Ramon Quemel
Ramon Quemel

Com o pensamento de “resgatar a memória de um clube e mostrar a importância de uma conquista”, o escritor e torcedor do Remo, Ramon Quemel, de 41 anos, decidiu contar a história da conquista do Torneio Internacional de Caracas, na Venezuela, pelo Leão.

Ele lançou um livro chamado “Odisseia à Glória e ao Triunfo” e, junto com outros pesquisadores, busca o reconhecimento deste e de mais 4 outros títulos conquistados pelo Leão junto à CBF e Conmebol.

Ramon Quemel se dedicou durante 5 anos à sua obra, que iniciou com a ajuda do amigo e professor de artes Ítalo Costa, que já tinha iniciado pesquisas sobre a conquista azulina em 1950.

Quemel, que também é oficial da Polícia Militar do Pará, decidiu criar uma história, com um personagem principal contando a conquista que, segundo o autor, é a maior do futebol da Região Norte.

“Iniciamos a pesquisa e, como o Ítalo já tinha o contato de um jornalista venezuelano que foi testemunha do torneio, foi que entramos em contato e recebemos material da imprensa local, recortes de jornais e iniciei a produção do livro. Ele é uma obra baseada em fatos reais e que mistura realidade e ficção”, disse.

“O objetivo é resgatar a história desse título importante e, talvez, o mais importante título do futebol do Norte, para que todos pudessem conhecer. Falo da importância por conta da abrangência. De acordo com a imprensa internacional e testemunhos de familiares de atletas que estiveram lá, a repercussão não ficou restrita a nível nacional e foi divulgada em muitos países sul-americanos”, contou.

Curiosidades do livro

A linha literária de Ramon Quemel é o realismo-fantástico, que mistura realidade e ficção. No caso do livro azulino, foi criado um personagem chamado “João Mestiço”, que sonhava em assistir a um jogo do Remo, mas era muito humilde. Nas dificuldades enfrentadas na vida, ele acabou fugindo de casa e procurou abrigo no clube azulino, onde passou a conviver com atletas e viajar. A história da conquista será contada por ele.

O escritor relata os motivos pelo qual o Remo foi convidado e o que o leitor pode encontrar no livro, incluindo uma bênção no elenco dada por indígenas.

“Os jogadores do Remo, por terem sido supercampeões paraenses em 1949, o clube foi convidado pelo Ministério das Obras Públicas da Venezuela para a disputa do torneio. O livro traz fotos, imagens dos jogadores recebendo o troféu ‘Pequena Taça do Mundo’, além do elenco e ilustrações”, comentou.

“A benção foi dada ao time, dias antes do início do torneio. Neste período, os jogadores receberam uma bênção indígena onde o objetivo era que o clube permanecesse eterno”, disse.

Acervo

O filho do zagueiro Jambo, campeão do Torneio de Caracas, falou ao canal da Remo TV sobe essa conquista e informou que vai repassar os materiais que possui da conquista à diretoria azulina.

“Temos todos esse acervo e vamos entregar ao clube para mostrar a importância desse título. Sempre o meu pai falava do orgulho de ter sido campeão internacional pelo Remo, um dos times do Brasil na época e deixar aos torcedores, mostrando a importância dessa conquista”, disse Antônio Francisco Jambo.

A história

O Torneio Internacional de Caracas foi o primeiro e serviu de inspiração para a criação da “Pequena Taça do Mundo”, que posteriormente foi vencida por gigantes do futebol brasileiro e mundial, como Real Madrid (Espanha) e Barcelona (Espanha), além de Corinthians (SP) e São Paulo (SP).

Posteriormente a competição passou a ser chamada de “Troféu Cidade de Caracas” e teve como campeões São Paulo (SP), Benfica (Portugal) e Vitória de Setúbal (Portugal), Valência (Espanha) e Athletic Bilbao (Espanha) e Sparta Praga (atual República Tcheca).

Reconhecimento

Ramon Quemel e mais alguns pesquisadores fazem parte de um grupo, que buscam juntar provas de outros títulos do Remo para tentar o reconhecimento da Confederação Brasileira de Futebol, como também da Conmebol, entidade que comanda o futebol Sul-americano.

“Temos um grupo de pesquisadores que foi criado na atual gestão do clube, que tem como objetivo de buscar o reconhecimento dos títulos de tricampeão da Taça Norte (1968, 1969 e 1971), campeão Norte-Nordeste (1971), além do Torneio Internacional de Caracas (1950). Esperamos conseguir o reconhecimento tanto da CBF quanto da Conmebol, pois esses títulos existiram de fato. Se esse reconhecimento vier, o Remo será um dos primeiros clubes brasileiros a conquistar um título internacional fora do país. Acredito que isso irá motivar as torcedores mais jovens a pesquisar sobre o assunto”, comentou.

Como adquirir?

