Fininho, Nino Guerreiro, Mikael, Kaio Wilker e Ronny
Fininho, Nino Guerreiro, Mikael, Kaio Wilker e Ronny

Cinco jogadores do Remo foram impedidos de treinar na manhã desta quarta-feira (12/07), no Baenão. Os meias Ronny, Kaio Wilker e Fininho e os atacantes Mikael e Nino Guerreiro foram até o estádio, mas receberam a informação de que não poderiam mais pegar seus materiais. Ainda com contratos vigentes com o Leão, eles aguardam da diretoria uma resolução da situação.

Na véspera, os atletas foram convocados para uma reunião com o Departamento Jurídico e comunicados de que seriam desligados do clube. O Remo ofereceu pagar o salário de junho, que está atrasado, além dos dias de julho que foram trabalhados, parcelado de 4 vezes. Como todos têm contrato até 31/10, a oferta não foi aceita e os jogadores foram para casa aguardar uma nova rodada de negociações. Quando chegaram para treinar nesta manhã, acabaram barrados.

“Só estamos cobrando uma postura profissional do clube. Ainda somos funcionários e viemos trabalhar normalmente. Ao chegarmos no Baenão, recebemos a ordem de não pegar mais o material. Se não querem mais que a gente treine, tudo bem, mas é preciso oficializar isso”, contou o meia Fininho.

Segundo o jogador, que está no Remo desde dezembro, a questão financeira pode até ser resolvida posteriormente, mas o que ele e os demais atletas que estão fora dos planos do clube estão cobrando é a segurança jurídica de que não serão prejudicados posteriormente, sob a alegação de abandono de posto de trabalho.

“A gente precisa fazer tudo certinho, dentro da lei, para ninguém ser prejudicado. Sobre o que estão nos devendo, isso pode até ser conversado depois, mas o que queremos é que pelo menos o clube emita um documento oficializando a nossa dispensa e também divulgue isso para a imprensa, até para podermos seguir o nosso rumo e procurar outro lugar para trabalhar. Sem isso, podem alegar futuramente que abandonamos o trabalho, o que não é verdade. Nem queríamos deixar o Remo, eles que estão nos mandando embora. Estamos aguardando alguém da diretoria para conversar conosco. Sérgio Dias passou por aqui e prometeu uma resposta até hoje (quarta-feira) à tarde. Eles têm que resolver isso”, explicou Fininho.

Durante a manhã, na sede social, outros 2 jogadores receberam a mesma proposta financeira de liberação: o volante Marcelo Labarthe e o lateral-direito Daniel Damião. Além dos 7 já citados, o clube também pretende liberar o preparador físico Robson Melo.

Em conversa por telefone, o diretor de futebol Marco Antônio Pina alegou que houve equívoco da parte dos jogadores. Segundo ele, os atletas foram notificados já durante a reunião de terça-feira (11/07) que não deveriam mais ir treinar no dia seguinte e, sendo assim, a ação no Baenão seria injustificável e tomada apenas para gerar tumulto.

“Todos foram notificados ontem (terça-feira) para acertar suas rescisões com o Departamento Jurídico. Uns foram à tarde, outros estão na sede agora pela manhã. Todo mundo sabia, só que eles querem causar turbulência no ambiente. Eles não foram proibidos. Desde ontem já sabiam que não iriam treinar”, alegou.

“Isso é normal no futebol. O clube contrata e o clube dispensa. Não há necessidade de todo esse drama”, continuou o dirigente.

Ainda de acordo Marco Antônio, não há insegurança jurídica. Para o diretor, que é advogado, a própria notificação de convocação para a reunião de desligamento já mostra o desinteresse do Remo em contar com os jogadores, provando que eles não abandonaram o trabalho.

“A partir do momento que você recebe uma notificação para comparecer no clube para acertar sua rescisão contratual, logicamente já está explicito que não há mais o interesse do clube em contar com seus serviços. O que eles querem é tumultuar o ambiente. Só tem duas saídas: ou a pessoa aceita o acordo ou então vai à Justiça do Trabalho requerer os seus direitos. Lá, vai ser feito um acordo, de um jeito ou de outro. Não tem porque tumultuar o ambiente”, afirmou.

Globo Esporte.com, 12/07/2017