Remo 3x2 River-PI
Remo 3x2 River-PI

Além da queda, o coice? Denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por incidentes no jogo contra o River (PI), válido pela primeira fase da Série D, o Clube do Remo pode perder o mando de campo de até 10 partidas, além de correr o risco de ser multado em, no máximo, R$ 100 mil. Se for punido, o Leão terá que cumprir a pena em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro e fazer o pagamento imediatamente. O julgamento está agendado para amanhã, a partir das 11h, na 4ª Comissão Disciplinar do STJD, no Rio de Janeiro.

A Procuradoria da Justiça Desportiva denunciou o Remo por infração aos artigos 213 do CBJD, que é não prevenir e reprimir desordem na sua praça de desporto. Se não bastasse, ainda há a denúncia de infração ao artigo 191, que é deixar de cumprir ou dificultar o cumprimento do Regulamento Geral das Competições.

As violações foram cometidas durante a partida entre Remo e River (PI), realizada no dia 14/09, em Bragança. Integrantes de uma torcida organizada do Remo, chamada de “Remista”, uma facção da extinta “Remoçada”, protagonizaram briga generalizada com alguns poucos membros de uma torcida piauiense, apoiada por integrantes de facções do Paysandu.

A defesa do Remo será sustentada pelo advogado Osvaldo Sestário. André Cavalcante, chefe do Departamento Jurídico do Remo, acompanhará de perto o julgamento. Ele irá para o Rio de Janeiro hoje, com um sentimento de que a defesa do clube foi bem sustentada, o que poderá evitar uma pena considerada dura.

“Estamos levando a maior fé”, garantiu, citando os argumentos que podem ser definitivos para o sucesso azulino. “Fizemos a convocação dos órgãos de segurança pública, proibimos a dita torcida de entrar no estádios em jogos do clube, então estamos bem fundamentados”, assegurou.

O árbitro da partida foi Suelson Diorgenes de França Medeiros, que carregou na súmula e informou que a paralisação da partida foi de um tempo estimado em 8 minutos. O árbitro citou a explosão de bombas e pedras arremessadas pela torcida do Remo contra os policiais. Ainda segundo a súmula, foi necessária a intervenção da Policia Militar com uso de gás lacrimogênio para conter o tumulto. De acordo com a visão do árbitro, o efeito do gás invadiu o campo e prejudicou o andamento da partida.

Apesar do cenário negativo, André Cavalcante crê que o clube paraense poderá obter a absolvição. “Trabalhamos baseados nos cenários e acredito que podemos ter sucesso. Será a primeira batalha, porque acredito que caberá recursos tanto do clube quanto da Procuradoria”, analisou.

Será o segundo julgamento desta natureza que envolve o Remo no STJD. O primeiro foi em meados de 2012, que tirou do clube 6 mandos de campo, também punindo o péssimo comportamento da torcida azulina em jogos do Brasileirão da Série D. O Remo recorreu e diminuiu a pena para 4 jogos, cumpridos no Brasileirão deste ano. O Leão não pôde jogar em Belém e optou por mandar os jogos da primeira fase da competição no município de Bragança. Além do prejuízo técnico, também ocorreu um déficit financeiro, pelo fato de não poder realizar jogos diante do maior número de torcedores remistas, em Belém.

Amazônia, 16/10/2014