Fenômeno Azul
Fenômeno Azul

Não é de hoje que o Re-Pa é conhecido por mudar a rotina da cidade. O clima fica com um ar de rivalidade e mesmo aqueles que não são tão fãs do esporte bretão penduram suas bandeiras em janelas e tiram o uniforme empoeirado do armário. O trânsito é modificado para que o fluxo no estádio fique mais fácil e o acesso dos torcedores não se torne travado. O ponto ruim do maior clássico do futebol nortista sempre foi um calo no sapato dos verdadeiros apreciadores do futebol: a violência gerada pelos confrontos entre as duas maiores torcidas do Estado.

É comum ouvir o relato de brigas generalizadas nos arredores do estádio em dias de Re-Pa, o que sempre serviu para alimentar o discurso dos que falam que futebol gera violência. Para aqueles que generalizam os torcedores com vândalos, o espetáculo desse domingo foi de fazer inveja aos grandes clássicos mundiais.

Desde a chegada ao estádio, era notória a tranquilidade na qual o ambiente estava. Remistas e bicolores caminhavam entre os setores externos sem sair da provocação saudável que sempre foi uma marca registrada do futebol. Entre os torcedores, podiam-se notar aqueles que ainda buscavam incitar o antigo espírito de violência, enquanto portavam camisas de torcidas organizadas banidas e faziam gestos e gritavam em alto e bom tom os nomes que hoje em dia não deveriam mais ser verbalizados. A coragem dos mesmos logo se esvaía quando membros da polícia passavam.

O policiamento também estava digno de nota neste domingo. Em número massivo, membros do policiamento do estádio fizeram valer a ordem nas filas e organização da estrutura do Mangueirão. Dentro do campo, o clima de provocação e rivalidade continuou, mas sem nenhuma exaltação por parte de ambos os lados do estádio. Um Re-Pa para ficar na memória dos torcedores. Talvez não pelo nível técnico, mas pelo clima de futebol de verdade, sem apelação e sem violência. E que venha outro clássico para a torcida paraense dar um show, de amor, de coração e da cordialidade entre os rivais.

Diário do Pará, 25/02/2013

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