Eduardo
Eduardo

O meia-atacante Eduardo, de 23 anos, um dos mais novos contratados do Remo, desembarca hoje em Belém trazendo na bagagem um fato bastante curioso, para uma época em que o jogador profissional costuma vir das chamadas divisões de base dos clubes. Com Eduardo, a coisa não funcionou desta maneira. Antes de começar na profissão, ele atuava como manobrista em um estacionamento de um grande banco instalado em Rio Branco (AC). Ao mesmo tempo em que pegava no volante, Eduardo sonhava com a carreira de caixa de banco. O objetivo, claro, era trocar o trabalho mais pesado e o salário minguado por uma atividade mais tranquila e uma quantidade maior de dinheiro no bolso.

Mas o destino preferiu colocar Eduardo em campo, correndo atrás da bola a ficar atrás de um balcão bancário. O atleta começou sua carreira em 2010, defendendo o São Francisco (AC) e, em 2011, por conta do bom futebol apresentado na estreia, estava no Independência (AC). Este ano, o meia-atacante conquistou o seu primeiro título como profissional, defendendo o Andirá (AC), campeão da Segunda Divisão do Acre.

No time andiradense, Eduardo foi o principal artilheiro da competição, o que despertou, claro, a cobiça de outras equipes do futebol do Estado vizinho. O próprio jogador se surpreendeu com a ponta da tabela de goleadores da competição, conforme revelou a um site acriano. “Para mim foi uma grande surpresa. Sinceramente, ainda não esperava por esse momento tão cedo, mas estou muito feliz”, disse, na época. Entre os clubes que tentaram a contratação do jogador foi o Atlético (AC) e a Adesg (AC), mas ele preferiu manter a palavra com os dirigentes andirenses.

Eduardo, que é formado em administração por uma faculdade particular de Rio Branco, foi revelado para o futebol pelo treinador Anibal Honorato, então treinador do São Francisco, em 2009. Na época, Eduardo dividia o seu tempo entre o trabalho de manobrista e o de jogador de futebol. Empolgado com os gols que começou a marcar, Eduardo passou a se aplicar mais na profissão. “A cada gol na temporada, minha confiança crescia e isso foi fundamental para eu conseguir o resultado desejado que era a artilharia e a permanência do Andirá na primeira divisão”, contou o atleta.

Os gols criaram o assédio da mídia e o reconhecimento do torcedor fez o artilheiro pedir demissão da empresa onde trabalhava para ganhar a vida a partir de agora não com as mãos nos volantes dos carros alheiros, mas com as pernas habilidosas que desconcertam defesas adversárias e apavoram os goleiros. “Estou apostando nisso, mas sei que futebol é hoje, mas não é amanhã, tanto que consegui com muito esforço uma formação superior para garantir o meu futuro”, disse.

O Liberal, 26/12/2012