforto muscular, em função da série de compromissos oficiais azulinos.
Se o titular for poupado ou mesmo não se recuperar a tempo, há um substituto natural. Trata-se do volante Ilaílson. Escalado para dar entrevistas, o meia falou como um legítimo titular azulino. “Quando jogamos fora, a responsabilidade maior é do time mandante. Considero que a equipe do Moto vai sair para o jogo, pois só a vitória interessa a eles. Espero que a gente possa aproveitar e fazer um grande jogo”, disse.
Ilaílson é como se fosse um décimo segundo titular do time. Sua última partida oficial, no entanto, se consumou na vitória azulina contra o Guarany de Sobral (CE), substituindo Dadá, que saiu de campo, alegando sentir dores. Desde então, Ilaílson tem atuando em amistosos e, em meio aos treinos, procura provar a sua utilidade.
Para quem está em uma situação como essa, qualquer oportunidade tem um peso de final de campeonato. “Aqui no Remo, só existem jogos importantes. Quem veste essa camisa, sabe do peso que é. Estreei em uma final de Estadual e, para mim, não vai ter diferença jogar contra o Moto. Se for jogar, vou procurar dar o meu melhor para o Remo conquistar o resultado positivo”, concluiu.
Segundo Ricardo Ribeiro, o garoto Rony, que também se queixou de dores musculares, já está plenamente recuperado e deve participar de um dia de treinamentos em dois períodos do Clube do Remo.
O Liberal, 18/09/2014