Justiça
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Alguém (CBF ou FPF) vai precisar explicar direitinho a recusa do delegado do jogo PFC x Genus (RO) à liminar concedida pelo juiz da Comarca de Ananindeua, no último sábado. O deboche na resposta ao Oficial de Justiça, conforme relato do próprio, é outro aspecto a ser observado. Autoridade da Federação sugeriu graciosamente que o oficial levasse o documento até Salinas.

O desrespeito à ordem judicial, que afronta princípio básico do estado de Direito, se completou com a firme rejeição dos dirigentes do Paragominas. Em entrevista às rádios e emissoras de TV, o presidente do clube avaliou a liminar como manobra do Remo e fez questão de assumir que não iria acatá-la em seu estádio. Comunicada por via eletrônica, como a legislação permite, a tropa da Polícia Militar se retirou, acatando a ordem de suspensão da partida.

Diante de tudo isso, soa esquisita a manifesta disposição da Federação de aguardar a notificação judicial, quando isso já ocorreu no próprio sábado. Não se discute decisão judicial, cumpre-se.

Juízo de valor sobre a decisão e suspeitas sobre o interesse do Remo na história não deveriam nortear o comportamento do delegado, a quem cabia acatar e cumprir a determinação do magistrado. Pelo princípio do domínio do fato, consagrado por Joaquim Barbosa no julgamento do “mensalão”, seus superiores também são responsáveis pela insubordinação. Simples assim.

Blog do Gerson Nogueira, 11/06/2013