Mikael, Oliveira Canindé e Flamel
Mikael, Oliveira Canindé e Flamel

A notícia surpreende positivamente. Oliveira Canindé vem escalando Eduardo Ramos e Flamel no time titular. Todos lembram que, na semana passada, o treinador disse que ambos não poderiam atuar juntos, por terem supostamente características parecidas. É uma mudança de conceito que pode vir a beneficiar o Remo com a formação de um meio-campo mais qualificado.

Flamel ainda se recupera da longa inatividade, mas em forma, será peça de grande valia para aumentar o poder de fogo do ataque. Canindé não disse, mas deve ter observado que Ramos e Flamel não se anulam quando jogaram juntos, por alguns minutos, contra o Botafogo (PB). Pelo contrário, ambos se complementaram.

Ramos fica na organização, enquanto Flamel se encarrega da aproximação com o ataque, preferencialmente pela direita, em triangulações com o lateral (Léo Rosa) e o homem de frente (Pimentinha). Dependendo do jogo, podem trocar de função, sem prejuízo para a evolução do time.

Quanto ao enfraquecimento da marcação, outra preocupação de Canindé, cabe observar que a qualificação do meio-de-campo leva ao aumento da posse de bola e, com mais tempo de domínio, o time naturalmente diminui a pressão adversária.

De mais a mais, há que observar a questão do custo-benefício. O Remo já vinha atuando com uma peça a menos no setor de armação. Além de não marcar e de apoiar pouco, Mikael não tem os recursos de Flamel para jogadas de bola parada ou arremates de média distância.

Caso a intenção se confirme, o Remo sai ganhando, a começar pelo perfil do treinador, que revela um aspecto raro na atividade: a capacidade de se corrigir e mudar de ponto de vista.

Blog do Gerson Nogueira, 23/06/2017