Márcio Fernandes
Márcio Fernandes

Com a reformulação na comissão técnica do Remo após o jogo de domingo (24/02), com a realocação de João Nasser Neto para a função de coordenador-técnico, a espera em cima do nome escolhido para assumir o cargo de treinador não demorou.

Na segunda-feira (25/02) pela manhã, o clube informou oficialmente a contratação de Márcio Fernandes Figueiredo, de 56 anos. O novo comandante virá acompanhado do seu filho e auxiliar-técnico, Márcio Júnior, e do preparador físico André Ferreira.

Conforme o perfil requisitado pela diretoria nas últimas temporadas, Márcio Fernandes chega com a bagagem de ter conquistado título e acesso à Série B, em 2015, com o Vila Nova (GO).

Além disso, possui trabalhos de sucesso à frente das categorias de base do Santos (SP), por onde atuou por quase 7 anos, sendo responsável por descobrir talentos como Robinho, Diego e Neymar. No Peixe, ainda chegou assumir o time profissional, evitando o rebaixamento à Série B, em 2008.

Contra ele, pesa a participação no rebaixamento do Joinville (SC), ano passado, para a Série D. Confira a seguir o bate-papo com o treinador.

Como ocorreu a negociação com o Remo?

Na realidade, estava muito próximo de fechar com o Remo na temporada passada, mas a diretoria optou pelo Ney da Matta. Sempre ficou esse contato e, na sexta-feira (22/02), conversamos e deixamos tudo definido. O presidente me falou de toda a situação e as metas que o clube deseja. Sabendo da tradição do clube, não tinha como negar a oferta.

O Remo começou a temporada embalado, mas não conseguiu definir um padrão em campo. A cada partida, uma peça nova, mas a baixa produtividade seguia. Qual será o seu papel para mudar isso?

Assisti ao jogo de domingo (24/02) e o campo não ajudou muito, mas o trabalho que o antigo treinador (Netão) vinha desenvolvendo não foi ruim. Só que um time de massa é assim mesmo. Meu estilo de jogo é o que busca a vitória: 1 volante, 2 meias, 3 atacantes. Cada jogo é um jogo, mas conhecemos o futebol e tenho como características sempre priorizar a posse de bola, que é o que define o resultado.

Há algum tempo, a diretoria do Remo tem priorizado a contratação de técnicos vitoriosos na Série C, mas antes disso tem o Parazão, que é uma competição que acaba por desgastar o técnico em caso de resultados negativos. Qual a segurança nesses casos?

É até importante isso. O que me fez fechar com o Remo foi o projeto, a ambição. Não chego por um campeonato, por algumas partidas, chego pelo projeto que é o maior de todos: administrar bem o grupo, ter um rendimento bom no Estadual e correr em busca do principal objetivo, que é a Série C. Sei que foram atrás de mim pela conquista com o Vila Nova (GO), mas minha experiência também teve um peso em saber lidar com jogadores e em situações de pressão.

Seu último clube foi a Aparecidense (GO), com apenas 4 jogos e nenhuma vitória. Netão, que salvou o Remo do rebaixamento e deixou o time na liderança isolada do Estadual, caiu por muito menos. Como você avalia esse contraste?

Na verdade, é bom que se diga que pedi para sair. Fizemos 2 jogos bem disputados com o Vila Nova (GO) e com o Goiás (GO). Depois foram 2 empates com menores. Não estava me sentindo à vontade, mas todos os meus antigos trabalhos foram a longo prazo. Foi assim no Santos (SP), no Red Bull (SP), no Vila Nova (GO). Falo novamente do projeto, que é algo que pesa muito para qualquer decisão.

Além de treinador, você teve uma carreira positiva como jogador, sendo campeão, inclusive, no maior rival do Remo, no Parazão de 1981. Pelo fato das equipes estarem no mesmo patamar e com o compromisso certo pela Série C, essa pode ser uma cobrança extra para vencer também com o Leão?

São situações diferentes. Agora sou treinador e procuro continuar vencendo na função que escolhi. O Remo é um time de tradição e de uma grandeza importante e isso já pressiona. Chego com objetivo de ser leal, competitivo e convicto que posso fazer o melhor aqui.

Você foi responsável por descobrir e moldar alguns dos jogadores mais importantes do futebol brasileiro. Aqui no Remo, o olhar com a base será da mesma forma? O que fazer para vingar com os pratas da casa?

Essa é uma coisa que me orgulho em comentar, porque uns diziam que seria só o Robinho, depois veio o Diego, depois o Neymar, o Ganso. É um olhar diferente, mas em clube de massa só uma coisa ajuda nesses casos, que é o retorno da torcida. Quando a fase é boa, pode colocar 11 garotos que ninguém vai ligar, mas quando não, só um já será alvo de crítica. Vou chegar, avaliar o grupo e saber o que podemos fazer não só com a base, mas com todos.

Qual o recado que repassa à torcida e ao seu futuro grupo de jogadores?

Um ano desses, ainda pela Copa Verde, assisti um jogo em que o Remo goleou o Cuiabá (MT), em Belém. Para nós, técnicos, o resultado foi o de menos, mas o que a torcida fez, me fez trabalhar para um dia assumir esse clube. Sei que não será uma tarefa fácil, futebol não é fácil. Sei do tamanho do Remo e vou explicar isso para eles (jogadores) e fazer a torcida jogar junto. É um trabalho em equipe, não só em campo.

Diário do Pará, 26/02/2019

3 COMENTÁRIOS

  1. O Márcio Fernandes, se é descobridor de talentos, deveria dar egetivas oportunidades para os meninos da base como os zagueiros Kevem e Fábio, o volante Pingo, os meias Lailson e Wenderson, o armador David Lima e o atacante Wallace, são todos muito bons. Kevem e Lailson já são realidade. É oportuno dar chance ao armador David Lima e ao menino artilheiro Wallace, posições carentes no time atual.

  2. Gostei muito deste Bate-papo com Márcio Fernandes, ele se lembrou do dia inesquecível em que o Leão goleou o Cuiabá pela copa verde, a vibração da torcida foi tão grande que mexeu com o coração dele. O Leão é o maior do Norte, porque realmente a vibração da imensa Nação Azul é Fantástica . Márcio Fernandes você tem um bom coração, com certeza os craques do Leão vão corresponder com as novas estratégias que só você sabe para melhorar o Time. Sabemos que faz parte da guerra acontecer empates e até alguns revés, porém no final venceremos a guerra, seremos campeões.

  3. acho que o remo acertou agora Márcio Fernandes conhece muitos jogadores e pode trazer alguns jogadores para ajeitar nosso meio de campo que é o pulmão de qualquer clube boa sorte Márcio. torcida vamos para o biênio para receber com festa nosso treinador amem

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