Paulo Mota Filho, Paulo Bonamigo e Fábio Bentes
Paulo Mota Filho, Paulo Bonamigo e Fábio Bentes

Após 20 anos, Paulo Bonamigo acertou seu retorno para o comando técnico do Clube do Remo. Na tarde desta terça-feira (22/09), o treinador falou pela primeira vez sobre o início de seu novo ciclo no Baenão e já deu indicativos de como pretende trabalhar a equipe dentro de campo.

“Agradecer pela nova oportunidade de estar trabalhando de novo nessa grandiosa agremiação que tive a honra de conhecer nos anos 2000. Meu retorno é por conhecer o clube, pelo crescimento do clube em termos de estrutura, pela força da nação azulina, pelo projeto e eu, como profissional, tinha que me colocar a disposição para ajudar o Remo. Já sei que são 7, 8 anos, que o Remo está buscando, e merecendo, estar em uma divisão superior”, disse.

“Venho feliz, motivado, com muito apetite. Evidente, com conteúdo de experiência muito maior que foi o Bonamigo do ano 2000. Espero que possamos transformar em resultados, nas metas que vamos nos programar”, completou.

No início da apresentação do novo comandante azulino, o presidente Fábio Bentes revelou que o nome de Bonamigo foi o primeiro cogitado pela cúpula de futebol do clube logo após a decisão de demissão de Mazola Júnior.

“Ontem (segunda-feira), quando tratamos da saída do Mazola, sabíamos que precisávamos resolver o quanto antes essa questão. O primeiro nome era o do Paulo Bonamigo, por tudo que ele já fez pelo clube. Foi muito bom saber que ele estava acompanhando o clube, os últimos jogos. É um cara bem antenado sobre a Série C. Nosso principal objetivo é o acesso e ele sabe disso”, disse Fábio.

Esse conhecimento do elenco, citado pelo mandatário azulino, será fundamental neste começo da “era” Bonamigo no Remo. Para ele, as “situações positivas” analisadas quando estava fora do clube, serão preservadas, mas o técnico garantiu que já nesta semana pretende implantar algumas de suas ideias e conceitos para que a equipe possa ser “bem equilibrada nas transições” e ter um “repertório ofensivo”.

“Evidente que tem algumas situações construídas dentro da temporada que talvez teve um prejuízo por conta da pandemia, que afetou todas as equipes profissionais, mas tem situações positivas que conseguimos ver e vamos deixar normal. Todos os treinadores tem as suas ideias e conceitos um pouco parecidos, mas as vezes um pouco diferentes. Agora, precisamos mais de resultados do que performance. É uma realidade nossa, mas vou procurar nessa semana que tenho para trabalhar, colocar um pouco das minhas ideias com conceitos mais atuais, de uma equipe que goste de ficar com a bola, que tenha repertório ofensivo, bem equilibrada nas transições, sempre com organização defensiva que está muito bem executada. São situações que vamos discutir internamente dentro das nossas carências. Neste momento, não tem nenhuma equipe de Série A, B ou C que já esteja pronta, justa e preparada para alguma conquista. Vamos aproveitar cada hora de treinamento para fazer uma melhora contínua dentro da equipe do Remo”, comentou.

Bonamigo revelou que nesta semana será feito uma avaliação do elenco com o objetivo de identificar as carências de peças. Porém, ele avisa que as contratações só serão feitas “caso haja necessidade”.

“Está normal, dentro da realidade atual de todas as equipes, algumas um pouco mais ajustadas, mas normal. O próprio equilíbrio mostra que a diferença de pontos do 1º colocado (Santa Cruz-PE) para o 5º colocado (Remo) é de apenas 4 pontos. A gente vai ter um diagnóstico, vou poder analisar nessa primeira semana, dentro dos treinamentos, para chegarmos em uma situação onde possamos buscar soluções, caso haja necessidade”, pontuou.

Os resultados dentro de campo e o desempenho da equipe até o momento, fizeram com que os antecessores de Bonamigo – Rafael Jaques e Mazola Júnior – tivessem que conviver com uma pressão, até certo ponto, elevada por parte da torcida.

Entretanto, essa realidade não será um problema para o trabalho do novo treinador azulino. Ele garante ser conhecedor do estilo de time que o Fenômeno Azul gosta de ver em campo, mas sem esquecer que é preciso ter qualidade para encarar os adversários de igual para igual.

