Baenão
Baenão

Acompanho o Clube do Remo desde a década de 1970. Desde quando me entendi por gente e passei a saber da existência dos dois grandes clubes de futebol do Estado do Pará, de imediato me apaixonei pelo azul-escuro firme e imutável do Clube do Remo. Além disso, marca para sempre o hino dos atletas azulinos, letra e melodia sem rival neste planeta. Marcante também é o seu escudo, com as letras “C” e “R” entrelaçadas.

Fui aos poucos tomando consciência aos poucos desses detalhes exclusivos desse clube de grande popularidade, seguramente o maior e mais querido do Estado do Pará.

Ficaram para sempre na memória deste azulino as glórias dos anos 1970. Hoje, leio com tristeza sobre as dificuldades cíclicas, que parecem não ter fim, que tristemente envolvem a instituição do Clube do Remo.

Fazendo um diagnóstico dos problemas que vêm consumindo pouco a pouco o clube, posso visualizar alguns e, listando os problemas, as soluções vão sendo apresentadas.

Um dos grandes males, geradores de todos os outros, é a estagnação administrativa pela falta de visão profissional de seus gestores. O futebol azulino parou no tempo. O esporte ficou estacionado nos anos 70, sua fase mais áurea, apesar de ter dado alegrias a seus torcedores também nos anos 90, com a memorável sequencia invicta diante do rival listrado. Merece destaque também o campeonato estadual 100% de 2004.

É olhar para o nosso estádio – ampliado em 1972 para o campeonato nacional – e ver que ele materializa a nossa estagnação. Comparo o estádio Evandro Almeida a um Fusca 1972, que mesmo passando por requintada reforma, ainda será um Fusca 72. É preciso demoli-lo e construir outro, atual, moderno, funcional.

O pensamento, os métodos, o modo de agir, tudo ficou naquela época, não se dando conta da evolução que sofreu esse esporte em todo o mundo. Essa questão de ter parado no tempo vem refletindo e pesando, a cada vez com maior influência, na parte financeira, vez que, a exemplo do que ocorria naquela época, a maior fonte de recursos ainda está nas bilheterias.

O Remo não se preparou para o futuro. Em certa época, houve até um progresso na parte social, quando foi adquirida uma área de lazer nas proximidades de Benfica, mas que logo foi tomada pela Justiça Trabalhista justamente pela imprevidência financeira. Um passo à frente, porém dois passos para trás. Essa área, bem cuidada e trabalhada, daria hoje ao clube uma maior participação de seus sócios, gerando à instituição uma renda extra e valiosa.

O Remo é aquela pessoa que, por viver em eterna dificuldade financeira, é obrigado a vender o almoço para comprar a janta. Vê-se isso quando, por exemplo, se negocia um jovem valor, a troco vil, por absoluta necessidade de honrar os compromissos mais imediatos. Vê-se isso quando se enche a nossa camisa azul de marcas e letras, aceitando em troca patrocínios irrisórios, tão distantes do que a marca e a tradição azulina representa.

Enfim, muitas são as dificuldades em que o Remo se encontra, não de hoje, mas de há duas décadas, ao menos. Tais dificuldades foram sendo formadas ao longo de sucessivas administrações.

Por isso, aproveitarei o espaço que esta página eletrônica disponibiliza, para mais tarde manifestar-me sobre outras doenças que afligem o “Mais Querido”, bem como propor devidas terapêuticas para que o Clube do Remo volte de vez aos seus dias de glória no Estado, na região Norte e no Brasil.

Avante, Grêmio de Periçá!

Texto enviado por: Antonio Valentim » Dois Vizinhos – PR

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