Pedro Minowa
Pedro Minowa

A eleição presidencial do Clube do Remo está em fase de definição. Está agendada para o dia 08/11 e, há, inclusive, a hipótese de junção entre as duas correntes que disputam o voto dos associados azulinos. Há um movimento de aproximação entre as chapas “Unidos para a luta”, encabeçada pelo presidente Zeca Pirão e pelo vice Marco Antônio Pina, e o grupo denominado de “Remo rumo à modernidade”, liderado pelo empresário Pedro Minowa e pelo médico cardiologista Henrique Custódio.

Até de forma surpreendente, a medida partiu, inicialmente, de Zeca Pirão. Com um clube atolado em dívidas, já vivenciando um princípio de crise administrativa, Pirão falou em união das diversas correntes do clube. De acordo com ele, o Remo não pode acabar sendo prejudicado.

“A prioridade também é a eleição. Unindo todos, vamos pensar o que iremos fazer no futuro. Precisamos de todo mundo juntos, várias pessoas pensando, para termos união e resolver os problemas do Remo”, frisou.

Zeca Pirão ainda comentou sobre uma provável reunião, em dia não definido, entre as chapas. O tema do bate-papo, ao que tudo indica, pode ser uma junção entre as candidaturas. Uma das primeiras medidas concretas em torno do que seria essa aglutinação foi um convite de integrantes da situação a Pedro Minowa e Henrique Custódio para acompanhar a palestra da Pluri Consultoria Esportiva – uma eventual parceira do clube, para administração do Departamento de Futebol Profissional.

Marco Antônio Pina, apelidado de “Magnata” nos bastidores remistas, também deu a entender que a união pode ser iminente. “É um prazer para nós recebê-los. Muitos ficaram surpresos quando o Minowa chegou e o Henrique também foi convidado, esteve presente. O bem maior é o Clube do Remo”, declarou, politicamente.

No entanto, a hipótese de junção entre as duas chapas esbarra nos dois principais integrantes da oposição. Candidato à presidência do Remo pela terceira vez, Pedro Minowa conserva o sonho de dirigir o clube do coração e não está disposto a abandoná-lo. Aos 75 anos, o empresário e o grupo que sustenta a candidatura consideram que a oportunidade de disputar e ganhar as eleições do clube estão consolidadas.

Uma possibilidade de união com a situação é, praticamente, refutada por Minowa. “Prefiro ser sincero com você e também falo por mim e não pelo grupo que represento”, assim Minowa iniciou o dialogo. Ele apenas admite a possibilidade de união se o grupo concorrente aceitá-lo como candidato principal. “Não creio que poderia ser vice de futebol. Só se fosse presidente”, explicou.

Dessa forma, Minowa adianta que é improvável uma aglutinação de nomes e ideias, considerando que este movimento de junção entre as chapas deveria ser realizado há um mês. “Ocorreram chances de ter essa união, mas ninguém nos chamou para conversar antecipadamente. Agora, temos que continuar com a nossa chapa e a possibilidade da chapa continuar é de 99,99999%”, garantiu.

Além disso, Henrique Custódio entrou em rota de colisão com dois apoiadores de Zeca Pirão e que dão as cartas no Departamento de Futebol Profissional: o advogado Thiago Passos e o executivo Emerson Dias. Uma coalizão entre eles é improvável. Ironicamente, Henrique Custódio ainda é vice-presidente de futebol, cargo só inferior ao do presidente, considerando a hierarquia azulina. O médico, embora não admita publicamente, teria perdido “uma queda de braço” com Passos e Dias sobre a condução do futebol profissional.

Amazônia, 30/10/2014