Rony
Rony

Última grande revelação das categorias de base do Remo, o atacante Rony, de 19 anos, irá para a partida desta quinta-feira (26/03), contra o Gavião, sob um clima diferente. O motivo é que, hoje, completa exatamente 1 ano do dia em que o garoto estreou como jogador profissional do Leão.

Naquele dia 26/03/2014, Rony era um garoto da base que ainda se dividia entre os empregos de mototaxista e mecânico de motos para ser um atleta em Belém e tinha acabado de ganhar uma chance para ser observado pela equipe principal.

O Remo tinha acabado de demitir o treinador Charles Guerreiro e o auxiliar, Agnaldo de Jesus – o “Seu Boneco” – foi à beira do gramado. Perdendo para o São Francisco, em pleno Mangueirão, em Belém, o interino azulino resolveu colocar o jovem de 18 anos para jogar. Rony entrou e marcou o gol do empate.

Desde então, o garoto velocista e habilidoso vem se destacando e assumindo o posto de xodó da torcida. Em um ano como profissional, marcou 5 gols, sendo 2 pelo Parazão, 1 pela Série D do Campeonato Brasileiro e 2 pela Copa Verde.

Porém, o nome que foi lembrado pelo atleta foi do seu primeiro treinador na base remista, Válter Lima. “Com certeza, ele foi um pai para mim. Agradeço muito e Deus por ter conhecido ele. Nunca vou esquecer o que fez por mim”, disse.

Atualmente no Sociedade Desportiva, Valtinho – como é conhecido no futebol – recordou como foi a entrada de Rony, que chegou a ser recusado por Tuna e Ananindeua, no Baenão.

“As coincidências o favoreceram, porque ele já tinha parado de jogar. Na época, ele estava jogando pelada no interior e o Remo ganhou uma vaga da Tuna na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O problema foi que, quando recebemos a notícia, foi bem depois do mês de setembro, que era o limite para inscrever atletas na competição. Fui procurar as fichas dos jogadores que estavam legais para jogar e o Rony, que só tinha jogado uma partida contra a Tuna e depois tinha sumido do Remo, estava no meio. Batalhei e consegui o número do celular dele. Liguei e chamei para treinar”, lembrou.

Após os treinos, nos quais o atacante chegava com o uniforme de mototaxista, Valtinho passou a fazer um investimento no atleta. “Vi todo o potencial que aquele garoto tinha e comprava um suplemento na farmácia. Como não podia comprar para todos, levava uns 3 comprimidos no bolso e dava para alguns após os treinos. Rony era um”, recordou.

Para a estreia no profissional, Valter Lima relata que a sorte também atuou. “No Remo, tudo era muito misterioso. O time passava problemas, mas não tinha nenhuma comunicação com a base, mesmo com os garotos conquistando tudo. Foi quando um diretor, primo do então presidente Zeca Pirão, passou a pedir para o Rony ser observado. Ele pediu tanto que um dia o Pirão falou para o Agnaldo levar o jogador. Rony aproveitou a chance e fez gol”, declarou.

“Rony é um garoto muito ‘do bem’ e humilde. Ele é cobrado exageradamente por perder gols, sendo que o time tem outros jogadores que deveriam ser artilheiros. Espero que entendam que ele é um atacante de desafogo e velocidade e parem com esta cobrança em cima dele”, defendeu.

Mesmo não sendo um atacante com características de ser o goleador, Rony prometeu agradecer Valter Lima e ao Remo pela oportunidade de ser um jogador profissional deixando a bola na rede. “Quero festejar tudo isso fazendo gol hoje”, prometeu.

ORM News, 26/03/2015