Fenômeno Azul
Fenômeno Azul

A frustração por mais uma derrota em um jogo decisivo poderia ser grande, mas ainda no estádio, com os gritos de “Remo”, a torcida azulina mostrou que continuaria a apoiar. E ontem confirmou a postura ao receber o time com aplausos e mensagens de apoio na reapresentação. Para os jogadores, o reconhecimento pelo esforço foi importante para curar a “ressaca” da segunda-feira e começar a caminhada em busca do título do segundo turno.

Assistir os noticiários esportivos e se deparar com a festa do rival, inclusive em rede nacional, maltratou ainda mais os jogadores do Remo na segunda-feira. Quando todos já esperavam uma reapresentação marcada por cobranças, o Fenômeno Azul proporcionou uma grata surpresa: dezenas de torcedores se posicionaram nas arquibancadas do Baenão para receber os jogadores, o que emocionou alguns deles. “Isso ajuda muito, tranquiliza a gente para continuar dando sequência ao trabalho que vinha fazendo”, disse o zagueiro Carlinhos Rech.

Para outro zagueiro, Henrique, a manifestação ajudou até a relaxar após uma noite em que não conseguiu dormir. “Fiquei com os lances na cabeça, a adrenalina alta ainda. Segunda foi de ressaca, a gente não tem fome ou força para fazer outras coisas”, disse ele, que não ficou de todo surpreso com o gesto da torcida. “Acesso a internet e vi 100% de comentários sobre o jogo apoiando. Não vi crítica nem ninguém jogando a toalha. Isso nos dá mais força”, disse ele, que garantiu que a perda não abalou a união dentro do Remo. “Todos ficamos tristes, mas é passado. Perdemos, paciência. Estamos juntos de novo: diretoria, treinador, elenco e torcida”, garantiu.

A demonstração de desprendimento maior de Henrique se deu ao comentar a atitude de Yago Pikachu, que foi provocar a torcida remista após o fim do jogo. Para Henrique, o bicolor aprendeu a lição e não deve mais repetir o gesto. “A minha família estava lá, a do Branco e de vários outros também. Ele foi lá fazer gestos osbcenos e coisas que não deveria fazer. Mas cada um tem sua cabeça. Creio que ele não vai repetir mais isso”, disse.

Para Carlinhos Rech, atitudes como essa devem mesmo ficar no passado, até para que o Remo se preocupe mais com suas próprias atitudes. Isso vale também para o aprendizado que deve ser tirado da derrota que veio no momento que não poderia. “Temos que ver junto com o treinador os erros para não repetir na próxima partida. Se tivéssemos perdido antes, talvez mudássemos alguma coisa para o o jogo da final”, disse ele, que considerou que as vitórias passaram ao Remo uma sensação mal interpretada de sucesso.

“Quando a gente ganha, está tudo bem. Não precisamos pensar muito no que aconteceu, no comportamento dentro de campo, porque é vitória e tudo está certo, mas a derrota faz a gente pensar na atuação e nos erros que houve no jogo para consertar”, declarou, para depois pedir que os jogadores vivam cada dia como se fosse o último, dedicando-se igualmente aos treinamentos e jogos da equipe no Campeonato Paraense.

O Liberal, 05/03/2013