Ailton, o Predestinado
Ailton, o Predestinado

O confronto entre Remo e Flamengo (RJ), nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, marca o reencontro de um ídolo com o seu ex-clube. O auxiliar técnico rubro-negro Ailton Ferraz fez história no Leão entre os anos de 1999 e 2000. O lance mais marcante do ex-meio-campista com a camisa azulina foi o gol do título estadual remista em 1999, justamente sobre o maior rival, o Paysandu. Após retornar a Belém, agora à serviço do Flamengo, Ailton relembra com carinho os momentos que morou na cidade e explica a importância do título do Parazão para a sua carreira.

“Cheguei aqui e passou um filme na minha cabeça. Tinha operado o joelho, acompanhei o time de muletas, tive a oportunidade de chegar à final e ainda fiz o gol do título. Foi muito bom pela persistência que tive. Muitos achavam que eu não ia conseguir, mas o grupo me ajudou e fico muito feliz de poder retornar aqui. É uma felicidade total”, revela.

O gol que fez na final do Campeonato Paraense de 1999 não foi o primeiro de Ailton que decidiu um título. O ex-jogador pode ser considerado um verdadeiro “pé quente”. Quatro anos antes, quando chegou ao Fluminense (RJ), Ailton deu a assistência para Renato Gaúcho marcar, com a barriga, o terceiro do tricolor sobre o Flamengo na final do Carioca. No ano seguinte, em 1996, fez o segundo gol do Grêmio (RS) na final do Brasileirão contra a Portuguesa (SP), vencida pelos gaúchos por 2 a 0.

O bom retrospecto em momentos decisivos rendeu ao meio-campista o apelido de “Predestinado” pela torcida paraense. Porém, antes de jogar a final do Parazão de 1999 contra o Paysandu, Ailton passou por momentos difíceis. O meio-campista foi submetido a uma cirurgia no joelho direito. A operação foi em Belém e todo o processo de recuperação teve que ser longe dos familiares. Como não estava 100% recuperado da lesão, o meia teve que assinar um termo de responsabilidade para entrar em campo na final.

“É com bastante alegria que recebo esse apelido. Sem dúvida que a gente trabalha sempre muito forte, sempre acreditei muito no potencial que Deus me deu e fui presenteado com o gol do título aqui, quando passava por um momento difícil. Estava com uma operação no joelho, fiz um gol em um campeonato em que eu driblava o goleiro e a bola não entrava, ia na trave, mas fomos coroados com um gol muito importante, que nos deu um título muito importante aqui dentro do Paraense”, relembra.

Após dois anos jogando no Pará, Ailton Ferraz ficou acostumado com o fanatismo da torcida azulina, sempre presente em grande número nos jogos do Remo. Por isso, para o auxiliar técnico rubro-negro, o fator casa deve ser tratado com cuidado pelos jogadores do Flamengo.

“O Mangueirão deva ficar lotado, não tenho dúvidas. A torcida empurra mesmo o time. Já falamos isso para os atletas, eles estão acostumados porque a torcida do Flamengo também empurra e sabemos que vão ter muitos flamenguistas aqui amanhã, mas queria deixar o meu abraço para a torcida (do Remo), agradecer o momento que tive aqui. Sem dúvida que a gente leva sempre um pouquinho do time no coração”, finalizou.

Globo Esporte.com, 02/04/2013