Alex Ruan e Rony
Alex Ruan e Rony

Se a torcida azulina tinha alguma expectativa de um final de ano com contratações bombásticas vindas de outros centros, o novo presidente tratou de jogar um balde de água fria nos mais afoitos.

“Teremos muito pouco tempo para montar o grupo. Em janeiro, os treinamentos já precisam estar começando. Para a próxima temporada, a torcida azulina pode esperar um Leão com uma cara regional, formado por atletas da base, jogadores do futebol local e alguns atletas importados pontuais”, disse Pedro Minowa.

Além do pouco tempo para contatar atletas e negociar contratos, outro ponto que fez o Leão optar por uma saída caseira foi a situação de penúria financeira do clube. Com salários atrasados e praticamente sem recursos no caixa, Pedro afirma que não se pode pensar em investimentos desmedidos.

“Temos alguns atletas que seguem com contrato com o clube e precisamos honrar os compromissos com eles. A situação dos funcionários é ainda mais crítica. Precisamos garantir que eles recebam pelo menos o salário de dezembro e o 13º para começar a ajustar as contas a partir de janeiro”, comentou o novo presidente azulino.

[colored_box color=”yellow”]Relembre o mais recente time regional

Em 2002, após o final de sua participação no Campeonato Paraense, quando foi eliminado pela Tuna, o Remo começou a preparação para a Série B com uma situação crítica na parte econômica e técnica, com resultados desastrosos nos últimos 2 anos.

Foi aí que o então presidente Licínio Carvalho resolveu convidar o presidente do Tiradentes, Abelardo Sampaio, para trabalhar como diretor de futebol.

Após a experiência de transformar o Tigre de um mero coadjuvante para um time respeitado no futebol paraense, Abelardo resolveu apostar na fórmula do “Leão Cabano” para montar o time e os resultados foram ótimos.

Após quase ser rebaixado para a Série C em 2001, o Remo fez grande temporada e foi eliminado na Copa do Brasil apenas nas quartas de final pelo futuro campeão, o Criciúma (SC).

O time, comandado por Samuel Cândido e depois por João Francisco, contava basicamente com atletas de experiência regional, como o zagueiro Magrão, os volantes Chicão e Márcio Belém e o meia-atacante Helinho.

Os atletas de fora do Estado também não eram nomes de impacto. Samuel era um atacante dispensado pelo Paysandu no ano anterior e Rômulo era um meia promissor mas que não foi aproveitado pelo Criciúma (SC). A espinha dorsal desse time conquistaria o Parazão 2003 e 2004, mostrando que a fórmula pode até não dar resultado imediato, mas é uma boa aposta.[/colored_box]

Diário do Pará, 16/12/2014