Julgamento no TJD-PA
Julgamento no TJD-PA

Todos os jogadores de Remo e Paysandu que sentaram ontem no banco dos réus do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJD-PA) têm condições de jogo no domingo. Leandro Cearense teve seu julgamento suspenso e remarcado para a próxima quinta-feira, devido a um erro no processo; Walber levou apenas uma advertência; e Vânderson teve uma pena de um jogo, já cumprido. Depois da igualdade no tribunal, bicolores e azulinos voltam aos treinos para o tira-teima deste domingo.

Acostumados a mostrar frieza e calma dentro de campo, os jogadores da dupla Re-Pa não esconderam o nervosismo e a tensão ao sentar no banco dos réus do TJD-PA. A sessão começou com o caso de Leandro Cearense que, ao contrário do esperado, teve um desfecho rápido. Isso porque a promotoria alterou a tipificação que o atacante estava enquadrado, do artigo 254 para o 254-A, aumentando a pena e desconfigurando o direito à ampla defesa, o que levou à suspensão do julgamento.

“Temos por meta que o direito à ampla defesa seja observado em todos os Tribunais e esta tese foi aceita pela maioria”, explicou o advogado Luiz Neto, que após 11 anos voltou à tribuna do TJD.

Para Leandro, que não precisou depor, a decisão foi um alívio. “Até agora (minutos depois da suspensão) estou tremendo, mas agora meu coração bate forte de felicidade. Estar dentro da área frente ao goleiro é muito mais calmo. Aqui passei do início ao fim tremendo. Até disse para o Paulista que não aguentava mais, mas agora vamos para o domingo para tentar sair como campeões”, disse.

Ele será julgado quinta-feira, no artigo 254-A, que prevê uma pena mais dura. “A pena é mais grave, mas conserva a amplitude do direito de defesa”, diz Luiz Neto.

O segundo julgamento da pauta foi o do meia Walber, expulso após um carrinho no Águia x Remo. A favor do lateral pesava o atenuante de ser réu primário e nunca ter sido expulso na carreira. Como prova, o advogado remista apresentou o vídeo da jogada. Por quatro votos a um, Walber saiu do tribunal apenas com uma advertência, o que mantém sua condição de réu primário. “O advogado do Remo fez um bom trabalho e estou liberado. Nunca frequentei um ambiente de tribunal, estava nervoso, mas deu tudo certo”, disse o lateral.

Em seguida, o volante Vânderson foi a julgamento, o segundo no espaço de uma semana. A reincidência do jogador foi um dos fatores que poderia tê-lo complicado. O advogado do Paysandu, Bruno Castro, de início pediu a suspensão do julgamento, a exemplo do que houve com Cearense, mas o pedido foi indeferido. Então, Castro apresentou como prova o vídeo da jogada em que foi expulso, quase no fim do jogo, e lembrou que o volante não havia feito falta alguma durante o restante da partida, e ponderou que o lance nem falta fôra.

O jogador foi chamado a depor, contou sua versão e convenceu os auditores, que deram apenas um jogo de suspensão, já cumprido. Para Bruno Castro, o resultado foi bom, mas poderia ter sido melhor. “Ele teve a menor das penas, o que foi correto pelo entendimento dos auditores, mas o mais justo seria a absolvição, já que nem falta foi”, alegou.

Para Vânderson, o que importou foi ter ganhado condições de atuar no Re-Pa. “Fiquei preocupado. Um jogo desses todos querem jogar. Com a experiência tento diminuir esses cartões vermelhos, mas tem horas que a paciência vai para longe”, disse.

O Liberal, 01/03/2013