André Barata
André Barata

Na manhã da última sexta-feira (26/10), chegaram ao fim as atividades do “laboratório”, que tinha como objetivo observar e analisar atletas para um possível aproveitamento no futebol profissional do Clube do Remo para o ano de 2019.

A lista oficial com os nomes dos atletas que tiveram o aval da comissão técnica e da diretoria, conforme o gerente de futebol Ari Barros, foi encaminhada à presidência.

A iniciativa, que durou 3 semanas, encerrou com histórias interessantes entre os participantes. Uma delas envolve André Luiz Pinheiro da Silva, popularmente conhecido pela torcida como André Barata.

Atualmente com 33 anos, o atleta, que iniciou a carreira no futebol de salão azulino, é mais um que aspira uma vaga no elenco do próximo ano e mantém o foco em se reinventar.

Presente no elenco que foi campeão da Série C, em 2005, o meia-atacante foi apontado na época como uma das principais revelações da equipe, devido às participações convincentes em anos anteriores na base e no Estadual.

Porém, a relação “azedou” no ano seguinte, após desperdiçar um pênalti em um Re-Pa, que deu o título ao time bicolor e, consequentemente, causar a sua saída do Leão.

Desde então, o atleta rodou o Brasil, atuando principalmente em clubes do Sul e Sudeste, assim como em times do interior paraense e do exterior. Sua última equipe profissional foi o Pinheirense, por onde atuou em 2015.

A partir daí, Barata optou por retornar ao futsal nos últimos anos para evoluir taticamente e psicologicamente, algo que ele apontou ser o diferencial para voltar ao Leão.

“Tudo que tenho, agradeço ao Remo. Foram mais de 10 anos aqui, conheço todos os atalhos. Se for aprovado, nada melhor que poder voltar agora, com 33 anos, com mais ‘cabeça’ e com a certeza de fazer tudo diferente”, ponderou.

Dos 10 aos 20 anos, André Barata fez parte do dia a dia do Clube do Remo, entre futsal, base e futebol profissional. O jogador lembra que “fazia chover” nas partidas, independentemente do piso.

O jogador garante que o passar do tempo não mudou muito essa característica. Ativo no futsal, por contar com uma dinâmica diferente e mais intensa que o futebol de campo, Barata destacou que o seu conhecimento no esporte será benéfico ao Remo, caso permaneça.

“Estou com uma idade em que as pessoas falam que já estão velhas para o futebol, mas é dentro de campo que damos a reposta. Me cuido e estou no futsal. Passei os últimos 3 meses em Santarém, jogando. Tenho recursos que os dois esportes me deram e que posso demonstrar”, adiantou.

Todavia, mesmo com os argumentos, o profissional sabe que somente o seu desempenho nos treinamentos carimba o passaporte de volta ao Leão. André, aliás, foi um dos integrantes do grupo de observados que menos tempo participou do projeto, em apenas 4 dias.

“Quero voltar ao Remo. Sei que não basta só querer, mas tenho que querer mais ainda. Voltar ao Remo depois de tanto tempo é uma felicidade do tamanho de um coração”, afirmou.

Quando os holofotes viraram a favor, ainda com 19 anos, André Barata relatou que naquele momento, por imaturidade, se deixou levar por algumas circunstâncias que, hoje, garante não fazer mais parte do seu dia a dia.

Por ter chegado ao auge cedo e em um clube de tradição, a sensação de chegar e permanecer no topo foram quase que inabaláveis, sobretudo após o título nacional de 2005. Todavia, Barata afirmou que o tempo tratou de ensinar lições duras e importantes.

“Hoje tenho uma família ao meu lado, sou um homem. Naquele tempo, era um menino, onde fui campeão brasileiro ainda novo. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece. Hoje em dia, tenho uma mente diferente, mais rodado, experiente. Sei como agir”, destacou.

André ainda apontou a iniciativa do Remo como essencial para a formação do elenco, mas também no resgate de frutos que podem e têm vínculos importantes com o Baenão.

“Só minha família e Deus sabem o quanto significa voltar aqui e ter a chance de defender essa camisa que sei do valor. Quem sabe o destino não está separando um momento como esse?”, concluiu.

Sem vasculhar o passado, embora o retrospecto do jogador contenha momentos bons e ruins, a torcida azulina, que ao final de cada temporada sempre é o principal termômetro de avaliação no plantel de jogadores, aproveitou para dar pitaco sobre o possível retorno de Barata.

Joélsio Moraes, de 43 anos, destacou a importância de uma segunda chance, ainda mais para jogadores da terra.

“É um nome conhecido. Se fizer por merecer, que fique. Tem cada jogador ruim que a diretoria contrata de fora, por que não dar uma chance?”, questionou.

No entanto, na mesma pegada, tem aqueles com o pé atrás.

“O Remo precisa buscar jogadores novos, reciclar. Precisa iniciar novos ciclos. Já basta de bater na mesma tecla”, comentou a torcedora Andreza Oliveira, jornalista.

Diário do Pará, 28/10/2018

7 COMENTÁRIOS

  1. Por sempre trazer jogadores que nunca consquistaram nada que o Águia não saiu do zero! Nada a ver comparar Águia e Remo, mas essa questão sim! Não adianta inchar o plantel com jogadores que não serviram no seu auge… Será que serviriam agora?

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