Pórtico do Baenão
Pórtico do Baenão

“Remo, tu és a minha vida. Tu és a minha história. Tu és o meu amor”. Esse grito que ecoa das arquibancadas em todas as partidas do Clube do Remo mostra um pouco da importância dessa instituição para os torcedores. Aliás, diga-se de passagem, para muitos o Leão não tem uma torcida, tem um “Fenômeno Azul”.

Nesta terça-feira a torcida azulina tem o que comemorar: o Remo completa 108 de fundação, envolto em glórias e conquistas no futebol brasileiro.

Essa história começou no dia 05/02/1905, quando nasceu aquele que foi denominado de “Grupo do Remo”. Naquela época, desligados do Esporte Clube do Pará, os atletas Victor e Raul Engelhard, Eugênio Soares, Narciso Borges, José Henrique Danin, Vasco Abreu e Jean Marechal resolveram fundar um clube para a disputa de regatas. Esses primeiros azulinos contaram com o apoio de outros desportistas. Juntos formaram o quadro de 21 sócios-fundadores.

Três anos depois de sua fundação, o clube foi extinto, mas como diz a letra do hino oficial do Leão, “Enquanto a azul bandeira tremuleja, o vento a beija, como a sonhar. E honrando essa bandeira que flameja, nós todos saberemos com amor lutar”. Mas três anos depois, seria reorganizado por novos gestores.

Ali o Grupo do Remo estava pronto para se tornar o que é atualmente, destaque em várias modalidades esportivas, com destaque para o “football”, como era chamado o futebol. A prática, que havia acabado de desembarcar no país vindo da Inglaterra, foi sucesso em terras paraenses. Assim, em 1914, o Clube do Remo, como passou a ser chamado, era o clube de maior sucesso no cenário futebolístico do Pará.

Ao longo de sua história centenária, vários títulos, tabus e conquistas para comemorar. O Remo é um dos recordistas de participação na Copa do Brasil, só perdendo para o Atlético (MG). Foi vice-campeão do Torneio de Toulon, em 1994, a única participação da Região Norte em um torneio europeu. Conquistou a Série C do Brasileiro de 2005, tem 42 títulos do Parazão e se orgulha do tabu de 33 partidas sem perder para o maior rival, Paysandu, onde mantém uma hegemonia. Segundo o historiador Orlando Ruffeil, são 706 clássicos Re-Pa, com 249 vitórias do Leão e 210 dos bicolores.

O Remo tenta sair hoje de um dos seus piores momentos ao longo dos 108 anos de fundação. Precisa conquistar o Campeonato Paraense 2013 para garantir vaga na Série D do Brasileiro, mas o torcedor está otimista e, como em 2005, quando o Leão disputava a Série C, continua dando show nas arquibancadas. Naquele ano, os remistas conquistaram uma média de 30.869 torcedores por partida, a maior do Brasil.

Leão Azul, Leão de Antônio Baena, Leão da Amazônia, Clube de Periçá, Filho da Glória e do Triunfo, O Mais Querido… São várias as alcunhas de um dos clubes mais tradicionais do futebol nacional. Os torcedores são, atualmente, os principais responsáveis por perpetuar essa história mais que vencedora. Parabéns, Clube do Remo!

Globo Esporte.com, 05/02/2013