“Claro que sim, não tem problema, isso faz parte do jogo. Torcedor tem esse comportamento em todos lugar. Ganhando, vem o aplauso. Não poder temer, essa é a nossa realidade. Temos que trabalhar em cima de resultado, atitude. Sei o histórico pelos 8 meses que passei em Belém (em 2000). Sei do que o torcedor gosta de DNA, de ver um time em campo com atitude, com raça, com luta, determinação e com técnica. Isso não pode esquecer, tem que ter qualidade para jogar e isso vamos oferecer e vamos ter suporte. Pode ter certeza que vão estar nos apoiando”, falou.

O próximo jogo do Remo será contra o Manaus (AM), no domingo (27/09), a partir das 18h, no Mangueirão, em Belém, valendo pela 8ª rodada da Série C. Esta partida terá transmissão ao vivo e exclusiva pela DAZN. Clique aqui para fazer sua assinatura agora e ganhe 30 dias grátis.

Confira outros trechos da coletiva:

Postura em campo

A postura do time dentro de campo vai partir de uma estratégia. A imposição, técnica e tática, de uma equipe em cima da outra, acontece dentro do jogo. As vezes, você coloca sua equipe para marcar em um bloco alto e a própria condição do adversário te empurra para trás, em uma situação que não você consegue sair. Minha ideia inicial é ficar com a bola, propor o jogo, sempre com uma saída de 3 (jogadores), sempre com qualidade, com a bola no chão, procurando dar o ritmo do jogo, as transições. Isso é treinamento. Vamos buscar o mais rápido possível atingir essa condição. Sempre prezei por uma equipe equilibrada, que busca estar mais próxima do gol do adversário, sempre ficando mais próxima do gol. Esse é o meu modo de pensar, o que não quer dizer que em uma situação de jogo não possa ter que baixar um pouco o bloco, segurar o resultado de uma forma eficiente.

Continuidade do trabalho

Encorpar mais a equipe, dar continuidade ao trabalho, evidente que colocando um pouco do que penso de filosofia de jogo. Buscar um pouco mais intensidade. Essa Série C pede isso para buscar o equilíbrio de jogo. É o trabalho, não tem solução melhor neste momento que a possibilidade de jogar somente aos finais de semana. Isso vai dar condições de organizar a equipe da forma que o treinador joga. Evidente que isso passa pela forma como o treinador vai usar suas ideias e conceitos. Quando você entra nessa condição atual (chegar em um clube com a temporada em andamento), você tem que conhecer o elenco que foi montado. Vou usar essa semana para conhecer o grupo para poder organizar, já contra o Manaus (AM), que a equipe tenha uma atitude bem positiva, principalmente em termos de resultados.

Elenco

Conheço alguns atletas que já fui adversário, como o Eduardo Ramos, Marlon, Mimica. Agora, acompanhando mais a Série C pela TV e a partir do momento que você começa a trabalhar, o seu “feeling” em relação ao time que você vai organizar vai ser muito rápido, até porque a integração que está tendo aqui com a comissão técnica, com o presidente, diretores, em termos do que é o Remo hoje, da necessidade de algumas peças para qualificar, isso é uma realidade. Essa é a nossa posição atual.

Responsabilidade

Tenho uma missão e uma responsabilidade duríssima. Sei disso quando aceitei e facilitei minha vinda ao Remo em termos financeiros, porque acredito que o Remo vai subir de patamar e merece pelo nível de sua organização e trabalho fora de campo. Quero ser um facilitador de engrenar uma equipe que vai buscar a todo jogo a vitória.

Novidade contra o Manaus-AM?

É muito difícil você construir quando já tem muita coisa construída desde o início da temporada. Não vai ter tempo, tem que ser inteligente neste momento porque preciso fazer resultado, fazer o time jogar bem. Não posso ficar inventando situações. É evidente que tem algumas posturas da equipe que logo será percebido, mas o mais importante para mim, da questão de como vai jogar, é a questão mental, de nível de confiança, personalidade, do atleta que veste a camisa do Remo ser destemido, se encorajar porque por trás tem uma nação que apoia. É nisso que vou trabalhar. Mexer muito na questão emocional, de dar confiança para cada atleta extrair o máximo. Fazendo isso, vou estar muito perto de conseguir o que quero.

