Remo 0×0 Paysandu (Julio Rusch)
Remo 0×0 Paysandu (Julio Rusch)

As campanhas são expressivas. A dupla Re-Pa chega ao confronto decisivo deste domingo (10/01) com números muito parecidos, que justificam e amparam as chances de acesso. Ambos tiveram momentos de queda ao longo da disputa, mas conseguiram se reequilibrar a tempo, trocando de comando e reforçando elencos.

O Remo, líder do Grupo D da Série C com 7 pontos, chegou até aqui com 38 pontos na classificação geral, fruto de 10 vitórias, 4 derrotas e 8 empates nas 22 partidas que disputou até o momento. Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, tem 82,7% de chances de conquistar o acesso à Série B.

O Paysandu, vice-líder da chave, também com 7 pontos, acumula 36 pontos, 10 vitórias, 6 empates e 6 derrotas em 22 jogos. Segundo as projeções da UFMG, tem 68% de possibilidades de acesso.

Os rivais alcançaram a condição privilegiada de chegar ao penúltimo jogo da 2ª fase com amplas perspectivas de sucesso, como há muito tempo não se via. O Remo, em particular, cumpre sua melhor trajetória na Série C desde 2016.

As trocas de técnicos acabaram fazendo bem aos dois times. O Remo começou com Mazola Júnior e foi tropeçando na fase de classificação em função do esquema excessivamente cauteloso. Paulo Bonamigo assumiu, tratou de abolir as duas linhas de marcação e ativou as laterais. Conseguiu ajustar a equipe e as vitórias voltaram.

No rival bicolor, o começo com Hélio dos Anjos foi frustrante. O time tropeçava nas próprias pernas e veio a primeira troca. Assumiu Matheus Costa, que acabou dispensado após 4 jogos, sem deixar herança ou saudade. Foi quando a diretoria se despiu de vaidades e contratou João Brigatti, que havia saído em litígio, durante a campanha de 2019. A mudança salvou a campanha.

Com uma série de jogos invictos, incluindo 4 vitórias seguidas, o time de Brigatti conquistou a classificação, que chegou a estar ameaçada depois da saída de Hélio dos Anjos. O elenco ganhou dois reforços, Vítor Feijão e Marlon, mas as mudanças foram orgânicas. Ao contrário da fase inicial, o Paysandu passou a ter intensidade, capacidade reativa e transpiração.

No Leão, a transformação foi obtida na base da conversa. Bonamigo é um técnico de diálogo, voz mansa e conceitos bem definidos. Acredita na qualidade dos jovens e aposta no talento. Com ele, os jovens atacantes Hélio Borges e Wallace passaram a ser jogadores prioritários.

O goleiro Paulo Ricardo foi a grande aposta de Brigatti, embora já tivesse sido utilizado antes de sua chegada. Virou titular absoluto, adquiriu segurança e passou a transmitir segurança a todo o sistema defensivo.

É pouco provável, porém, que tenhamos um clássico mercurial, disputado com avidez ofensiva. Creio em confronto de estudos, com prevalência da tática sobre a tempestade de esforços em busca do gol.

A questão é simples. O Remo, do goleiro-vereador Vinícius, sabe que tem um último jogo em casa, contra o Londrina (PR), que pode lhe assegurar o acesso. Não é inteligente se expor demasiadamente se o empate pode ser bom.

Com a possibilidade concreta de obter o acesso com uma vitória, os bicolores têm todos os motivos possíveis para se lançar ao ataque, mas pelo estilo de Brigatti, é improvável que faça isso sem adotar as cautelas devidas.

O Leão volta a campo neste domingo (10/01), a partir das 18h, para enfrentar o Paysandu, no Mangueirão. O jogo é válido pela 5ª rodada do quadrangular do acesso na Série C e terá transmissão ao vivo e exclusiva pela DAZN. Clique aqui para fazer sua assinatura agora e ganhe 30 dias grátis.

Blog do Gerson Nogueira, 10/01/2021

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