Paulo Romano
Paulo Romano

A 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Pará vai investigar a Federação Paraense de Futebol (FPF) a partir da denúncia feita pelo senador Mário Couto (PSDB) de que a entidade “afrontosamente” obriga os clubes de futebol, que participam do Campeonato Paraense, a comprar todas as passagens aéreas na empresa Rocha Romano Agência de Viagens e Turismo Ltda, de propriedade do diretor técnico da própria FPF, Paulo Romano.

Anexado à denúncia feita ao Ministério Público do Estado, Mário Couto apresentou bilhetes de passagens de jogadores adquiridos na agência, que funciona dentro da Federação.

“Considerando as inúmeras reclamações e denúncias que nos são endereçadas, dando conta da prática de atos marginais aos ditames legais, há exemplo de condutas que merecem melhor atenção desse parquet, posto reluzir nítido comportamento atentatório à probidade, aos princípios morais e éticos por parte da Federação Paraense de Futebol”, acusa a denúncia feita por Mário Couto ao MPE.

O senador destaca que a FPF recebe verbas públicas por meio de programas e ações do Governo do Pará para fomentar o futebol no Estado e é “justamente desse repasse que a Federação Paraense de Futebol retém os valores atinentes às passagens aéreas que demandam os clubes para viajar durante o certame, sem qualquer oportunidade destes comprarem por menor preço em outras agências de viagens”, aponta Mário Couto.

Com o recebimento da denúncia, a 3ª Promotoria de Justiça irá citar não só a FPF, mas também o diretor Paulo Romano e o Governo do Estado, para que esclareçam sobre o uso e destinação das verbas públicas. A informação chegou nesta quarta-feira, 15/06, a Mário Couto, que espera que “toda a verdade seja esclarecida” pelo Ministério Público.

“A minha denúncia tem total fundamentação. Não adianta a diretoria querer esconder a verdade embaixo do tapete que não vai conseguir. O futebol paraense merece respeito. Nossas torcidas, tão apaixonadas por seus clubes e entre as maiores do Brasil, precisam saber por que o nosso futebol anda tão mal das pernas”, diz Mário Couto.

Em caso de o Ministério Público concluir pela procedência das denúncias, a FPF e Paulo Romano poderão responder à ação de improbidade administrativa, sendo obrigados a devolver os recursos públicos em caso de uso irregular.

Globo Esporte.com, 16/05/2013