Fábio Bentes
Fábio Bentes

Antes de mais nada vou me apresentar a vocês. Sou Fábio Osório Bentes, 41 anos, contador, publicitário, pós-graduado em Marketing, possuo mestrado em gestão pública, tenho cursos de gestão esportiva, marketing esportivo e gestão do futebol. Frequento a arquibancada do Baenão e do Mangueirão desde os 5 anos de idade. No Remo, fui Diretor de Marketing, vice-presidente, conselheiro e secretário do Conselho Deliberativo. Faço parte do movimento de sócios e torcedores “MudaREMOs”, que tem por objetivo a mudança da forma de gerir o clube do Remo, porque hoje se administra do mesmo modo que se fazia nos anos 70 e 80 e a gestão esportiva mudou bastante de lá pra cá. Estamos buscando agregar pessoas que pensem da mesma forma, que queiram essa mudança e trazer gente honesta e preparada para dentro do clube do Remo.

Ser presidente do Remo não é uma missão fácil, os problemas são do tamanho da imensa Nação Azulina e hoje precisamos de profissionalismo. É preciso fazer um choque de gestão no clube. Primeiro, partiremos de uma auditoria externa e independente para termos a real situação que se encontram as finanças. A partir disso, implantaremos o “caixa único” (hoje inexistente) onde iremos controlar todas as receitas e despesas do clube. Alem disso, iremos fazer uma redução imediata de despesas para que o Remo se adeque as receitas. Não se pode comprometer a gastar mais do que se arrecada, porque assim que se acumularam os débitos que tanto atrapalham a vida do Remo nos dias de hoje. Paralelo a isso, iremos revisar contratos e tentar melhorar com isso a receita do clube. Teremos um setor especializado em captação de investidores com pessoas da área preparadas para buscar parceiros que queiram associar ao clube do Remo. Já temos inclusive interessados em investir.

No futebol profissional, iremos gerir com responsabilidade. Precisamos hoje estruturar o departamento com profissionais e condições dignas de trabalho. Não pode faltar o básico, como já aconteceu em anos anteriores. Esse planejamento tem que estar de acordo com as finanças do clube para que não aconteçam atrasos salariais. Já tive uma conversa inicial e iremos manter o Netão para 2019. Acredito que ele está pronto, é um profissional de qualidade, estudioso, que conhece o Remo e está por dentro do que é o futebol hoje.

É preciso ter mais critérios nas contratações, chega de trazer “carrada” de jogadores de fora. Muitas das vezes contratam jogador só pelo vídeo que é mostrado, nunca vi jogador ser ruim no vídeo! Um bom elenco precisa ser montado a partir de alguns critérios: 1) Jogadores remanescentes de 2018; 2) Jogadores da base que irão subir; 3) Jogadores regionais que se destacaram em 2018 no Campeonato Paraense e Segundinha; e 4) Jogadores de fora que serão trazidos seguindo critérios técnicos e táticos, a partir de uma analise de desempenho do atleta nas temporadas anteriores.

Iremos implantar um setor específico para isso e equipar com toda a estrutura necessária para um boa análise. A economia que teremos em não contratar “às cegas” irá ajudar muito a trazermos jogadores de qualidade para resolver as deficiências do elenco. Importante frisar que já temos um grupo de analistas que acompanhou a Série D e ainda estão acompanhando as Séries B e C do Campeonato Brasileiro e, com isso, estamos montando uma lista de pelo menos 5 opções de jogadores por posição.

Já estive diretor de marketing do Clube do Remo e, sob minha gestão, o Remo foi reconhecido nacionalmente pelo site “Marketing Esportivo” e premiado pela Ambev por se destacar nessa área. Além disso, tivemos grandes ações: camisa 33 (rendeu mais de R$ 1 milhão de lucro), camisa dos 110 anos, maior sócio-torcedor da história do clube em 2015/2016 e a estratégia das Lojas do Remo, que foi idealizada por mim, em 2015, momento quando o clube ganhava com licenciamento de produtos cerca de R$ 3 mil mensais e, com a criação das lojas, fechou o ano de 2017 com uma media mensal de R$ 80 mil.

Acredito que pela força que a torcida já mostrou, o marketing é o principal vetor para gerar “dinheiro novo” no clube, deixando de depender apenas de bilheteria, que é um erro cometido ano apos ano. Precisamos mostrar para o mercado a vantagem de se associar com a marca Remo, que está entre as 3 marcas mais conhecidas do Estado do Pará e isso sei bem como fazer, pois trabalho com isso na minha vida profissional há 20 anos.

O Remo é o clube de Belém com o maior e mais valioso patrimônio material (bens) e imaterial (torcida). No patrimônio material, destaco que temos ele subutilizado, já que o Baenão está fechado, a sede social não possui atrativos para o sócio frequentar e a sede náutica, hoje, funciona apenas para treino de atletas. Iremos mudar essa realidade, reabrindo o Baenão pra jogos, tornando a sede social um local atrativo, implantando a estrutura necessária para que o sócio volte e iremos ter um melhor aproveitamento da sede náutica, transformando-a em um complexo esportivo e cultural para que possa ter múltiplo uso, se integrando ao projeto “Feliz Lusitânia”.

Com relação ao patrimônio imaterial (torcida), iremos dar o valor devido, agindo com a transparência esperada por todos, publicando continuamente não só as prestações de contas, como também tornando público todos os atos da nossa gestão. Com isso, esperamos reconquistar a confiança desse torcedor e ter ele cada vez mais próximo do clube, porque só assim conseguiremos vencer todos os desafios que temos para enfrentar na gestão do clube.

O Baenão será nossa prioridade porque entendo que além do valor afetivo de voltar a jogar no nosso estádio, essa questão tem uma importância direta nas finanças do clube. Jogar hoje no Mangueirão representa uma despesa maior, em torno de R$ 40 mil a R$ 50 mil por jogo, com aluguel, catracas, seguranças, lanches, grades, quadro móvel. Além disso, hoje o Remo não recebe nada com a venda dos bares e estima-se uma receita líquida de R$ 30 mil a R$ 40 mil por jogo com a venda de bebidas, valor esse que passaríamos a ganhar se jogássemos no Baenão. Então entendo que qualquer recurso aplicado ali, teríamos um retorno do mesmo em curto prazo e, portanto, basta boa vontade para conseguir terminar o que precisa pra reabrir o estádio.

Estive conversando com o projeto “Retorno do Rei”, que vem fazendo um trabalho belíssimo na recuperação do estádio e estima-se que com no máximo R$ 600 mil se consegue reabrir e iremos fazer isso em parceria com o grupo do projeto, que já tem o planejamento montado e sabe exatamente o que precisa ser feito.

Por Fábio Bentes, candidato à presidência do Remo.

Blog do Gerson Nogueira, 17/09/2018

2 COMENTÁRIOS

  1. Ok, mas como ele vai reabrir o baenão? Já tem o dinheiro? E a sede? Já tem de onde tirar fundos para melhorá-la? Prometer essas coisas, qualquer um promete, mas nunca dizem como vão cumprir essas promessas. Acho que o entrevistador deveria fazer esses questionamentos para os candidatos.

    • Não foi uma entrevista, foi uma carta de apresentação do candidato, mas que foi publicado pelo Gerson Nogueira, em sua coluna.
      Pelo que ele disse, para algumas situações já tem conversas avançadas, para outras, sabemos que somente com o sucesso do clube nas competições e a transparência da gestão para o dinheiro entrar.

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