Remo 4×1 Gavião Kyikatejê (Wallace, Jeferson Lima e Renan Gorne)
Remo 4×1 Gavião Kyikatejê (Wallace, Jeferson Lima e Renan Gorne)

O jogo do Remo na sexta-feira (05/03), em Bragança, confirmou o bom momento do time no Campeonato Estadual – 2 jogos, 2 vitórias, 7 gols marcados – e acendeu uma discussão polêmica, embora pertinente.

Com os titulares em campo, a atuação foi satisfatória e o time reverteu um placar inicial adverso. Quando as substituições aconteceram, na etapa final, a queda de rendimento foi vertiginosa.

A súbita mudança de comportam foi visível em outros jogos. Foi o que ocorreu na semifinal da Copa Verde com o Manaus (AM), em Belém, e na estreia no Parazão, segunda-feira (01/03), diante do Gavião Kyikatejê. Em ambos, o time disparou goleadas, mas ficou claro que a entrada de jovens atletas no decorrer do segundo tempo tirou as forças do conjunto e brecou a postura agressiva.

Não se pode condenar a estratégia adotada pelo técnico Paulo Bonamigo. Em tese, utilizar os garotos vindos da base é saudável e permite que adquiram rodagem, aproveitando jogos ainda sem maior nível de exigência. Ao escalar os jovens, ele também dá descanso a atletas que vêm atuando desde agosto do ano passado, quando as competições foram retomadas.

É preciso compreender que o problema não está nas experiências que Bonamigo faz no time. Seria mais justo lançar os olhos para as falhas de formação de muitas das “jovens promessas” azulinas. Alguns não conseguem desenvolver funções básicas, como passes, dribles e cabeceios, além de errar em praticamente todas as finalizações.

A dificuldade de assimilar as responsabilidades no time principal está diretamente relacionada com a formação deficiente. Caberá a Bonamigo e sua comissão técnica promover um estágio intensivo para os mais promissores, ministrando treinos específicos que reforcem fundamentos.

Muitos dos meninos promovidos ao elenco principal podem ser úteis compensando carências em posições importantes, mas para isso, precisam estar em condições de entrar em campo e responder positivamente.

As partidas recentes demonstram que a maioria ainda não está pronta. Diante do Gavião, o segundo tempo mostrou um Remo completamente diferente do time intenso que atropelou e sufocou o adversário. Sem os titulares mais importantes, a equipe ficou no mesmo nível do visitante.

Na sexta-feira (05/03), a situação se repetiu com mais impacto, pois o Bragantino tem equipe mais qualificada e impôs pressão nos minutos finais. O Remo, depois de virar o placar para 3 a 1, tornou-se errático, pouco efetivo na marcação e sem força no ataque, sofrendo a reação adversária.

É um problema que incomoda, mas que não afetou o desempenho no campeonato. A observação crítica da situação serve de alerta, levando à correção – conserto – de rumos da juventude que simboliza o futuro azulino. De repente, as deficiências podem contribuir para um esforço dentro do clube para qualificar e investir mais nas divisões de base.

Blog do Gerson Nogueira, 06/03/2021

5 COMENTÁRIOS

  1. COM CERTEZA! O PROFESSOR, ESTÁ COBERTO DE RAZÃO…ESSES MENINOS, DEIXAM DE APRESENTAR O BÁSICO, PARA JOGAR FUTEBOL…

  2. A matéria acima, vai ao entendimento que o time quando colocado os jovens não tem o mesmo rendimento que os “importados”.
    Então vamos buscar ajudar pela lógica?
    Que tal começar o jogo com os jovens e depois colocar os titulares pra ver o resultado?
    Somente assim teríamos uma resposta aproximada.

  3. Esses críticos com os moleque até parece que já nasceram falando, andando e até chutando no ângulo, …

    A exigência de algumas figuras é grande em cima dos moleques, querem os meninos que acabaram de subir da base comparáveis com os experientes, não entendem que eles precisam de rodagem para ganharem confiança e seus jogos comecem a aparecer com o tempo.

    Não se pode esperar que esses garotos promovidos já sejam os caras do time, mas sim que no próximo ano, mais adaptados ao profissional, já estejam com condições de brigar por uma vaga no time.

    Só é possível amadurecer jogando e junto com os experientes no processo de transição, pois diferentemente do sudeste e sul, poucos campeonatos de nível para a base existem aqui no norte para os meninos se aprimorarem mais.

    A rodagem dos moleques no parazão e CV são os momentos oportunos, então está corretíssimo o trabalho que o Bonamigo tem feito com garotos da base, tem mesmo que bancar, ter paciência e principalmente os acolher e incentivar.

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