Remo 1x0 ASA-AL (Eduardo Ramos)
Remo 1x0 ASA-AL (Eduardo Ramos)

O Remo faz uma caminhada errática na Série C, com aproveitamento inferior a 50% e desempenho sofrível dentro de casa (para quem briga pelo acesso). Ainda assim, se posiciona no G4, na 2ª rodada do “returno” da fase classificatória, reunindo chances reais de se classificar para o mata-mata. O torcedor mais cabeça-de-vento comemora a colocação e prefere não prestar atenção nas atuações do time no campeonato.

O fato é que, ao longo da competição, o Remo não conseguiu fazer um jogo capaz de deixar esperanças quanto ao futuro imediato. Começou mal, trocou de técnico, piorou um pouco mais, trocou de técnico outra vez. Léo Goiano começou há 2 semanas e conquistou 4 pontos em 6 disputados. Em termos de pontuação, ótimo. No aspecto técnico, porém, a equipe segue muito mal.

Contra o ASA (AL), segunda-feira (24/07), o time reproduziu a mesma postura (e os mesmos erros) do confronto contra o Salgueiro (PE), responsável pela queda de Oliveira Canindé. Naquela ocasião, o time foi dispersivo, defendeu-se precariamente, perdeu chances e acabou derrotado pelo visitante.

A história pegou caminho inverso desta vez porque, mesmo abusando de falhas primárias de posicionamento e passe, o Remo conseguiu fazer o gol e segurar o resultado. Marcou já no segundo tempo, após disparada sensacional de Pimentinha pela direita e finalização perfeita de Flamel, fechando pelo lado esquerdo.

Só mesmo um lance de inspiração individual seria capaz de resultar em gol, pois, coletivamente, o Remo voltou a se comportar como “bando”, distribuindo passes errados a cada tentativa de saída e falhando muito na marcação. Dudu foi o volante mais efetivo porque errou menos que Ilaílson e França.

Na parte ofensiva, Pimentinha vive de bolas que acidentalmente chegam a seus pés. Não conta com Léo Rosa, pois este não consegue sair do “inferno astral”. Na esquerda, Jaquinha “desaprendeu” e piora quando fica nervoso.

Eduardo Ramos teve uma de suas melhores atuações na competição, mas não tinha com quem jogar. Na etapa final, quando Flamel entrou, as coisas clarearam para o camisa 10 e para o time. Flamel, mesmo sem o condicionamento necessário para correr de ponta a ponta, é muito mais efetivo e útil do que volantes que não marcam.

Entretanto, o triunfo esteve ameaçadíssimo nos 20 minutos finais, quando Léo Goiano deu uma de Oliveira Canindé e trocou o centroavante Luiz Eduardo por Tsunami, quando a opção óbvia era Edgar, Jayme ou Gabriel Lima. Com mais um volante, o Remo atraiu o ASA (AL) para seu campo e viu-se fustigado por jogadas agudas de Doda (como joga bem!), Kível e Jhulliam.

Tsunami não se achou no jogo, Vinícius fez milagres lá atrás, mas a trave também ajudou. Enfim, o “sobrenatural de Almeida” deu o ar da graça, impedindo mais um revés azulino. Ficou, porém, a sensação de que o sufoco imposto pelo modesto ASA (AL) poderia ter sido evitado.

Goiano errou na mexida mais importante, mas tem como atenuante o fato de ter chegado há pouco tempo. A partir da próxima rodada, não terá mais esse argumento. Está claro que alguns jogadores não estão funcionando. Jayme, Gabriel Lima, Jefferson e até o contestado Gerson podem ser alternativas para resolver os problemas individuais da equipe.

Blog do Gerson Nogueira, 26/07/2017