Baenão
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Sobre a volta do público aos estádios, o infectologista Nagib Abdon, autoridade nessa especialidade no Pará e aplaudido em todo o Brasil, entende que não haverá segurança para a junção de milhares de torcedores em qualquer estádio enquanto não houver vacinação contra o coronavírus.

“No mundo todo, a expectativa pela vacina é para novembro ou dezembro”, disse ele.

Nagib Abdon observa que Belém está na fase do achatamento da curva de incidências, mas os números ainda são crescentes no interior. Mesmo com boas perspectivas de equilíbrio entre a pandemia e a capacidade do sistema de saúde para atendimento, só a vacinação pode devolver a vida normal a todos, em todo o mundo.

Como ficarão os clubes sem bilheteria?

Inicialmente, o futebol vai ser reativado para o público da televisão, que dá resposta aos clubes nos patrocínios, na venda dos direitos de transmissão e em ações de marketing, como os programas de sócio-torcedor. Porém, como estão na Série C, Remo e Paysandu não faturam com direitos de TV.

Sem o acesso aos estádios, a dupla perde a principal vantagem que têm a oferecer para os sócios-torcedores. O cenário, portanto, é muito sombrio.

Até agora, em 2 meses e meio de pandemia, os clubes têm se virado bem e honrado os compromissos, mas a reativação do futebol vai elevar os custos e não terá receitas suficientes para fechamento das contas. Alguns podem ver pessimismo e outros realismo nessas projeções.

Protocolo

O infectologista Nagib Abdon deu sua contribuição à comissão anti-Covid da FPF e, por motivos pessoais, se desligou na última quarta-feira (03/06). No dia 16/06, a comissão deve apresentar ao Governo do Estado o seu protocolo de medidas preventivas para a volta do Parazão, projetada para agosto.

Para treinamento, cada clube elabora o seu próprio protocolo que, no entanto, precisa da aprovação de autoridades sanitárias. Por enquanto, a fase é de treinos em casa. O protocolo será importante para as atividades em grupo nas dependências dos clubes.

Planejamento

As projeções que indicam futebol sem público nos estádios até outubro ou novembro são determinantes para o planejamento dos clubes. O Remo, que sofre aperto financeiro como todos os outros, está com um planejamento arrojado, com 6 ou 7 contratações.

Adiamento

Para a volta do Parazão, os clubes são unânimes na posição de não entrar em campo enquanto não puderem faturar com venda de ingressos. Isso pode levar ao atendimento parcial do que foi proposto pelo Tapajós. Conclusão do campeonato de 2020 em dezembro, já ligando as atividades com o início da temporada 2021.

O Tapajós, porém, quer o cancelamento do rebaixamento, o que depende de aprovação unânime, por trarar-se de alteração do regulamento. Nas posições atuais, estariam rebaixados Itupiranga e Carajás, mas o Itupiranga tem a mesma pontuação do Tapajós. Estes clubes, portanto, reativariam seus times para jogar apenas 2 partidas.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 05/06/2020

2 COMENTÁRIOS

  1. Observem que futebol sem Público ou com pouco Público será benéfico para os Times que tiverem uma boa participação de sócio torcedor adimplente para pagar o Time, neste caso no Pará só Remo e PSC podem atingir este nível. Conclusão: Leão e PSC deverão ter pelo menos 8.000 sócio torcedor na faixa de R$50,00 por mês caso contrário a folha ficará em R$250.000,00 com apenas 5.000 sócio torcedor adimplente. Nós que estamos na torcida precisamos de 10.000 sócio adimplente com a folha na faixa de R$400.000,00 para formar e manter um Time competitivo que terá condições de lutar pelo acesso, esta é a realidade, no momento não tem porque ficar pensando em comprar bilhete para entrar no campo, devemos pagar a nossa mensalidade de sócio torcedor e assistir pela TV o nosso querido Clube do Remo conquistar o acesso.

  2. Acredito que para amenizar a perda de renda, os clubes poderiam cobrar ingressos mais baratos , mesmo para assistir pela TV. No caso seria solicitado uma ajuda aos torcedores.

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