Felipe Conceição
Felipe Conceição

Havia uma grande expectativa para saber como seria o retorno do Remo à Série B do Brasileirão, após 13 anos longe do segundo escalão nacional.

O objetivo traçado pela diretoria azulina era de permanecer na competição em 2022, o que garantirá uma maior estabilidade financeira nos cofres do Leão, que “comeu o pão que o diabo amassou” quando estava nas Séries C e D ou mesmo sem calendário.

A temporada começou sob o comando do técnico Paulo Bonamigo, um dos principais responsáveis pelo acesso à Série B na última temporada. No entanto, o 3º lugar no Parazão e o início ruim na principal competição do ano o fizeram deixar o cargo. Com isso, Felipe Conceição assumiu o Leão na “lanterna”.

De lá para cá, foram 21 jogos, 9 vitórias, 4 empates, 8 derrotas e 31 pontos somados de 63 disputados. Um aproveitamento de 49,20% até a 30ª rodada, que colocou os azulinos na 13ª colocação, com 38 pontos, faltando apenas 7 para alcançar o “número mágico” de 45 pontos, que faz a equipe escapar do rebaixamento, levando em conta a média dos anos anteriores.

Restam ainda 8 jogos para o fim da competição nacional, com 24 pontos em disputa. Levando isso em consideração, para atingir a média que evita o retorno à Série C, os azulinos precisariam de um desempenho de 29,16%. Ou seja, Felipe Conceição e seus comandados estão bem próximos de conquistar o principal objetivo do clube na temporada, precisando de 2 vitórias e 1 empate.

Sem dúvidas, o que vem marcando as atividades de Conceição no comando técnico azulino são os desfalques, sejam eles por suspensões ou lesões, o que foi o caso mais recorrente até aqui dentro da competição. Ao todo, dos 36 jogadores do atual elenco, 20 já passaram pelo DM.

O treinador, por sinal, conseguiu repetir a mesma escalação de um jogo anterior para o outro uma única vez, desde quando assumiu. Na ocasião, ele manteve a equipe que venceu a Ponte Preta (SP) na partida seguinte, quando derrotou também o Cruzeiro (MG), em jogos válidos pela 12ª e 13ª rodadas.

Em campo, o técnico precisou lançar mão de algumas improvisações, mas manteve um padrão de jogo seguido à risca pelo jogadores. Utilizando um 4-1-4-1, ao contrário do 4-2-3-1 de Paulo Bonamigo, Conceição busca a posse de bola e o ataque com frequência, mas nunca esquecendo de se proteger defensivamente, usando um sistema bem compacto quando se defende.

Conceição melhorou bastante o sistema defensivo. Os laterais trabalham pelo meio, não são de estarem expostos, ao contrário do que se via com o antigo treinador. No meio-campo, o técnico azulino conseguiu dar mais consistência ao setor, deixando um homem à frente da zaga e outros dois mais soltos na construção.

No ataque, Victor Andrade é o grande nome. Matheus Oliveira circula bastante nas ações, puxando o jogo para o meio e Felipe Gedoz, camisa 10 transferido para a posição de “falso 9”, acabou sendo tirado do meio por conta da sua recomposição defensiva e ganhou maior mobilidade para criar espaços, sem tanta responsabilidade para marcar. Lucas Tocantins também se destaca com bons jogos, mas é muito preso na ponta esquerda.

No geral, o Remo não fez tantas contratações e sofreu muitas vezes com problemas de desfalques, mas Felipe Conceição conseguiu “tirar leite de pedra”, com improvisações e colocando jogadores oriundos da base, como Warley, Ronald e Pingo, que virou titular na última partida contra o Brusque (SC), mas acabou sofrendo um entorse grau 2 no tornozelo esquerdo, tendo um tempo estimado de recuperação em 2 semanas.

Dentro do Baenão, o Leão irá receber Ponte Preta (SP), Londrina (PR), Goiás (GO) e Confiança (SE). Longe de Belém, os azulinos irão encarar Cruzeiro (MG), CSA (AL), Operário (PR) e Vasco (RJ). Destes, 4 estão atrás do Leão na classificação, enquanto 3 brigam pelo acesso e o time mineiro, apesar de tentar, deve permanecer por mais uma temporada no meio da tabela.

Diário Online, 18/10/2021

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