Sampaio Corrêa-MA 1×1 Remo (Matheus Oliveira, Marlon, Raimar e Lucas Tocantins)
Sampaio Corrêa-MA 1×1 Remo (Matheus Oliveira, Marlon, Raimar e Lucas Tocantins)

O Remo dos últimos jogos fora de casa lembra o imortal lutador “Rocky Balboa”, vivido por Sylvester Stallone nas telonas. O Leão sofre uma barbaridade para ressurgir, impávido, nos instantes finais e ganhar a luta. Nem sempre dá certo, vide a relaxada atuação diante do Guarani (SP), mas nesta quinta-feira (30/09) funcionou.

Um gol nascido da cobrança de um arremesso lateral permitiu ao Sampaio Corrêa (MA) começar em vantagem, em São Luís (MA). A falha coletiva permitiu a finalização de Pimentinha, o rebote do goleiro Thiago Rodrigues e o arremate certeiro de Léo Arthur para as redes.

O Remo sofreu, errou de estratégia, perdeu um jogador (Victor Andrade expulso, de novo!), mas se salvou no final obtendo um empate com sabor de vitória. Resultado que poderia ser melhor, se a escalação não fosse tão confusa.

O desenvolvimento da partida expôs as fragilidades do time maranhense na defesa, atuando com um zagueiro visivelmente lesionado e laterais que subiam muito, abrindo espaço atrás. Ocorre que a intensidade imposta acuou o Remo, provocando erros seguidos de marcação.

O Leão valorizava a posse de bola, mas fazia uma transição lenta. Em alguns momentos, deixava transparecer certo desligamento. O ataque não encontrava caminhos, principalmente porque os laterais Thiago Ennes e Raimar estavam muito ocupados marcando os pontas adversários.

Surpreende que, mesmo diante de um time montado para atacar, Felipe Conceição tenha armado um meio-campo de pouca capacidade de marcação, com Marcos Júnior encarregado da proteção à zaga enquanto Arthur e Lucas Siqueira ficavam liberados para ajudar nas ações ofensivas, sem qualquer benefício prático para o balanço ofensivo.

Objetivo, o Sampaio avançava com pressa e agressividade. Aos 6 minutos, Watson entrou livre pelo meio da área e mandou um chute no travessão. Eloir tentou de fora, em outro lance logo em seguida.

Aos 12 minutos, nasceu o gol de Léo Arthur, mas não ficou nisso. Pimentinha, 200 anos de futebol, infernizava em contra-ataques pela direita, deixando os companheiros sempre em condição de finalização.

A única oportunidade do Remo ocorreu aos 17 minutos, quando Lucas Siqueira cruzou, a zaga falhou e Rafinha chutou em cima do goleiro.

Victor Andrade buscava o drible, mas sofria vigilância dobrada. Sem função clara, Arthur girava, rodava, perdia a bola e reforçava as subidas do Sampaio. Rafinha, outra escolha inexplicável, pouco aparecia para o jogo. Felipe Gedoz mal pegava na bola e ainda errava todas as cobranças de faltas ou escanteios.

Aliás, Felipe Conceição e sua comissão técnica, de méritos indiscutíveis na recuperação do Remo dentro do campeonato, deveriam ministrar mais treinos de faltas e finalizações para seus jogadores. O Remo desperdiça todas as oportunidades de bola parada, seja com Marlon ou Gedoz.

A primeira etapa terminou com mais acertos (94%) de passe e maior posse de bola do Remo (52% a 48%), mas os números não expressam a verdade do jogo, pois o Sampaio foi sempre mais resoluto e vertical.

Felipe Conceição parece esperar sempre o primeiro tempo acabar, mesmo com uma atuação pífia, como desta vez, para mexer e fazer as correções necessárias. Para o segundo tempo, tirou Lucas Siqueira, Marcos Júnior e Rafinha e lançou Pingo, Matheus Oliveira e Jefferson.

Obviamente, diante da desarrumação tática vista até então, o time melhorou, mas fica a pergunta óbvia: por que esperar 45 minutos para botar em campo a melhor formação?

Último a entrar no jogo, Lucas Tocantins custou muito a ser chamado. Inexplicável para um jogador tão decisivo! O atacante foi lembrado quando faltavam apenas 12 minutos para o fim. Substituiu o imexível Arthur e, como era previsível, o empate salvador veio pelos pés dele, aos 42 minutos, em arrancada pela esquerda e chute forte no ângulo.

Felipe Conceição tem muitos méritos, mas devia rever escolhas

O Remo precisou passar por uma “via-crúcis” no primeiro tempo para que as substituições ocorressem, consertando erros básicos. A marcação frouxa à frente da área foi sanada com a entrada de Pingo. A saída pela direita, onde Arthur só fazia número, passou a existir com Jefferson.

Até mesmo Matheus Oliveira, ainda sem ritmo, deu outra dinâmica à transição no meio-campo. Felipe Gedoz saiu para que Conceição reorganizasse a linha de defesa com Kevem no meio e Marlon na lateral-esquerda.

