Cruzeiro-MG 1×0 Remo, nos pênaltis: 5×4 (Vinícius)
Cruzeiro-MG 1×0 Remo, nos pênaltis: 5×4 (Vinícius)

O Cruzeiro (MG) venceu o Remo nos penais, conquistou a vaga na Copa do Brasil e embolsou a cota de R$ 3 milhões. Deu a lógica, mas quem disse que a lógica não pode ser subvertida?

O comentário aqui é justamente sobre as diversas possibilidades que o Remo teve no confronto e não soube aproveitar. Nem é o caso de avaliar as penalidades, pois a série de tiros livres foi consequência de uma derrota que podia ter sido evitada.

Primeiro, é preciso observar como o time azulino se distribuiu em campo para enfrentar um adversário previsivelmente ofensivo. Mesmo diante desse cenário, o Leão foi formatado mais ou menos como se fosse disputar um jogo do Parazão, com um temerário – e ilusório – esquema 4-3-3.

Paulo Bonamigo pertence a uma linhagem de técnicos que não gosta de ser visto como “retranqueiro”. O problema é que a escalação de 3 homens no meio (Anderson Uchôa, Marciel e Albano) e 3 na frente (Erick Flores, Brenner e Fernandinho) não significa um esquema agressivo.

Os jogadores têm características ofensivas, mas o sistema na prática é conservador. O Remo se dedicou desde o primeiro minuto a rebater bolas na defesa, ignorando a opção de atacar. Defendia-se bem, mas só ia à frente muito de vez em quando. Em uma dessas, aos 21 minutos, Leonan teve tudo para marcar, mas chutou para fora.

A partida avançava e o Cruzeiro (MG) seguia em cima, alugando o meio-campo e amassando. Nem jogava tão bem, limitava-se a cruzar bolas na área, mas a zaga paraense se sustentava. Jajá, que foi um “demônio” no jogo em Belém, estava pouco inspirado. Willian Oliveira, o mais lúcido, errava todas as finalizações.

Aos 40 minutos, o goleiro Rafael Cabral resolveu brincar e quase Brenner marcou. O Remo vivia assim, de espasmos. Não conseguia trocar 3 passes. Anderson Uchôa e Albano até tentavam, mas a transição não funcionava.

Bonamigo não queria parecer retraído, mas o sistema expunha a covardia. Pior é que, mesmo com duas linhas de marcação, o time ficava exposto a riscos o tempo todo, embora o adversário não estivesse atuando bem.

Nessa toada, o primeiro tempo foi embora e deixou a esperança de que o Remo acordasse no jogo. Afinal, o desespero do Cruzeiro (MG) abriria espaço para o contra-ataque. Ledo engano!

O Remo voltou do intervalo jogando exatamente igual. Bruno Alves entrou na direita, substituindo Albano, que saiu lesionado, em uma mudança sem resultado prático, pois a bola não chegava. Era só chutão, mas o tempo passava e a classificação parecia mais próxima.

Com esse pensamento, o Remo foi empurrando o jogo com a barriga. No sufoco, rebatia bolas para todo lado. Erick Flores buscava organizar, mas o ataque não existia. Brenner brigava sozinho e perdia todas. Como sempre ocorre nessas ocasiões, o adversário martelou tanto que acabou chegando ao gol, com o artilheiro Edu, aos 30 minutos.

Só então Bonamigo partiu para as mexidas de praxe. Tirou Brenner, Fernandinho e Kevem. Entraram Vanilson, Lailson e Everton Sena. Nem sinal do velocista Ronald, o jogador mais indicado para um jogo aberto a contragolpes. Erick Flores ainda desviou de cabeça um cruzamento de Lailson. Foi o único ataque forte do Remo no segundo tempo.

A vitória cruzeirense, embora sem brilho, foi merecida. Afinal, quem procura, sempre acha. O confronto de 180 minutos estava empatado em 2 a 2. Viriam os penais, com nova possibilidade de êxito para os azulinos, mas faltou competência – de novo!

Quando o árbitro Raphael Claus – surpreendentemente com boa atuação – encerrou o tempo normal da partida, as perspectivas ainda eram favoráveis ao Remo. Afinal, a pressão emocional estava toda em cima dos cruzeirenses, jogando diante de sua torcida. Além disso, o retrospecto azulino em decisões por penais era impecável na temporada – havia vencido outras 5 delas.

Na série de tiros livres, porém, o Leão exagerou nos erros, com Marlon, Leonan, Laílson e Everton Sena.

