Remo 1x2 Brasiliense-DF (Raphael Andrade e Rony)
Remo 1x2 Brasiliense-DF (Raphael Andrade e Rony)

O Remo, pela terceira vez, não conseguiu o acesso à Série C do Brasileirão. O empate em 1 a 1 com o Brasiliense (DF), no último sábado (04/10), foi mais um capítulo fracassado da tentativa do Leão de sair da Série D do futebol brasileiro.

O objetivo é perseguido desde 2009, mas com percursos cheios de erros, que costumam chegar ao fim ainda nas oitavas de final. Depois de Vila Aurora (MT), em 2010, e Mixto (MT), em 2012, foi a vez do time do Distrito Federal acabar com as esperanças do torcedor azulino nesta temporada.

Problemas financeiros

O Remo fez um grande investimento para conquistar o Campeonato Paraense e, consequentemente, garantir a vaga na Série D. A folha salarial do elenco girava em torno de R$ 500 mil. Após o título, o clube liberou alguns atletas com altos salários, exemplos de Athos e Leandrão, diminuindo para aproximadamente R$ 380 mil.

Com problemas financeiros, principalmente porque o time não jogaria a primeira fase em Belém, a diretoria optou por não continuar com a política de grandes contratações, escolhendo jogadores locais, casos de Jardel Buiú e Robinho, para reforçar a equipe.

Punido pelo STJD, o Remo teve que jogar todas as quatro partidas da primeira fase da competição em Bragança, sem o apoio maciço da torcida. O gramado do estádio Diogão foi bastante criticado por jogadores e comissão técnica, o que, segundo eles, atrapalhava o desempenho do time. Dois resultados mandando seus jogos longe de Belém – um empate e uma derrota – acabaram contribuindo para que o Leão enfrentasse o Brasiliense (DF). Os quatro pontos perdidos poderiam influenciar no cruzamento com equipes consideradas com um nível técnico mais baixo nas oitavas de final.

Contratações não surtiram o efeito esperado

O investimento do Remo para a temporada surpreendeu. Foram contratados atletas que passaram por grandes times do futebol brasileiro. Alguns, inclusive, estavam disputando a Série B.

Grande parte do pacotão não surtiu o efeito esperado, deixando o Baenão logo após o Parazão e não fazendo parte da campanha na Série D, casos de Eduardo Ramos, Athos, Leandrão, Zé Soares e Diogo Silva. Para completar, Danilo Rios, contratado junto ao Fortaleza (CE), chegou cercado de expectativas, mas entre lesões e atuações apagadas, acabou decepcionando.

Time previsível, com defesa e ataque sem consistência

O técnico Roberto Fernandes sempre procurou repetir a escalação do time titular. Poucas eram as mudanças, mesmo o torcedor sempre pedindo a entrada de Ratinho e Val Barreto. Apesar do entrosamento, a equipe era previsível e tinha poucas variações táticas. As dificuldades estavam na armação, com Reis e Danilo Rios não conseguindo assumirem o papel de meias.

Na defesa, Max e Raphael Andrade não conseguiram repetir as boas atuações do Parazão. Foram 13 gols sofridos em 10 jogos. O ataque também decepcionou. O jovem Rony, que ainda deve evoluir na parte técnica, errava inúmeros gols considerados feitos, enquanto que Leandro Cearense não conseguiu deslanchar.

Jogadores sentiram a pressão da torcida

Era uma unanimidade no Remo de que o time teria um outro rendimento quando jogasse com o apoio da torcida. Parece que o efeito foi o contrário e os jogadores sentiram a pressão do apoio vindo das arquibancadas. Mais de 20 mil pessoas compareceram ao Mangueirão no primeiro jogo contra o Brasiliense (DF). A equipe jogou mal, levou dois gols em 15 minutos e não soube aproveitar a força do seu torcedor.

Globo Esporte.com, 06/10/2014