Na verdade, a essa altura do jogo, as coisas começavam a se encaixar, mas Victor Andrade acertou a perna de Pimentinha, recebendo o merecido cartão vermelho. Foi a 2ª expulsão dele em 3 jogos – na anterior, contra o Avaí (SC), ele recebeu o cartão quando já havia saído de campo.

Nos instantes finais, quando Lucas Tocantins prendia a zaga do Sampaio, o Remo foi dominante contra um adversário esfacelado taticamente, o que reforçou a impressão de que era possível ter imposto um jogo para vencer a partida, sem os atropelos causados pela desarrumação inicial.

Alguns pontos merecem análise. Rafinha no ataque, com a premissa de que será mais um a contribuir com a recomposição, é mera ilusão. Não recompõe e nem agride a linha adversária. Arthur não guarda posição, aparece como falso ponta, mas não rende e, mesmo assim, segue como titular.

Gedoz precisa ser definido taticamente no Remo. Ou é meia de ligação ou centroavante de ocasião. No modelo atual, ele circula pela intermediária adversária sem atuar em nenhuma das funções.

A arbitragem confusa chegou a dar pênalti contra o Remo no primeiro tempo, mas houve impedimento no lance anterior apontado pelo VAR. Depois, Thiago Rodrigues se arriscou ao tentar desarmar Pimentinha junto à linha de fundo. Contagiado pela insegurança da zaga, o goleiro parecia nervoso e errou até cobranças de tiro de meta.

Diante de tudo o que ocorreu na partida, o empate terminou sendo um resultado fantástico para o Remo, que só atuou bem nos 15 minutos finais.

Blog do Gerson Nogueira, 01/10/2021

10 COMENTÁRIOS

  1. Só espero que continue como Rocky Balboa, porque se mudar para Anderson Silva, vai ter que pedir proteção contra risco de extinção.

  2. Arthur de falso ponta? Gedoz precisa se decidir entre ser ou o 9 ou o 10 (não existe falso 9)? Me parece é uma falsa-análise tática do Gerson. Agora, Arthur e Siqueira é demais msm. Não tem como os dois atuarem juntos (Volta, Erick Flores!!!). Acho que o Matheus pode render bem jogando mais por dentro tbm.

  3. Perfeita análise do Gerson Nogueira, o Conceição precisa rever essa estratégia tipo Rocky Balboa, corrigir a fragilidade de marcação no primeiro volante, definindo função específica do meia de ligação (armador) e fortalecendo o ataque com atacantes especialistas, sem improvisações.

    Isso ficou evidente nesse jogo contra o Sampaio, o time passou a funcionar com as entradas em suas funções especialistas do Pingo (fortaleceu a pegada na frente dos zagueiros), Matheus Oliveira (a transição ofensiva fluiu mais facilmente), Jefferson (o ataque ficou mais agressivo) e Tocantins (o ataque ficou mais veloz e agudo) e Kevem (fortaleceu a posição de 4o zagueiro que estava uma avenida), o Remo poderia ter virado o jogo se todas essas trocas tivessem sido feitas mais cedo.

    Não seria mais fácil já escalar o time sem improvisação e principalmente sem os jogadores que não estão rendendo? Trocando o Arthur por um atacante especialista e recuando o Gedoz para fazer a armação já ajudaria muito o jogo do Remo. Então, que tal começar com praticamente o mesmo time que terminou o jogo contra o Sampaio?

    Mas o Conceição tem suas percepções, suas estratégias e escolhas, tem dado certo e ele tem muito crédito, o importante é o logo conseguir os prontos suficientes para o Remo se garantir na série B em 2022 e isso está muito próximo de ser alcançado.

  4. Temos q evitar esse apagão de 1′ tempo,se nao tivessemos levado um gol bibo,poderiamos ter saido com uma vitoria;te manca jansen,as vezes mal colocado!

  5. Conceição ainda está na alfabetização na escola do futebol por isso ele comete estas lambanças escala mal o time, demora a mexer, poderíamos ter ganhado o jogo contra o Sampaio com o time que jogou o segundo tempo, se o técnico fosse o Givanildo Oliveira teríamos ganho e possivelmente estaríamos no G4…..

  6. Quando até mesmo a imprensa, que normalmente é mucurenta, enxerga que o Treinador Felipe Conceição está escolhendo errado a onzena inicial, é porque o “bicho tá pegando”.

    Vamos Felipe Conceição, reveja seus conceitos na estrutura do time.

    Afinal, você não gosta que seus time tenham um centroavante?

    Fale claramente com o torcedor do FENÔMENO AZUL.

  7. Amanhã a torcida será obrigada de novo ver Siqueira matando e gedoz matando de falso 9. Porque não começar com Jeferson no lugar di Siqueira e joga so com dois volantes e recua o gedoz pra meia. Sinceramente é muita burrice. Teimosia e ego alto de quem não quer dar o braço a torcer que essa tática é uma merda. E o time so só melhora no segundo tempo quando ele desfaz toda essa baboseira de gedoz de falso 9 e Jeferson no banco.

    • Realmente esse conceição é muito burro e teimoso, insiste com siqueira e o ruim doz que se acha craque,se ele fosse mais humilde trocava essas perebas.

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