Paragominas
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A falta de 2 meses e meio de salários e, principalmente, de perspectiva para quitar o débito tem provocado revolta entre os jogadores e funcionários do Paragominas. A três dias do jogo contra o Remo, valendo vaga na final do returno do Parazão, os atletas ameaçam não ir para a partida, caso o presidente do clube, Jorge Coqueiro “Formiga”, não assine um documento ratificando a promessa de repassar toda a renda do jogo para eles. Quem conquistar a vaga na final ficará com 60% de tudo que for arrecadado nas bilheterias, enquanto que o perdedor terá direito a 40%.

Diante da situação financeira do Jacaré, o elenco convocou uma reunião com a cúpula alviverde na noite da quinta-feira (16/04) e o encontro terminou com discussões e pedidos de rescisão contratual, vindos do goleiro Maycki Douglas e dos atacantes Aleílson, Beá e Rodolfo Bastos.

Nesta sexta-feira (17/04), porém, os jogadores voltaram atrás da decisão após a marcação de uma nova reunião antes do treino desta sexta-feira, por volta das 15h, na Arena Verde, para tratar da renda do jogo contra o Remo.

O treinador Charles Guerreiro – que comandou a arrancada do time que lutou para não cair no primeiro turno e chegou à semifinal do segundo – revelou que a falta de dinheiro na agremiação tem obrigado os jogadores a dependerem de doações até de alimentos.

“Já passei por muita coisa no futebol, mas nada se compara ao que está acontecendo aqui. Os atletas não tinham nem comida aqui. Tivemos que ir, nós mesmos, buscar empresários e donos de restaurantes para doar alimentos. Até a torcida tem ajudado neste sentido. É um absurdo!”, exclamou.

A debandada de atletas que pode acontecer nesta tarde, dependendo do resultado da reunião com o presidente do clube, também pode ocorrer no quadro de funcionários.

“Já teve secretárias pedindo demissão. As lavadeiras e as cozinheiras também não querem mais aparecer aqui. Para se ter uma ideia, teve funcionário que foi buscado em casa por diretor, porque está todo mundo sem receber salários há meses”, contou.

Outro ponto citado pelo treinador foi a possibilidade de saída da própria comissão técnica. “Vim para o Paragominas porque gosto da cidade e me identifico com o clube, mas os jogadores estão sofrendo muito com esta situação. São pais de famílias, que precisam pagar suas contas e estão sem nada aqui. Se o presidente não assinar o documento e eles forem para o jogo, vou pular fora, porque sei que vão querer entregar. Não posso correr o risco de chegar em uma semifinal depois de toda a luta que vem sendo aqui e ser eliminado com uma goleada histórica. Se abandonarem o barco, também abandono”, disparou.

O duelo entre Remo e Paragominas está marcado para as 16h desta terça-feira (21/04), no Mangueirão, em Belém. O vencedor disputará o título do segundo turno com quem passar do confronto entre Paysandu e Parauapebas, que será às 20h30 desta quarta-feira (22/04). A final do turno está prevista para o domingo (26/04).

ORM News, 17/04/2015