A obra foi lançada na última sexta-feira (10/12), na Loja Conceito do Clube do Remo, e ficará disponível em todas as Lojas oficiais do clube, no valor de R$ 70.

Quem adquirir o livro ainda vai contribuir com as obras do Centro de Treinamento do Leão, em Outeiro, já que 30% do valor será destinado ao patrimônio do clube azulino.

O Lberal.com, 12/12/2021

18 COMENTÁRIOS

  1. Vamos ter um pouco do senso do ridículo. O reconhecimento das Copas Norte e do Norte-Nordeste até é um bom pleito, mas esses campeonatos completamente amadores, o da Venezuela e o do Suriname, não devem ser reconhecidos nem pelos torcedores. O chamado Torneio Internacional de Caracas foi um campeonato completamente diferente depois daquele em que o Remo ganhou, de modo que um e outro só tem de comum mesmo o nome.

    • Meu caro, todas as competições sofrem alterações com o decorrer do tempo. No entanto, isso não significa que perdem seus valores de origem. Prova disso é que o PSC foi Campeão dos Campeões e em seguida esse torneio deixou de existe. Eu te pergunto: Por ter deixado de existir, os títulos se tornaram inválidos? Respeito sua opinião, mas é sempre bom ter sensatez nos comentários.

      • Não se trata de ter deixado ou não de existir. Estava falando sobre a diferença de um campeonato disputado por Real Madrid e outro disputado por um combinado, isto nem mais existe, espanhol. Isto é sensato, ou não é? Disse também que em relação aos campeonatos regionais, o norte-nordeste e as copas norte, me parece sensato requerer o reconhecimento da CBF.

      • Este Sr. Adriano é torcedor da mucura, escreve as iniciais do time dele com letras maiúsculas, o que este prezado tá fazendo aqui num site azulino, joio no meio do trigo.

    • Pedro Araújo, então pelo teu ponto de vista o bicampeonato mundial do Uruguai não existe porque foi olímpico, era amador, ou seja, o embrião não vale? Mas a celeste uruguaia foi reconhecida como bicampeã mundial de futebol sim. E aí derruba a tua opinião.

      Opiniões desqualificadoras e tendenciosas de quem tem visão muito curta dos fatos chega a ser até irresponsável por ir de contra a todo trabalho realizado para restabelecer a justiça em favor do Remo. Para ter maior convicção e opinar, antes de mais nada, é preciso aprofundamento do assunto através de estudo (entendimento do cenário e propósito do torneio, equivalências, quem patrocinou, coleta de matérias da época, entrevistas, etc), algo que vários abnegados tem feito nesse tema, por isso posso dizer com mais convicção que tem fundamento sim a resgate do título do Remo do Caracas 1950, como até possibilidade de título legítimo sul-americano e que um dia poderá reconhecido pela CONMEBOL para desespero dos falsos remistas e mucurentos de plantão.

    • Diante das dificuldades da época, não existindo campeonato Brasileiro, Regional, Libertadores, etc… É sim um grande conquista, isso pode ser visto provavelmente, neste livro através das imagens ilustradas no mesmo, a grande imensidão de torcedores comemorando como sendo de fato um titulo grandioso, não se pode comparar com os dias atuais pois hoje temos grandes competições, se fosse conquistado nessa era realmente não valeria nada, igual o conquistado pelo rival em parámaribo, pelo fato da atualidade.

  2. Esse TITULO só ainda não foi reconhecido ido,pq tem.mucurentos dentro da CBF que “atrapalhariam o reconhecimento desta,mas,foi TITULO INEDITO SIM,jornais da época divulgaram e representari hoje um Tito de Commebol…Temos que lutar por isso;Diretoria,Depois Jurídico,Torcida,YODOS JUNTOS,brigar por que nos é de DIREITO!

  3. O título sul-americano do Remo do Caracas 1950, sem dúvida, alguma é o mais expressivo de todos títulos conquistados por clubes do Norte do Brasil, e que um dia será reconhecido pela CONMEBOL porque é o embrião do mundial de clubes da FIFA.

    Os falsos remistas e os mucurentos morrem de inveja, esses frustrados tentaram até roubar a taça.

  4. Excelente iniciativa. A história, precisa e merece ser eternizada.

    Este livro vem preencher a lacuna existente na memória futebolística nacional.

    O título internacional da PEQUENA TAÇA DO MUNDO, conquistado na Venezuela e, os vários títulos regionais vencidos no Brasil, colocam definitivamente o CLUBE DO REMO, o FILHO DA GLÓRIA E DO TRIUNFO, no panteão dos grandes campeões.

    Vou já adquirir o meu exemplar.

  5. Bom dia amigos. Se for reconhecidos os títulos o clube teria algum valor financeiro a receber?

  6. Se não brigarmos pelos títulos que achamos que é de fato e de direito nossos, ninguém o fará por nós!

    Se não aceitarem os argumentos tudo ficará do jeito que está, porém o contrário terá um impacto bem positivo ao Clube do Remo.

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