Josué Teixeira
Josué Teixeira

Neste “recomeço” dos trabalhos, alguns jogadores do Clube do Remo, principalmente os novos contratados, estão sentindo dificuldades na parte física e na adaptação ao clima da capital paraense. Para que estes problemas não afetem o desempenho dos jogadores, o treinador Josué Teixeira já conversou com o restante da comissão técnica para que fosse montado um cronograma de trabalho. O objetivo é que, o mais rápido possível, ele possa ter o grupo de jogadores nas melhores condições físicas.

Por causa disso, alguns atletas nem chegaram a viajar para o jogo de ontem contra o ASA (AL). O meia Danilinho, por exemplo, ficou em Belém para aprimorar sua condição física, enquanto o meia Kaio Wilker, por causa do clima de Belém, pegou uma forte virose e ficou esses últimos dias em tratamento no Departamento Médico. Todos esses problemas acabaram interferindo na estreia dos atletas na competição.

“Os jogadores ainda não estão com a parte física ideal. Aqui em Belém, muita gente acha que é fácil jogar. Kaio está com uma indisposição, pelo esforço do jogo. Vamos ter esse cuidado, para depois não dizerem que queimamos o jogador”, afirma o treinador Josué Teixeira. “Os jogadores vão recuperar a parte física deles naturalmente e, quando estiverem em condições, eles voltam a brigar pela vaga no time”, completa o treinador.

Para ter os seus atletas logo 100%, Josué conversou com os preparadores físicos da equipe. A intenção do comandante é que a condição física do grupo esteja homogênea o mais rápido possível.

“Quero uma definição exata de cada jogador. Até quando vamos ter uma unidade de preparação, onde todos estarão na mesma condição. A gente sabe que os que chegaram agora vieram de outro nível de competição, outro trabalho, mas isso não pode servir o tempo todo de desculpa. Se já identificamos isso, temos de diminuir os riscos desses erros. Os jogadores já estão trabalhando, para que, talvez, na 4ª rodada, tenhamos uma equipe com unidade física”, projetou.

[colored_box color=”yellow”]Condição física ideal é pré-requisito no jogo coletivo

O forte calor, comum na capital paraense, é o terror de muitos jogadores e clubes que precisam atuar em Belém, mas também é o mesmo problema sentido pelos jogadores que chegaram para vestir a camisa do Remo. O problema ficou nítido na estreia dos azulinos, onde boa parte dos atletas rendeu bem abaixo do que se esperava, por causa das condições físicas. Além disso, o clima da região tem derrubado a galera, como o meia Kaio Wilker, que sentiu o impacto das altas temperaturas e umidade de Belém, ficando debilitado depois do jogo com o Fortaleza (CE).

“Você tem desgaste sempre aqui. É um pouco diferente dos outros locais. O Robson (Melo, preparador físico) e o Erik (Cavalcante, fisiologista) falaram que aqui você tem de hidratar muito, porque realmente você perde muito líquido no jogo e prejudica o desempenho”, afirmou Josué Teixeira.

“A gente não pode ter vaidade de querer jogar por jogar. É para pensar em jogar quando estiver bem os 90 minutos, para dar uma resposta satisfatória. Não é individual, é sempre no coletivo. Estamos tendo esse cuidado com os jogadores agora”, completou.[/colored_box]

Remo tem preparação individualizada do elenco

Para alcançar a condição física ideal, os azulinos já vêm trabalhando bastante sob a observação do preparador físico Robson Melo e do fisiologista Erik Cavalcante. A dupla de profissionais têm a missão de colocar os jogadores em uma unidade de condições físicas o quanto antes para que o treinador Josué Teixeira tenha todo grupo à disposição para o restante da Série C.

Robson conta que já foram feitas algumas avaliações com os jogadores que chegaram para o Brasileirão. Segundo o preparador físico, os atletas ainda estão abaixo do seu condicionamento físico e será preciso trabalhar para resolver estes problemas.

“Quem estava aqui, está fazendo trabalho de manutenção. Aqueles que chegaram agora, precisamos dar uma lapidada, para que suportem o trabalho aqui na região Norte, onde há fatores que influenciam no desempenho”, explicou.

O profissional comenta ainda que os trabalhos estão sendo individualizados, já que cada atleta está com algum tipo de problema físico diferente a ser resolvido.

“Uns precisam de força, outros de velocidade, outros de resistência aeróbica, outros de potências. A gente vai separando e tentando individualizar, dentro do cronograma que a competição nos permite”, argumentou.

Além disso, o Remo corre contra o tempo, mas sem que etapas sejam queimadas. Por isso, Robson ressalta que é preciso ter cautela neste trabalho.

“Ainda precisamos de umas 2 ou 3 semanas para fazer um trabalho bem planejado, para que possamos ter um ganho com esses atletas. Com a Série C, com jogos semanais, isso nos permite dar um lastro maior”, ressaltou.

“A gente vai lapidando, para juntar com a qualidade técnica deles, com o empenho que eles demonstram. Tentando não perder atletas por lesões ou outros fatores”, completou Robson Melo.

Diário do Pará, 21/05/2017