Mangueirão
Mangueirão

O Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, receberá pela primeira vez desde que foi reaberto, em 2002, uma grande obra de revitalização de sua estrutura.

Um grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado esteve reunido na manhã desta segunda-feira (04/11) e definiu que o projeto deverá ser dividido em duas etapas.

Primeiro, haverá a elaboração de um relatório, que apresentará os problemas e necessidades do estádio. Em seguida, virão as obras físicas em si.

Ainda não há uma data certa para o início da segunda etapa, que tem como ambição fazer a praça esportiva recuperar a sua carga máxima real, de 45 mil pessoas.

Nesta reunião, estiveram presentes representantes dos órgãos que atuarão na empreitada de forma direta ou indireta, como das Secretarias de Obras Públicas (Sedop) e Esporte e Lazer (Seel), Corpo de Bombeiros, Ministério Público do Estado, além da empresa e dos engenheiros envolvidos.

“Viemos para declarar aos órgãos técnicos do Governo e controladores externos sobre o início efetivo dos serviços de reforma do Mangueirão. Queremos levar ao conhecimento da população as ações que serão realizadas”, explicou o secretário executivo da Sedop, Ruy Cabral.

No último dia 21/10, a Sedop publicou a contratação da empresa que fará a avaliação técnica e a elaboração do projeto de reforma. Esse processo não fechará o Mangueirão – que ainda receberá o jogo entre Paysandu e Cuiabá (MT), pela Copa Verde, no dia 20/11 – e deverá estar pronto até dezembro.

“Neste primeiro momento, a empresa vai fazer o levantamento das patologias para que, posteriormente, os problemas sejam quantificados e qualificados. A previsão é que este relatório esteja pronto em até 30 dias”, detalhou.

“O diagnóstico será feito sem a necessidade de fechar o Mangueirão. Estamos às vésperas de uma final de campeonato e não precisaremos interferir neste cronograma. Após recebermos o diagnóstico pela empresa, vamos avaliar e informar à população sobre quando entraremos na segunda etapa do projeto, com a execução das obras”, finalizou Cabral.

O relatório vai indicar as reformas emergenciais que deverão ser feitas para que o espaço não coloque em risco o torcedor, além das necessidades estruturais, que vão desde a construção de banheiros que sigam regras de acessibilidade, novas áreas de cadeiras e alterações nos espaços internos e externos, incluindo o estacionamento.

“O trabalho já vem sendo feito desde a contratação da empresa. Dentre as prioridades, estamos visando o conforto do torcedor, tanto para chegar e assistir a um evento esportivo, quanto para sair do estádio. Queremos dar um ar de modernidade, a partir da reforma das arquibancadas e criação de ambientes multiusos, com auditórios e salas para congressos, por exemplo”, ressaltou o secretário adjunto da Seel, Vitor Borges.

Atualmente, o estádio está liberado para receber até 35 mil torcedores. O objetivo, de acordo com o grupo, é fazer com que o espaço possa voltar a atingir sua capacidade máxima, que é 45 mil pessoas.

“Existe um parecer do Corpo de Bombeiros que restringe o acesso de torcedores no local, porque ainda é necessário ofertar mais acessibilidade, com largura e rampas suficientes para entrada e saída das pessoas, mas a população não precisa se preocupar, pois estamos acompanhando o processo e vamos fazer a avaliação de tudo que será apresentado”, concluiu o coronel Jaime Oliveira, diretor de serviços técnicos do Corpo de Bombeiros.

O Mangueirão ficou fechado entre os anos 2000 e 2002, quando teve concluída a construção das arquibancadas e pista de atletismo, além da reforma de vestiários, banheiros e áreas internas. Desde então, a praça esportiva não passa por uma obra de grande porte, somente recebendo troca de gramado e ações de manutenção.

No início de 2019, parte do teto das arquibancadas do lado “A” desabou durante uma chuva, em momento que não havia público presente. O fato atrasou o início do Campeonato Paraense de futebol e levantou questionamentos de agentes públicos sobre a segurança do local.

Apesar de muito utilizado por Remo e Paysandu, o estádio apresentava sinais de degradação, com estruturas de ferro à mostra. Na época, foi realizada uma reforma apenas para fazer com que o Mangueirão fosse liberado para receber jogos e competições.

Globo Esporte.com, 04/11/2019