Belterra
Belterra

O Remo completa 108 anos no próximo dia 05/02 e um dos maiores feitos do clube nesse período centenário foi o tabu de 33 partidas sem perder para o maior rival, Paysandu. Nesta quinta-feira completam 20 anos do início da hegemonia diante dos bicolores e relembraremos um pouco dos fatos mais marcantes que envolvem esse capítulo do clássico Re-Pa.

O tabu iniciou no dia 31/01/1993. Remo e Paysandu empataram em 0 a 0 pelo Torneio Pará-Ceará. O time azulino jogou com Flávio; Marcelo, Belterra, Gilberto Cametá e Vanderley; Agnaldo, Dema e Serrano (Alex); Edson, Leco e Luciano Viana (Celso Reis). O técnico era Wanderley Carvalho. Segundo o historiador Orlando Ruffeil, que garante ter assistido todas as 33 partidas, esse é o maior tabu envolvendo clássicos na história do futebol mundial.

“A supremacia do Remo naquela época era grande. A única preocupação dos torcedores remistas era saber de quanto seria a vitória. Nesse período, o Remo conquistou o pentacampeonato paraense. Para se ter uma ideia da importância desse tabu, é só olhar um pouco para o retrospecto entre os clubes. Já aconteceram 706 clássicos Re-Pa, com 249 vitórias do Remo e 210 do Paysandu. A vantagem azulina é de 39 vitórias. Só no tabu foram 22. O tabu foi importante, pois aumentou a diferença de vitórias a favor do Remo”, explica.

A hegemonia do Remo durou exatos 4 anos, 6 meses e 24 dias, só sendo quebrada em 1997. No Mangueirão, Remo e Paysandu se enfrentaram e os bicolores venceram por 2 a 0. Quem lembra com detalhes todos os jogos do tabu é o ex-zagueiro Belterra, que ficou de fora de apenas uma partida contra o maior rival e jogou no Remo por sete anos. Atualmente morando em Santarém, o ex-jogador conta qual foi a sua partida inesquecível no maior feito da história do Filho da Glória e do Triunfo.

“Não sai da minha cabeça o jogo que o Paysandu vencia por 2 a 1 e todo mundo pensava que seria o fim do tabu. O Fernando Oliveira tinha entregue o cargo de treinador e o Agnaldo e eu viramos técnicos e jogadores ao mesmo tempo. Tiramos um lateral e um volante e colocamos mais dois atacantes. Ficamos com cinco jogadores dentro da área do Paysandu. Viramos a partida em 11 minutos. Foi inesquecível. É uma satisfação fazer parte desse fato que marcou a história do Remo.

É comum os torcedores do Remo contarem até 33 nos dias de clássico Re-Pa. É uma forma de mostrar que o tabu ainda está presente na memória dos remistas. Para o auxiliar de vendas Marcelo Veiga, de 45 anos, que assistiu algumas partidas do feito, o Paysandu pode ter mais títulos, mas nunca vai chegar perto do tabu de 33 partidas sem perder para o Remo.

“Eles falam de Série B e uma Copa dos Campeões que nem existe mais. Ainda ficam fazendo gozação com um 7 a 0 que aconteceu na era amadora, mas o tabu de 33 jogos foi conquistado pelo Remo na era profissional, nos anos 90. É a maior glória do Remo e o Paysandu vai ter que conviver com isso. O maior rival pode ganhar tudo, mas esse tabu vai ficar preso na garganta para sempre, pois é insuperável”, disse.

Confira os jogos do histórico tabu

Globo Esporte.com, 31/01/2013