Márcio Fernandes
Márcio Fernandes

No decorrer desta Série C do Campeonato Brasileiro, o Clube do Remo viveu momentos bons e ruins na competição. Da invencibilidade e melhor campanha para uma sequência sem vitórias.

O técnico Márcio Fernandes, um dos profissionais que era até então exaltado e continha a aprovação da grande maioria da torcida azulina, passou a ser contestado não apenas pela falta de resultado, mas também, pela fraca postura recente apresentada pela equipe em campo.

Embora os jogadores tenham afirmado que o momento instável do grupo seja de responsabilidade de todos, por ser o representante da comissão técnica, a pressão em cima do treinador é maior por ser o responsável pelas decisões.

Em contrapartida, Márcio Fernandes rebateu as críticas ao destacar que o nível da competição iria proporcionar uma complicação na tabela em algum momento, seja pelo cansaço físico e mental, evolução adversária ou pela falta de reforços à altura nessa reta final do campeonato, além de enfatizar também que o Remo está no G4 desde o começo da Série C.

Fernandes, aliás, destacou que o time tem sido cobrado “como se fosse uma Ferrari”, além de dizer que certos profissionais não dariam mais caldo nas quatro linhas. Devido ao momento delicado, para alguns, as declarações poderiam abalar o ambiente e prejudicar ainda mais o desenvolvimento da equipe, mas o comandante tratou de explicar as ponderações, bem como outros tópicos que têm tirado o seu sono e o sossego do torcida azulina.

Você é, sem dúvida, um dos personagens que tem ajudado o Remo a ter tido o melhor desempenho na Série C desde o retorno da equipe à competição nacional. No mesmo embalo, apontado como um dos responsáveis pela decaída do time em campo, o que gerou críticas assíduas e fervorosas da torcida. Como visualiza e assimila esse contraste? Afeta na condução do trabalho?

É normal a cobrança de uma equipe grande como é o Remo. Estamos acostumados, sabemos que o torcedor, que acompanha e apoia, sempre terá o seu direito. Estamos focados de uma tal maneira no projeto que não podemos deixar nada nos afetar. Claro que o apoio é muito melhor como tem sido demonstrado e feito. Tenho certeza que vamos voltar a vencer na competição e sem dúvida o Remo vai se classificar.

Pela invencibilidade no primeiro turno, o Remo era o time que intimidava as demais equipes e não à toa apontado como “o time a ser batido”. Por que agora vive tanta oscilação e não consegue mais impor trabalho aos adversários?

As equipes quando voltaram a jogar contra o Remo, voltaram muito fechadas, não deixando espaço para que pudéssemos jogar, algo que não acontecia antes. Elas tentavam jogar de igual para igual e aí sim mostrávamos nossa superioridade. Agora temos que passar por esse obstáculo, uma coisa normal em uma competição como essa, que é oscilar, já que as equipes se fecharam muito, mas para tudo há um jeito e estamos buscando.

É possível observar que nos treinamentos a intensidade nas finalizações é enorme, mas nos jogos o setor ofensivo não consegue repetir o mesmo faro. Na sua visão, por que essa falta de acerto no arremate?

A gente trabalha bastante, faz bastante treino de finalizações, de posicionamento, para que o time possa melhorar. Vocês são prova disso, acompanham que eles têm tranquilidade de concluir a jogada e as finalizações acontecem, mas no jogo é um momento diferente. Quando a coisa começa a não acontecer, cresce a cobrança e essa confiança que ele tem no treino perde no jogo, o que provoca erros. É uma coisa ligada na outra. Por isso sempre falo: quando a bola entrar, as coisas vão mudar.

Após o jogo contra o Luverdense (MT), no empate em 2 a 2 na reabertura do Baenão, muito foi tocado em cima do apagão do time. Você até destacou que têm jogadores, hoje, sem condições de atuar mais. É uma situação absoluta ou é possível recuperá-los, já que o Remo possui um elenco limitado?

Contra o Luverdense (MT) foi um jogo atípico, alguns jogadores realmente renderam muito abaixo do que podem, alguns passaram por problemas pessoais e isso afeta, sabemos disso, mas está sendo resolvido para que esses jogadores voltem a render o que rendiam antes, porque eram jogadores de destaque na nossa equipe e as coisas boas vão voltar a reinar. Eles têm potencial para isso.

No meio da semana passada, você destacou que o Remo estava sendo cobrado como se tivesse uma Ferrari. Pelo momento delicado, esse tipo de declaração não poderia minar o ambiente interno?

Quando falei isso, não sei se foi bem interpretado com o que quis dizer. A Ferrari que queria dizer é uma Série A. Lógico que jogadores de uma Série A são de nível superior, jogadores que custam muito mais caro. A nossa diretoria está fazendo o possível para que a gente possa ter um time muito competitivo e a gente tem, só que a gente quer sempre melhorar e isso faz com que tenha dificuldade dentro do mercado, porque às vezes oferecem jogadores que não são compatíveis com a grandeza do Remo e outros que a gente quer, só que a diferença salarial é muito grande. Estamos procurando realmente jogadores que possam dar alegria ao Remo.

