Baenão
Baenão

Um aniversário sem a cereja do bolo. Nesta quarta-feira (15/08), o Clube do Remo completa 107 anos de sua reorganização e 101 anos da inauguração do estádio Evandro Almeida, o Baenão. Tudo isso, enquanto o futebol tenta quitar salários atrasados com jogadores, comissão técnica e funcionários, depois de, pelo 3º ano consecutivo, ter ficado na 1ª fase da Série C do Campeonato Brasileiro.

Além disso, em um ano fatídico, em que o Baenão – que segue sendo reformado pelo projeto de torcedores “O Retorno do Rei ao Baenão” e pela diretoria de estádio – só sediou 2 dias de treino dos profissionais.

A data é marcante para todo paraense pela celebração da adesão do Estado à independência do Brasil, mas para os azulinos, lembra do momento em que o Remo saiu da regata e das dívidas para se transformar em uma potência.

O Leão nasceu no dia 05/02/1905 para disputar, exclusivamente, regata. Erros administrativos provocaram o acúmulo de dívidas e permitiram o sucateamento das embarcações e demais materiais utilizados na época. Em 1908, o clube foi fechado.

Após 4 anos de inatividade, o então “Grupo do Remo” passou por uma reorganização que recolocou o Leão na água e o levou para novos lares, como o futebol e o atletismo.

“Foi um movimento liderado por Oscar Saltão que, acompanhado de outros grandes remistas, iniciaram a reorganização. O grupo ficou conhecido como ‘Cordão dos Onze’. No mesmo ano, Saltão mudou o Remo de Grupo do Remo para Clube do Remo”, contou o historiador e benemérito remista Orlando Ruffeil, que acompanha os fatos históricos do Leão.

Também participaram Antonico Silva, Geraldo Mota (Rubilar), Jaime Lima, Candido Jucá, Harley e Nertan Collet, Severino Poggy, Mário Araújo, Palmério Pinto e Elzeman Magalhães.

O futebol surgiu em 1913, quando o Leão conseguiu o primeiro título de campeão estadual.

“No ano seguinte, o nosso rival nasceu e foi realizado o primeiro Re-Pa. Adivinha quem venceu? O Remo, é claro! Foi 2 a 1, com gol do mesmo Rubilar que participou do ‘Cordão dos Onze'”, frisou.

Então chamado “soccer” e depois “football”, o esporte tornou-se o destaque do clube que, em 1917, inaugurou o estádio Evandro Almeida, conhecido como Baenão. O local já teve recorde de público de 33.487 pessoas em um Re-Pa válido pelo Brasileirão de 1976, mas por conta de reformas inacabadas, está há 4 anos sem receber jogos oficiais. O último foi no dia 01/05/2014, com uma goleada remista sobre o Independente, pela semifinal do Parazão daquele ano.

As obras na estrutura do Baenão chegaram à 4ª etapa das 10 previstas para a reabertura completa do lugar para receber partidas oficiais. A fase é de finalização do lado da Travessa das Mercês, que ficou sem arquibancadas após a demolição realizada em 2013. O ritmo das obras, porém, depende da quantidade de doações dos torcedores e, portanto, não há uma previsão de quando o espaço será liberado para partidas oficiais.

De acordo com o projeto “O Retorno do Rei ao Baenão”, mais de R$ 450 mil já foram investidos no local. Como forma de impulsionar a participação dos remistas, está sendo realizada uma “vaquinha virtual” para reunir R$ 22 mil necessários para pagar a mão de obra necessária para os reparos das ferragens das arquibancadas.

O Liberal, 15/08/2018

2 COMENTÁRIOS

  1. Gente somos 80% do estado se cada um remista doar 10 ou 20 reais deixaremos no mínimo o estadio pronto…vamos lá remistas …de coração…

  2. O capitão Bellini jogou no Baenão pelo São Paulo em um jogo amistoso contra a Portuguesa dos Desportos, há registos sobre esse jogo?

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