Roma News, 22/09/2020

14 COMENTÁRIOS

    • “Sempre prezei por uma equipe equilibrada, que busca estar mais próxima do gol do adversário, sempre ficando mais próxima do gol.”
      Que essas palavras do treinador Paulo Bonamigo sejam o “LEMA” dos Atletas Azulinos.

  1. Ótima contratação do Bonamigo o maior problema do Remo é que não tem saída de bola, não tem transição do meio para frente é ligação direta o tempo todo,lançamentos e chutões para frente é necessário colocar volantes que saibam marcar mas saibam conduzir e passar também como tínhamos ano passado como Ramírez e esqueci o outro ,bem que podiam colocar o pingo nessa meiuca e o Djalma recuperado é titular absoluto pois é melhor que todos os outros volantes do elenco é uma pena que vive no estaleiro.

    • Yuri e Ramires são volantes habilidosos que sabem marcar, sair com a bola de trás e evoluir até o ataque, além disso se apresentavam no ataque para finalizar ou tabelar.

      Nenhum dos volantes atuais do Remo tem essas habilidades do Yuri e Ramires, pelo contrário, a maioria é bem limitado, com características defensiva e incapazes de acertar passes de 3 metros. Herança do Mazola incompetente.

  2. Parabens Pte e equipe! Esta foi uma boa tacada, de quem quer ver um Club em outra dimensão. Agora torcedor, ao inves de ficar logo falando mal, vamos falar bem, sendo bem otimista e desejando bom desenpenho para todos. E que nossa Leão Paraense, possa Superar todos esses obstaculos. Amem

    • É João. O torcedor tem que falar bem, mas também, contribuir comprando os “Ingressos Virtuais”. Isso sim é fazer parte.

    • João da Luz, não vejo motivos para falar bem do nosso LEÃO, vemos que falta organização ao time, compactar os 3 setores (defesa, meio e ataque), nosso time não tem jogadas ensaiadas de bola parada, falta melhorar o condicionamento físico e eu vendo a programação de treinamento para essa semana, o elenco vai treinar um período por dia, tão de brincadeira com o torcedor, creio que é pouco para quem ta de técnico novo e precisa mudar da água pro vinho esse time, TREINAMENTO INTENSO EM DOIS PERÍODOS PELO MENOS QUATRO VEZES NA SEMANA, pow direção azulina e comissão técnica é brincadeira!

  3. Remo tem que fazer gol, tem que mexer com esses atacantes capa. A Defesa tem se segurado, mas o ataque é pífio. Não quero saber se jogador corre ou se esforça, quero saber se ele bota bola pra dentro da rede adversária. Tô falando desses atacantes que estão aí, tem.que chamar essa turma pra conversa, cobrar mais seriedade e pareceria entre eles.

  4. Sobre Essas Contratações…
    Vou pegar de exemplo o Gustavo Hebling, recém contratado pelo Clube do Remo, mas serve para muitos contratados dos nossos clubes.

    O meia foi revelado pelo São Paulo mas profissionalmente estreou no Zwolle da Holanda. Em duas temporadas no clube holandês fez 11 partidas e não marcou nenhum gol. Depois partiu para o Portimonense, de Portugal, onde não teve chances na equipe principal e jogou pelo time sub-23 do clube do Algarve. Esse ano seu empresário, Mino Raiola um dos mais renomados no mundo do futebol, o encaixou no CSA. No clube alagoano foram quatro partidas disputadas, 56 minutos em campo e um gol marcado. Com apenas quatro meses no clube, a diretoria do Azulão decidiu não renovar o vínculo com o atleta.

    Esse foi um breve resumo da carreira do jogador e a grande pergunta que fica é…

    Quem de dentro do Remo o indicou e principalmente o viu jogar pelo Zwolle e pelo time sub-23 do Portimonense? A passagem pelo CSA não serve de parâmetro pois o meia nem foi aproveitado. A melhor lembrança do atleta é quando ainda atuava na base.

    A torcida é sempre que o jogador dê certo. Espero que arrebente e leve o clube para a Série B. Mas é impossível não questionar não apenas essa como outras centenas de contratações que nossos clubes fazem.

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