Belterra
Belterra

Jorge Wilson Whangon Coelho representa uma categoria a parte na história do futebol paraense. Zagueiro classudo, elegante e, acima de tudo, leal. Nunca recebeu cartão vermelho por falta violenta. Jogador inteligente, pegava a bola e partia com ela até o meio de campo para armar jogadas. Campeão paraense 10 vezes, marcou época com as camisas de Paysandu, Remo e Tuna. Principalmente com a azulina, onde conquistou oito títulos estaduais e participou de 32 dos 33 jogos do tabu entre 1993 e 1997. Esse é o inesquecível zagueiro Belterra.

Revelado para o futebol paraense pela Tuna, conquistou o último título estadual da história do clube, no Parazão de 1988. O bom futebol seduziu os dirigentes azulinos que o levaram para o Baenão em 1989 e, de cara, ele conquistou um tricampeonato em 1989/90/91. Sua participação foi tão decisiva no pentacampeonato entre 1993 e 1997 que a torcida azulina o “perdoou” pelo título vestindo a camisa do Paysandu em 1998.

Belterra, ao lado de Abel, Marinho, Mesquita e Dema faz parte do seleto grupo de cinco atletas campeões estaduais pelo trio de ferro da capital – Remo, Paysandu e Tuna.

Entre as muitas emoções vestindo a camisa azulina, uma fala mais forte ao zagueiro – o dia em que ele venceu um Re-Pa como técnico e jogador ao mesmo tempo. “Tínhamos acabado de perder a Copa Norte para o Rio Branco (AC) e a direção demitiu o técnico Luisinho há três dias do Re-Pa. Agnaldo e eu assumimos o jogo e saímos perdendo por 1×0. Como a derrota não nos interessava, resolvemos partir com tudo e colocamos o time com cinco atacantes. Viramos o jogo faltando 11 minutos para o seu final e vencemos por 3×1”, lembra o zagueiro. Aquele foi o último jogo do tabu de 33 jogos e garantiu à torcida azulina, além da gozação pela vitória, o título do primeiro turno do Parazão 1997. Foi muita festa.

Diário do Pará, 13/04/2013