Fábio Bentes
Fábio Bentes

Quase diariamente, nos programas esportivos, surgem manifestações desconfiadas da torcida azulina diante da notícia de que a nova diretoria impôs limites para contratar reforços para a próxima temporada, providência que visa estabelecer uma política menos consumista e mais racional.

Fábio Bentes, ao assumir a presidência, reafirmou princípios que defendeu ao longo da campanha eleitoral. Contratar com responsabilidade, abrir espaço para valores regionais e evitar a todo custo o endividamento irresponsável, como se tornou rotina nas últimas gestões do clube.

A reeducação financeira talvez seja a rota mais sensata a ser seguida pelos azulinos a partir de agora. Décadas de gastança resultaram em parcos resultados em campo e uma montanha de processos trabalhistas.

Bentes sabe onde pisa. Fechar o cofre, impedindo contratações marqueteiras e extravagantes, é caminho fácil para a impopularidade. A torcida foi acostumada a aplaudir a cartolagem que faz média trazendo jogadores que não pode pagar.

São velhos hábitos, enraizados e cristalizados, contra os quais a nova e jovem diretoria remista precisará travar uma batalha quase insana. Os primeiros resultados, já no Campeonato Paraense, irão ditar a convivência entre diretoria e torcida.

Vitórias estarão sempre servindo de régua para avaliar o trabalho. Renovado após o desmanche ocorrido após a Série C, o perfil do Remo deve mudar bastante em relação ao time já modesto de 2018. A equipe terá poucos figurões e apostas em atletas pouco conhecidos, como Geovane e Robson, os primeiros nomes anunciados.

Por fim, em uma concessão aos velhos tempos, há a promessa de aquisição de um “camisa 10 de peso”. Como a realidade do futebol jogado no Brasil não permite enxergar um camisa 10 razoavelmente bom nas principais divisões, nem mesmo na Seleção, não precisa ir longe para identificar um imenso risco de frustração que poderia ter sido evitado.

Blog do Gerson Nogueira, 29/11/2018

3 COMENTÁRIOS

  1. Carlos Alberto, aquele meia, ex Flu, Corinthians, campeão da UEFA com o Porto, Portugal. Está sendo clube m talento ele tem e busca reabrir mercado no país. Acho que aceitaria esse desafio. Se ele quiser jogar, é um craque de bola.
    O Renato Gaúcho e o GREMIO fazem isso no Grêmio e ganham tudo. Recondicionam jogadores que ninguém mais quer.

  2. Sinceramente, concordo parcialmente, simplesmente montar um elenco novo e não manter uma base é um erro igualmente grande. Manter jogadores que deram certo no ano passado como base e completar o elenco com nomes jovens locais ou do sub20 mantém o elenco em patamar de preço razoável e evita erros

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