Henrique
Henrique

Se os clubes profissionais têm sofrido os impactos do novo coronavírus, com a incerteza quanto ao retorno aos gramados, as dúvidas são maiores ainda quando se fala nas categorias de base.

Sem competições até antes do início da fase de isolamento social, nesta temporada, o desenvolvimento dos atletas que, pela ordem natural, sobem para o profissional, tem tido prejuízos com consequências que podem demorar a serem dirimidas.

Em entrevista recente, o presidente do Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro (MCFFB), Eduardo Freeland, que também é gerente das categorias de base do Flamengo (RJ), fez observações sobre o momento.

“Já ouvi de alguns clubes que estão encerrando (a base). A gente já tem notícia de que clubes fizeram demissões de profissionais ou estão suspendendo as atividades por tempo indeterminado, mas também se a gente for pensar em um percentual, ele é baixíssimo”, disse.

Em termos de futebol paraense, essa situação ainda não acontece. Os clubes estão com seus trabalhos suspensos, mas a base continua tendo atenção e realizando trabalhos remotos.

“O trabalho foi prejudicado, mas acredito que o mais importante é a saúde dos atletas. Por isso, estamos parados desde o dia 20/03. O importante é esperar isso passar”, afirmou o dirigente remista Marcelo Souza.

O nível de integração do Sub-20 com o profissional se constata na quantidade de jovens que vêm sendo aproveitados no elenco de cima.

“Alguns jogadores da base têm contratos profissionais, inclusive sendo aproveitados no elenco de cima, como o Ronald, Wallace, Warley, Ruan, entre outros, que estão no grupo do técnico Mazola Júnior”, citou.

O Remo ainda consegue manter suas contas razoavelmente equilibradas, o que inclui a base, em especial o Sub-20, categoria praticamente integrada ao profissional. O técnico azulino John Fabrício comentou que seu elenco estava em boas condições de treinos e que esse trabalho terá que ser reiniciado.

“Estávamos nos preparando muito bem antes de toda essa pandemia se iniciar, inclusive participando de um campeonato paralelo à preparação da equipe. Agora, com a parada de tudo, estamos tentando minimizar os prejuízos da preparação com uma cartilha montada pela comissão técnica da base”, lamentou.

O início da temporada e das competições é algo está no rol de esperanças do treinador, mas não das certezas.

“Temos esperança e muita fé que o campeonato estadual seja realizado no segundo semestre. Estamos torcendo para que tudo seja resolvido o mais rápido possível sem nenhum perigo para todos os atletas, comissão técnica e todos envolvidos nas competições”, completou John.

Outro desafio para as equipes é acompanhar o trabalho isolado dos jogadores. Para as jovens promessas do Leão, manter a forma longe dos companheiros e da comissão técnica é uma missão nova.

O volante Henrique relatou como tem sido a rotina para se manter em forma.

“Estão nos passando treinamentos voltados para manutenção corporal, para evitar lesões quando a rotina de treinos voltar ao normal. Estamos cientes que não podemos parar nunca de treinar”, afirmou o azulino, ciente de que há uma luz no fim do túnel com a volta futura aos treinos e a chance de subir para o profissional.

“A gente fica mais animado quando algum atleta da base chega ao profissional, dá um ânimo maior para trabalhar, por que a gente sabe que pode chegar lá”, concluiu Henrique.

Diário do Pará, 23/05/2020

2 COMENTÁRIOS

  1. Investir na base é fundamental para o resgate do Remo, falta dar maiores oportunidades aos moleques. Meninos como Ronald, Hélio, Pingo e Wallace deveriam ser titulares do time atual.

    Um bom time para começar:

    Vinucíus;

    Hélio (*), Jansen, Fredson e Ronald (*);
    Pingo (*), Djalma, Packer e ER;
    Wallace (*) e Ermel.

    (*) meninos da base.

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