Laílson teve chance de matar a disputa, quando a última cobrança cruzeirense foi defendida por Vinícius, mas chutou mal e Rafael Cabral foi buscar, levando a decisão para as alternadas. O goleiro cruzeirense foi um dos heróis da noite, com 4 defesas, mas Vinícius também se destacou pegando 2 batidas – um chute adversário foi para fora.

O Leão volta a campo no domingo (15/05), a partir das 17h, para enfrentar o Mirassol (SP), no Baenão. O jogo é válido pela 6ª rodada da Série C e terá transmissão ao vivo e exclusiva pela DAZN. Clique aqui para fazer sua assinatura agora e ganhe 30 dias grátis.

Blog do Gerson Nogueira, 13/05/2022

11 COMENTÁRIOS

  1. Fora Bonamigo. Treinador covarde, conseguir jogar recuado contra um time ridículo do Cruzeiro. Só esse treinador que recua todo o time, mas não marca. Não sei quem vê qualidade nesse treinador ultrapassado. Tive vergonha de ver O comportamento do REMO em campo. Isso é pra ser avaliado imediatamente.

  2. O Remo com um time esteve bem desfalcado enfrentou um adversário muito superior em um caldeirão de mais de 22 mil pessoas. O cenário estava montado e o prognóstico era goleada da raposa, mas não foi.

    Após o ocorrido, fica fácil dizer que o Remo foi covarde diante do Cruzeiro porque jogou fechadinho, mas se abrisse a guarda seria uma humilhante goleada, e ironicamente os mesmos críticos iriam dizer que o time deveria ter jogado com o resultado debaixo do braço.

    A realidade é que o Remo foi muito bem no coletivo e perdeu a vaga por falha individual, como: Curuá poderia ter evitado o escanteio que resultou o gol do Cruzeiro; Erick Flores perdeu o gol salvador praticamente na pequena área com o goleiro cruzeirense batido; Marlon, Leonan, Laílson e Éverton Sena poderia ter acertado o pênalti se um deles tivesses observado que o goleiro Rafael defende melhor no lado esquerdo e chutado forte no meio do gol ou lado direito; Se o Uchôa tivesse chamado para ele a responsabilidade e batido o pênalti no lugar do Laílson.

    Quando o individual falha tanto em momentos decisivos não tem como o time sair vencedor.

    À estratégia proposta funcionou bem e as falhas individuais em plena partida são de responsabilidade dos jogadores vacilões.

  3. Não houvessem as falhas individuais de certos jogadores, toda esta pressão sobre o técnico não estava ocorrendo. É uma avaliação equivocada em colicar a culpa no técnico. Reflitam!!

  4. Na real, o futebol brasileiro ainda se acha, tem a ilusão que ainda é o melhor do mundo, ganha de qualquer, mas só na ilusão, a maioria reza na cartilha do Romário ou Renato Gaúcho, para que treinar ou se aperfeiçoar, a casca do jogador, técnico e dirigente de futebol no Brasil é muito dura.Hoje não somos os protagonista, ninguém respeita o futebol brasileiro, agora coisa está invertida, é o portuga, o Uruguaio, o paraguaio, o argentino que vem ensinar como se joga futebol. E o Remo, continua insistindo nos refugos lá de baixo, se espremer ainda dão algum caldo, só que, estão espremendo tanto que os caras estão realmente refugando.

  5. Esse esquema de 4x3x3 foi o qual afundou o remo na série B, chegando à lanterna e fazendo nos primeiros 10 jogos uma campanha pífia de 23%. Pra se jogar nesse esquema, só se os atacantes forem fora de série e fizerem a diferença realmente, aí vale a pena arriscar deixar vulnerável o meio para favorecer o ataque. Porém, não é caso do Remo. Qualquer time entraria com 2 atacantes.

  6. Eu acho que a responsabilidade toda e do presidente do remo o Sr. Fábio Bentes, que diz numa entrevista que confia no treinado e ele fica no comando, a resposta do torcedor e não comparece em nem uma partida do remo até e substituir um novo treinador, para não ficar difícil a possibilidade do remo ser rebaixado…

  7. GARRA AZUL TE LIGA !!! ESSE TREINADOR ULTRAPASSADO, MEDROSO, BURRO É PIOR QUE O TIME DO IBIS…PEGA O BONAENTREGA LEVA PRA TUA CASA, FAZ UM FRANGO FRITO E DÁ PRA ELE..

    NÓS ESTAMOS BEM PRA CRLH….

  8. Garra Azul,vc falou tudo,cantou todas as pedras do tabuleiro e eu CONCORDO MIL PORCENTO com você!!!

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