Levy
Levy

A temporada do Clube do Remo foi repleta de frustrações para a torcida, diretoria de futebol e o próprio elenco. A torcida do Leão viu vários jogadores prometerem muito e entregarem pouco, como o centroavante Isac, o atacante Elielton e o lateral-direito Levy.

No caso do ala, a situação é um pouco mais crítica do que a dos companheiros. Dono de uma carreira vitoriosa com a camisa azulina, ostentando 5 títulos estaduais e um acesso nacional, o atleta de 30 anos, cria da base do clube, adentrou no ostracismo, ficando, por vezes, na terceira opção para ocupar a vaga.

Presente em apenas 16 das 36 partidas realizadas pela equipe no ano, das quais somente 5 foram pela Série C, Levy fez um balanço da temporada, tanto individual como coletivamente. O lateral-direito detalhou os motivos pela perda de espaço e o seu descontentamento. Agora, no aguardo de uma definição, as negociações deverão ser difíceis pela quantidade de pendências que o Remo tem em aberto com o jogador. Confira o bate-papo:

Para quem planejou um ano de sucesso, como você define sua temporada no Remo?

Acredito que não foi das melhores, principalmente para o clube. Não tenho dúvida que o objetivo era o acesso. O pensamento, juntamente com a diretoria e com os outros jogadores, era no acesso, mas em determinado momento da Série C, vimos que não tínhamos mais condições devido aos muitos pontos que perdemos em casa. Foi uma vitória permanecer com o Remo na Série C. Por isso, ainda acredito em um balanço positivo. No meu caso, esse ano comecei jogando muito bem, a Série C veio e tive meus altos e baixos, como os outros jogadores. Dei a minha parcela, acredito que nos últimos 10 anos nenhum jogador aqui conquistou mais títulos que eu. Foram 5. Não tenho dúvida que o próximo ano, seja aqui ou não, vou tirar essas lições e levar para a minha carreira.

Quando foi anunciado seu retorno ao clube, uma das poucas posições que era dada como certa no time titular era a sua. Entretanto, você acabou perdendo espaço gradativamente, principalmente na Série C, mesmo com o time passando por reformulação e com 3 treinadores no comando. Por que você não teve chance?

Na verdade, comecei como titular o Campeonato Paraense inteiro, jogando as finais. Veio o professor Givanildo, tive oportunidade de jogar com ele, mas há estratégias que só quem está dentro do clube sabe. Estratégias de jogar fora de casa com uma linha de 4 que, no meu caso, atuaria mais defensivo e nunca abri mão da minha caracteristica ofensiva. Então, muitas vezes, era preterido justamente por ser um cara mais ofensivo. Na Série C, se prezava muito essa linha de 4 mais defensiva. Então, basicamente, atribuo a isso, minha característica de ser um pouco mais ofensivo, em detrimento de não compor muito defensivamente. Fico quase nulo quando não saio para dar passes, haja vista que na Série C, mesmo não jogando a maioria dos jogos, pude fazer um “scout” e fui o lateral que mais deu passes para gol.

Pela sua ligação com o Remo, principalmente nos momentos de adversidade, você acredita que poderia ter ajudado o time a ter desempenho melhor na Série C? Ficou ressentimento com algum treinador?

O jogador profissional que joga no Remo e se contenta em ficar no banco já não merece vestir a camisa. Nunca fiquei contente, mas agora existe uma grande diferença em não ficar contente e respeitar a decisão. Nunca arrumei confusão, sou um cara que agrego, dei o meu melhor. Grande parte da mídia se perguntava o motivo de não jogar e entendia que era circunstância do jogo, de treinador, de momento de partida. Sem ressentimentos, somos profissionais.

Após essa passagem não tão positiva, acredita que esse pode ser um encerramento de ciclo no Leão?

Já tive altos e baixos no Remo. Encerrar o ciclo, não penso, mas o futuro depende de Deus, seja aqui no Remo ou em outro lugar. Uma coisa é certa: não vou parar de jogar futebol. Minha trajetória aqui no próprio clube, já fui xingado pelo torcedor e no outro ano fui amado. Já fui xingado pela imprensa e no outro ano endeusado. Esse ano, pegaram no meu pé e isso serve de motivação. porque significa que as pessoas querem me ver jogando bem, como sempre joguei. Vou continuar lutando, continuar firme. Espero que não se encerre o ciclo, mas se for da vontade de Deus, não posso fazer nada.

Você já teve alguma posição da diretoria para uma renovação?

Tenho contrato até o final de setembro, tenho várias pendências com o clube. Tenho que negociar. Talvez, de todos os jogadores que estão aqui no clube hoje, o mais difícil de negociar seja eu, porque já fiz acordos e, se fizer outro, vai ser em cima de outro acordo. Então é mais difícil negociar, até porque é ano de eleição. Meu pensamento é de continuar. O momento é de negociação, então dificilmente antes da eleição vamos ter uma posição disso.

Como tem planejado esse final de temporada? Já recebeu proposta de outra equipe?

Como disse, é um ano de eleição, então ninguém pode assumir contrato, assinar nada até que tenha a eleição. Até porque não vão se comprometer com uma coisa que ainda nem aconteceu. Estou esperando, já fui procurado por outros clubes para disputar a Segundinha, mas minha prioridade no momento não é essa, até porque tenho contrato até o final de setembro. Pretendo resolver tudo e, se continuar, fazer uma temporada melhor, com mais oportunidades e com mais títulos por esse clube.

Diário do Pará, 19/08/2018

3 COMENTÁRIOS

  1. O Levy veio por causa da pifia temporada do Leo rosa, mas ele não fez por merecer ser titular, muitas vezes o vi perder a bola e não ter comprometimento na volta pra marcar, parecia ta pouco ligando pros gols que saiam nas suas costas. Ele fala em ser ofensivo, mas na parte ofensiva ele pouco produziu. Ele tem que fazer uma análise melhor do seu ano no clube e ver que tem que ser mais tático e comprometido com o jogo coletivo.

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