Raphael Claus
Raphael Claus

Após mais um conflito envolvendo a torcida do Clube do Remo, o Leão paraense foi a julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na tarde desta quinta-feira. Na súmula da partida de ida contra o Flamengo (RJ), pela Copa do Brasil, no Mangueirão, o árbitro Raphael Claus acusou um torcedor azulino de ter arremessado uma laranja em campo, que atingiu o seu abdômen. Além do incidente, o árbitro também relatou na súmula uma falha no sistema de som do Mangueirão e, por isso, o Remo será obrigado a pagar uma multa de R$ 2 mil.

Por conta do comportamento inadequado do torcedor, o Leão foi enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: desordens em sua praça de desporto, como lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”. O advogado de defesa do time paraense, Renato Brito Neto, argumentou que, pelas dimensões do estádio, a possibilidade e uma laranja arremessa atingir o árbitro é pequena.

“Com relação à laranja, esse não é o primeiro episódio de que um torcedor infrator se apresentar ao saber do prejuízo que poderia causar ao clube. O Mangueirão é um estádio muito grande e é quase impossível acertar o árbitro. O fato me causa estranheza. O próprio árbitro relata ainda que o fato ocorreu após o término do jogo, o que não atrapalhou a partida”, argumentou durante a sessão, pedindo a absolvição do clube.

O sistema de som também foi alvo do árbitro Raphael Claus. De acordo com a súmula, uma pane fez com que não fosse possível “fazer as orientações sobre o comportamento do público presente e renda”, enquadrando o time nos artigos 211 e 191 do CBJD. Para Brito Neto, não cumpre ao Clube do Remo esse tipo de problema.

“No entender da defesa, o clube mandante é responsável do estádio na medida de subgerência, agora queima de um fusível no som não tem como ser imposta ao clube. É uma situação inusitada e jamais vi isso virar problema no som. Foge completamente do comum de um jogo de futebol. O Mangueirão tem outra forma de informar e de fato houve a divulgação de renda e público. O fato de ter parado o sistema de som não gerou nenhum prejuízo ao bom andamento da partida. A defesa então pede a absolvição do clube”, declarou o advogado.

Os auditores do julgamento, por maioria de votos, decretaram o Remo como culpado no problema do som, tendo que pagar uma multa de R$ 2 mil, mas absolveram o clube do incidente com o torcedor.

Globo Esporte.com, 18/04/2013