Landu
Landu

Um dos heróis na conquista do título brasileiro da Série C de 2005, maior feito da história do Clube do Remo em seus mais de 110 anos, o polêmico e folclórico ex-atacante Landu, 38 anos, revela não ter gostado do início da campanha do time na competição deste ano. Porém, ele acredita que com este elenco, o Leão reúne boas chances de chegar, no final do campeonato, entre os 4 primeiros colocados e, assim, garantir uma das vagas na Série B de 2017.

“Em 2005, lembro que começamos logo embalados, com 9 pontos em 3 jogos”, recorda o ídolo da torcida, que traça um comparativo entre o atual elenco azulino e o de 11 anos atrás. “Não estou lá no grupo, só acompanho de longe, mas acho que o time campeão era mais vibrante, tinha mais ambição em conquistar o título”, argumenta.

Em relação ao potencial técnico do grupo, o ex-xodó do Fenômeno Azul não tem dúvidas. “Acho que é um elenco de grande valor, formado por bons jogadores”, elogia Landu, que tem ido pouco aos estádios. “Tenho assistido aos jogos mais pela televisão”, revela o ex-atacante azulino, que não se limita a assistir apenas a jogos do Leão. “Tenho visto outros jogos e dá para concluir que o Remo, com a equipe que tem, pode chegar lá, sem dúvida”, analisa.

Afastado dos gramados desde 2015, quando defendeu o Vênus, de Abaetetuba, na Segundinha do Parazão, o ex-atacante não esconde a saudade dos tempos em que era exaltado no Baenão. “Quem vive neste meio e depois encerra a carreira, sempre sente a vontade de estar em campo. Comigo, claro, não é diferente, mas a volta não é mais possível”, diz, conformado.

Os 10 anos de carreira de Landu foram marcados por muitos momentos de alegria, principalmente no futebol local, onde levantou 2 títulos pelo Remo – Parazão e Série C. No futebol pernambucano e goiano, ele também colocou a faixa de campeão estadual, mas viveu situações que acabaram, de certa forma, maculando sua imagem.

“Falo sempre que cada um deve carregar sua cruz. Admito que fiz muita coisa errada, mas pergunto: quem não faz algo de errado na vida algum dia? Todo mundo faz”, admite.

Em um Re-Pa, ele imitou um cachorro urinando em uma das bandeiras de escanteios do Mangueirão após fazer um gol. Em outro clássico, com o Mangueirão lotado, Landu chegou a fazer gestos obscenos em direção à torcida bicolor. O atacante também já chutou a bolsa de um fotógrafo durante uma comemoração.

“Corri um risco muito grande, aliás um não, dois. Podia ter me machucado e, ao mesmo tempo, contraído um grande prejuízo. Disseram depois que a máquina que poderia estar dentro da bolsa custava cerca de R$ 20 mil. Como iria pagar um valor desses?”, brincou.

As peças pregadas pelo ex-atacante não se limitaram ao futebol paraense. Quando defendia o Santa Cruz (PE), ele discutiu com torcedores e até foi levado a uma igreja para ver se mudava de comportamento. “Foram coisas erradas que jamais repetiria, caso voltasse a jogar futebol, o que não é mais possível, como disse”, confessa.

Diário do Pará, 26/06/2016