Mikael e Danilinho
Mikael e Danilinho

Quando decidiu reformular o Remo para a Série C, Josué Teixeira certamente apostava na qualidade dos jogadores contratados. Todos tiveram o seu aval, mas somente 3 até agora se saíram bem – o zagueiro Bruno Costa, o atacante Nino Guerreiro e o lateral-esquerdo Gerson. Ou seja, apenas 30% da leva de reforços garimpados para o Campeonato Brasileiro. Muito pouco para a aposta inicial do técnico e para as expectativas do torcedor.

Com 3 pontos, o Remo se mantinha em 4º lugar até o começo da rodada. A posição é boa, mas o fraco rendimento não estimula projeções mais otimistas. Travada, a equipe depende exageradamente da ligação direta.

Foi, aliás, de um chutão da defesa que nasceu o lance do penal que deu a vitória sobre o Fortaleza (CE) na estreia. Contra o ASA (AL), fora de casa, os chutões não funcionaram e o time sofreu diante de um adversário igualmente limitado. Enrolado na saída para o ataque, não encontrou meios de fazer a bola chegar com mais assiduidade a Edgar e Nino Guerreiro.

Neste domingo (28/05) à noite, contra o Cuiabá (MT), Danilinho reaparece depois de uma estreia foi sofrível contra o Fortaleza (CE), sendo o trunfo de Josué para organizar o meio e fazer finalmente o Remo jogar. Para o jogador, é também a oportunidade de tentar se garantir como titular. Precisa mostrar iniciativa e ambientação com o time. Não basta tocar de lado. O camisa 10 clássico deve ser inventivo, com a obrigação de descortinar jogadas, antever situações e estabelecer o ritmo da companhia.

A reintegração de Eduardo Ramos e a provável volta de Flamel na próxima rodada ameaçam diretamente a posição de Danilinho. Ramos não retorna para ser reserva e joga muito mais do que todos os meias que o Remo tem hoje. Flamel e Ramos devem reeditar a dupla de armadores.

O miolo da zaga está sob desconfiança depois do ocorrido em Arapiraca (AL), quando nenhum zagueiro se dispôs a disputar a bola com os atacantes do ASA (AL) no lance do gol. O goleiro Vinícius ficou entregue à própria sorte e, depois de duas grandes defesas, não evitou o terceiro tiro fatal para as redes.

As laterais vivem situações opostas. Pela esquerda, Gerson mostrou desembaraço na estreia, precisando confirmar isso na sequência de jogos. Na direita, Daniel Damião jogou mal em Belém e foi um dos piores no interior de Alagoas. À frente da zaga, Marcelo Labarthe e João Paulo ainda não mostraram nada além do que já faziam Marquinhos e Elizeu, a dupla de marcação do Parazão, dispensada. Mikael, mais avançado, também ficou devendo nas duas partidas.

Oportunidade, portanto, para que os reforços provem seu valor. Mais adaptados ao clima, é justo esperar que rendam mais contra um Cuiabá (MT), que ronda as últimas posições da tabela. O time do técnico Roberto Fonseca, com apenas 1 ponto, vem a Belém armado como quase todos os visitantes: fechado em duas linhas de marcação e pronto para dar o bote em contra-ataques puxados por Robinho e Bruno Veiga. Todo cuidado é pouco!

Blog do Gerson Nogueira, 28/05/2017