Encontro na CBF
Encontro na CBF

Dispostos a transformar a Série C do Campeonato Brasileiro em algo rentável ou “menos deficitário” para os clubes participantes, 18 dos 20 presidentes (ou representantes) que integram a competição estiveram nesta segunda-feira (30/01), na sede da CBF, para propor mudanças, tanto no regulamento quanto na comercialização e exploração dos direitos de transmissão da competição.

Com passagens aéreas pagas pela própria entidade que comanda o futebol, os cartolas – exceto do Botafogo (PB) e do Moto Club (MA) – estiveram reunidos durante aproximadamente 2 horas com o presidente Marco Polo del Nero, juntamente com o vice e presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, e o secretário-geral da CBF, Walter Feldman.

Dentre as propostas levadas, duas encabeçam as reivindicações dos clubes: a negociação e venda dos direitos de transmissões televisivas e via internet e a mudança no regulamento da competição.

De acordo com o presidente do Botafogo (SP), Gerson Engracia Garcia, eleito como um dos representantes dos clubes, juntamente com os presidentes do Fortaleza (CE), CSA (AL) e Bragantino (SP), a abertura para diálogo da CBF deixou todos otimistas e com boas perspectivas para transformar o Brasileirão em um campeonato viável para os clubes – e também para a CBF.

“Foi um primeiro encontro bastante positivo, onde notamos uma abertura muito importante por parte da CBF. Eles estão dispostos a transformar a Série C em algo maior, como é feito na Série B, com cotas de TVs para os clubes. O campeonato fica mais atrativo, o nível técnico melhora e mais pessoas vão aos jogos”, declarou Garcia, que citou a média de público de torcidas como do Fortaleza (CE), Remo e do próprio Botafogo (SP), para justificar o interesse e aceitação comercial.

Outro ponto bastante discutido, mas ainda embrionário, é a mudança do regulamento da competição. Até a edição 2016, os 20 clubes eram divididos em 2 grupos regionalizados. Os 2 últimos eram rebaixados e os 4 melhores avançavam e disputavam um mata-mata, valendo o acesso à Série B.

A ideia apoiada pela maioria dos cartolas presentes, segundo o presidente botafoguense, é criar dois quadrangulares a partir da conclusão da 1ª fase, com 1º e 4º de um grupo, mais 2º e 3º do outro. Com jogos de ida e volta, os 2 melhores garantiriam o acesso após 6 jogos e fariam as semifinais da Série C.

“Essa mudança não afetaria o calendário, pois seriam apenas 2 datas a mais. Poderíamos colocar jogos às quartas-feiras na 1ª fase. Os times não dependeriam apenas de 2 jogos para subir para a Série B”, explicou.

Nos próximos encontros, os representantes de Botafogo (SP), Bragantino (SP), Fortaleza (CE) e CSA (AL) tomarão a frente das negociações, levando em consideração a opinião dos 20 clubes. Ainda não há uma data marcada, mas a CBF prometeu entrar em contato com televisões e sites para iniciar a negociação entre as partes.

“Todos os clubes passam pelo mesmo problema, que é o financeiro. Do ponto de vista institucional, ganhamos voz dentro da CBF. A própria entidade nos disse que a conta não fecha, pois existem gastos com doping, arbitragem, viagens, logística. Organizando, conseguiremos tornar o campeonato viável”, disse o representante do clube paulista.

O Campeonato Brasileiro da Série C tem início em maio, ainda sem data definida. As mudanças, segundo Gerson Garcia, devem ser implantadas ainda no calendário 2017.

Globo Esporte.com, 31/07/2017