Retrospecto de Márcio Fernandes no comando do Remo:

21 partidas – 7 vitórias – 11 empates – 3 derrotas

Diário do Pará, 21/07/2019

14 COMENTÁRIOS

  1. Essa desculpa já não vale mais! Todo jogo é essa conversa após o resultado ruim. Já são 6 jogos sem vitória e o Remo continua caindo na tabela. Tem que voltar a jogar com dois volantes e dois meias. Eduardo Ramos não marca, se entrar novamente deveria ser em uma das duas vagas no ataque, não no meio. O meio deveria ser Yuri, Ramires (ou Tufa), Garré e Zotti e colocar esse pessoal pra marcar no meio de campo, principalmente em jogos no Baenão, que não se pode marcar só no olho.

    • Perdoem meu caros Azulinos. Não vejo essa queda absurda de rendimento. Tenho a mesma perceção do Treinador. O nível de entrosamento dos times e condicionamento físico dos adversários melhorou e nivelou o campeonato. O Remo não tem um time que permita uma dianteira semelhante a times do sul e sudeste que quando caem para a série B sobem no ano seguinte sendo campeão com muitas rodadas de antes como consequência da melhor estrutura e capacidade financeira. O Remo pelo desempenho inicial e invencibilidade, além da transmissão de todos os jogos, passou a ser bem estudado e o time a ser vencido. Os times vem aqui para empatar e jogam fechados, fazendo cera. Esse Treinador merece crédito. É a melhor campanha nos últimos anos. O Remo está no G4 desde o início do campeonato. De todos os comentários que vi aqui discordo de todos, exceto daquele do Michel que pede oportunidade para Pingo e Lailson. Estou confiante na classificação e acesso. Outra coisa que é estranho e que não vejo um comentário com a manifestação dizendo que o Remo nos 3 últimos jogos foi roubado. Penalti no Alex Sandro contra o Juventude, pênalti no Marcão contra o Luverdense e pênalti inexistente a favor do Ypiranga. Isso faz uma diferença grande. Só erram contra o Remo. Parece que os torcedores do Remo estão cegos quanto a isso. Só vejo críticas para um grupo, Dirigentes, Treinador e jogadores, que, a meu ver, não merecem. Comparem com o ano passado ou com a eliminação na copa do Brasil esse ano. Reitero que acredito na classificação e acesso.

  2. Poxa Márcio Fernandes dê uma chance aos garotos pingo ou lailson no time,tenho certeza que vai oxigenar esse meio campo azulino nos 90 minutos ,os garotos tem muito condicionamento físico e técnica para jogarem na equipe,falta dar uma chance.

  3. Tecnico totalmente perdido, nao sabe escalar o time, alias, nunca soube, esse joguinho de toque de bola sem objetividade, sem jogadas de fundo, pouco chutes ao gol, o time do Remo só joga para empatar.

  4. Oscilar é uma coisa, agora sair de líder invicto num turno, para lanterna e sem vencer no returno é outra coisa. Essa “normalidade” presente na mente do treinador me preocupar muito. O rexpa foi visto como um jogo normal, o Remo estava bem e blá blá blá, agora…

  5. Nao pode haver desestabilidade..O Tecnico esta tentando concertar. Agora e aguardar. A Falha do Clube do Remo e chutar pouco ao gol adversario. Isso nao e culpa do tecnico, mas sim dos jogadores que querem fazer gol. Na pequema area

    • Temos o mesmo número de empates que o líder do momento, São José-RS, com 7 empates.
      Nossa diferença pra eles é que eles venceram 1 jogo a mais, que dá a diferença de 3 pontos.

    • Não. São 19 pontos em 39 disputados. 48, 71% de aproveitamento. Lembrando que o lider do grupo tem 56, 41% de aproveitamento. Se não tivesse sido roubado contra o Ypiranga estaria com 21 pontos em 39 disputar. Assim como o payssandu ontem se tivesse vencido entraria no G4, talvez, não sei, a primeira vez no campeonato. Mas tudo tem “se”. Como não aconteceu, a realidade é a que está. Muito parelha, muito nivelada e muito competitivo com o Remo. Era isso que esperava o Remo brigando pelo acesso de forma competitiva. Diferente de outros anos que eu torcia para não voltar para D até i último jogo fazendo conta. Hoje faço conta para ir ao mata-mata.

      • Não esqueça que ele estava respondendo sobre a fase atual e que uma queda de rendimento dessas era esperada… O negócio é admitir q a fase atual é péssima 4 pontos em 18 disputados… e melhorar … Deu pronto…o trabalho no geral em questão de pontuação ainda é bom sim como tu mesmo falou.

  6. Acho que o time foi bem no último jogo e merecia vencer. Se repetir essa atuação contra o Atlético Acreano tem grande chance de vitória. O técnico deve repetir a escalação.

  7. Contra o AC o Professor Márcio Fernandes deve manter um sistema defensivo muito forte com Mimica e Marcão na Zaga e explorar a velocidade do Garré e do Gustavo Ramos para triangular com Eduardo Ramos, a finalização poderá ser com o craque melhor posicionado que pode ser o centroavante ou outro jogador que pode vir de trás, sempre tem que ter três jogadores na cobertura de Marcão e Mimica quando eles decidirem fazer o gol. A zaga não pode subir constantemente para não cansar. Duelo muito arriscado porque o Leão conta com a vitória para garantir chegar no mata-mata e o AC conta com a vitória para evitar o rebaixamento.

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