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A temporada do futebol profissional do Remo chegou ao fim, mas o Departamento Jurídico do clube segue trabalhando para tentar “arrumar a casa” e quitar débitos pendentes.

O diretor jurídico do Leão, Pieto Alves Pimenta, falou da situação azulina e fez um balanço do ano. Mesmo com o clube em dias com salários de jogadores, comissão técnica e funcionários, o Remo busca solucionar as dívidas trabalhistas.

Novo na função de diretor jurídico, Pietro falou da força tarefa que o seu departamento teve que desempenhar para quitar débitos e mostrar que é possível ter um clube administrável, principalmente, se tiver apoio.

“Ainda teremos bastante trabalho até o final do ano, mas o saldo é positivo. É importante frisar que um bom trabalho no Departamento Jurídico requer alguns fatores. Um deles é a colaboração da presidência e gestão como um todo, enxergar isso como importante e dar o suporte financeiro e estrutural. A partir disso, podemos contratar um escritório de nossa preferência, com prática no mercado jurídico na área trabalhista, que é a mais crítica do clube”, comentou.

O clube desenvolveu uma fórmula de concentrar os débitos em uma só vara da Justiça do Trabalho. Essa ação proporciona ao Remo um tempo, mas sem risco de ter bens bloqueados pela Justiça de outros Estados.

“Conseguimos colocar as sentenças nas filas centralizadas e, assim, temos fôlego, pois teríamos várias execuções ocorrendo em vários locais diferentes. Estamos pagando na 16ª Vara uma quantia alta, mas ainda assim estaríamos tendo patrimônios bloqueados por outros juízes do Trabalho. É um alvo de atuação muito forte. Tínhamos muitos processos em Fortaleza (CE), São Paulo (SP), que rotineiramente estavam bloqueando bens e patrimônios. Conseguimos desenvolver uma tese jurídica, para que esses processos fossem encaminhados para uma vara centralizada na ordem de preferência do credor”, disse Pietro.

O diretor jurídico azulino explicou as situações de acordos firmados com credores. Pietro comemorou vitórias conquistadas pelo clube e contou que esse tipo estratégia desenvolvida pelo Remo não faz o clube sofrer tanto.

“Fechar acordos não necessariamente é reduzir valores. Existem processos que optamos por não fechar acordo e que, na sentença feita pelos juízes, conseguimos um valor bem inferior ao que seria acordado. Isso é uma grande mudança que implementamos, deixamos de realizar qualquer acordo e empurrar o processo”, comentou.

Pietro frisou a importância de ter apoio do clube em momentos cruciais. O diretor comentou que, para diminuir as dívidas, é necessário investir em alguns processos e que isso possui um custo alto, mas que compensa no final.

“Ter o apoio e compreensão como um todo é importante. Investir um recurso para conseguir resultado jurídico é necessário, principalmente nos depósitos de recursos. Durante muito tempo, o Remo era condenado, simplesmente não fazia nada e deixava o processo ir para a execução. Hoje não entendemos dessa forma. Fazemos uma análise de mérito, pois cada recurso na Justiça do Trabalho precisa ser pago. Dependendo do processo, paga-se até R$ 14 mil. Exemplo disso foi com o atleta João Victor, que ganhou um processo de R$ 400 mil, mas recorremos e conseguimos reverter em um pouco mais de R$ 20 mil”, apontou.

O Liberal.com, 11/10/2019