Remo 0x0 PSC (Fabrício)
Remo 0x0 PSC (Fabrício)

A Taça Estado do Pará nem começou e já está dando o que falar nos bastidores. Com um clássico entre Remo e Paysandu programado para o dia 29/03, o jogo vem rendendo polêmica quanto a divisão ou não da renda da partida. Mandante do confronto, o Remo, de acordo com o regulamento, tem o direito de ficar com 100%, mas o Paysandu reivindica o cumprimento de um acordo de cavalheiros que vem acontecendo entre a dupla nos últimos anos.

“Não está nada definido. Fui designado pelo Coronel Nunes (presidente da Federação Paraense de Futebol) para tentar um entendimento e unir os filiados. O regulamento dá direito da renda ao Remo, que inicialmente quer que seja cumprido isso. O Paysandu não aceita. Vou conversar com os presidentes e tentar que tudo fique certo”, disse Maurício Bororó, vice-presidente da FPF.

Segundo o assessor jurídico da FPF, Antônio Cristino Mendes, a entidade pode apenas intermediar o caso e, se o Remo fizer questão, cabe a ela apenas acatar a decisão e destinar a arrecadação líquida para os cofres do Leão.

“Como mandante, segundo o Regulamento Geral, o Remo tem direito a renda, mas há 4 ou 5 anos Remo e Paysandu vêm dividindo a arrecadação, independente do número de jogos. Cada clube pega metade dos ingressos e vende, depois dividem as despesas”, explicou.

Cristino aproveita para alertar que essa decisão da diretoria do Remo pode ser perigosa e trazer problemas futuros para o futebol paraense.

“A maior graça do futebol paraense é ver o Mangueirão dividido, com as duas torcidas fazendo a festa. Agindo assim, além das parcerias acabarem, o Remo corre o risco de não contar com o Paysandu na venda de ingressos, já que não teriam lucro nenhum com o jogo e tudo ficaria sobrecarregado na sede do Remo e no Baenão. O Paysandu pode se negar a receber os 10% de ingressos e teríamos jogo de torcida única. Acredito que esse não seja o melhor caminho”, avalia o advogado.

Indagado sobre a responsabilidade da Federação Paraense de Futebol sobre fazer um campeonato com a possibilidade de apenas um clássico entre Remo e Paysandu e sobre outras falhas possíveis no regulamento que possam atrapalhar o Parazão 2015, Antônio Cristino explicou que seu departamento não tem poder para fazer essas mudanças.

“Quem faz o campeonato é o Setor Técnico, eles podem falar melhor. O Jurídico é um setor consultivo. Se a provocação não vem, não vou sair de sala em sala para falar o que deve ou não ser feito. Não é obrigatório passar pela gente, mas seria de bom senso que passasse para que problemas sejam diminuídos”, concluiu.

Globo Esporte.com, 27/02/2015