Eduardo Ramos
Eduardo Ramos

Em 20014, muitos torcedores do Remo afirmaram que a desclassificação na Série D do Campeonato Brasileiro para o Brasiliense (DF), após uma campanha titubeante, se deu pela falta de uma “cabeça pensante” no meio-de-campo. Mais especificamente, reclamavam da ausência de Eduardo Ramos, que deixou o Baenão após o fim do Campeonato Paraense para defender o Joinville (SC), que acabou subindo para a Série A.

Essas reclamações aconteceram mesmo com o meia não tendo um bom começo de 2014. Na atual temporada, ele voltou e teve um desempenho bem melhor que o anterior, lembrando o jogador que chegou ao futebol paraense em 2013, naquela ocasião com a camisa do Paysandu. Agora, Ramos já garantiu que fica para a disputa para a Série D e será um dos que se apresenta na tarde desta quarta-feira (27/05), no Evandro Almeida.

É sobre as costas de Eduardo que residem as principais esperanças azulinas de um fim de ano melhor, com o acesso. Ele diz saber muito bem o que espera os últimos meses dele de contrato com o Leão Azul. O jogador tem vínculo com o clube até o fim do ano e sua permanência é incerta, em especial pelo alto custo salarial. Ele mostra otimismo na campanha em busca do sonho de voltar à Série C.

“Fiquei no Remo exclusivamente pelo carinho do torcedor. Sei que um dia vou sair, mas quero deixar o Remo em uma situação bem melhor”, disse. “Tenho certeza que com o apoio do torcedor nós podemos fazer uma excelente campanha e chegarmos ao nosso principal objetivo do ano, que é voltar para a Série C”, completou o meio-campista.

A Série D é decantada como uma competição de muito mais força do que de técnica. Eduardo vai para sua primeira experiência na competição, mas garante que os anos de Parazão o prepararam para situações como essa. “Quando não dá na técnica e tem que ser na força. O mais importante é ajudar da forma que dá”, comentou.

Depois de tudo o que aconteceu nesse início de ano, com os problemas que fizeram com que o elenco se fechasse, você acha que o Remo chega mais forte esse ano para a disputa da Série D?

Acredito que sim. Não mudou muita coisa, com a base do Campeonato Paraense sendo mantida e estão chegando reforços, que são necessários. Tenho certeza que com o apoio do torcedor nós podemos fazer uma excelente campanha e chegarmos ao nosso principal objetivo do ano, que é voltar para a Série C.

Muita gente disse que ano passado o Remo teve muitas dificuldades no Campeonato Brasileiro porque você não estava no elenco. Por conta disso, a cobrança sobre você tende a ser maior dessa vez?

Sem dúvida, mas sempre me preparei para isso. Conheço a cobrança do torcedor paraense e sei muito bem a intensidade dela. Esse ano estou focado demais para que as coisas deem certo. Planejei demais esse ano para que tudo desse certo. No que depender do meu esforço, estou pronto para ajudar a fazermos esse sonho se tornar realidade.

Quase todas as contratações feitas pela diretoria foram de jogadores do futebol paraense e com experiências em competições nacionais. Isso vai deixar o Remo mais forte na busca pelo acesso?

Independente da região, o que importa é que são bons jogadores. Confesso que não tenho acompanhado muito as contratações. Meu pai é que me passa algumas informações, alguns amigos também. Seja de onde for, o importante é jogador saber da grandeza do Clube do Remo e da responsabilidade que vai ter pela frente.

A Série D é mais pegada e força do que técnica. Nesse cenário, você espera mais dificuldades ou que leve vantagem por ser mais técnico?

Pode ser que seja o diferencial, sim. Acho que futebol não muda muito, seja onde for ou em que Série se esteja. O Campeonato Paraense não é muito diferente, com muita força e pegada. É o mesmo que falam da Série D. Essa vai ser minha primeira experiência na Série D. No Parazão mesmo, que é jogado em campos pesados e muitas vezes sob forte chuva, tem vezes que não dá na técnica e tem que ser na força. Realmente, não é a minha principal característica, mas o mais importante é ajudar da forma que dá.

Você recebeu várias propostas para deixar o Baenão após o fim do Campeonato Paraense e resolveu ficar. O que levou a tomar uma decisão diferente da de 2014?

No ano passado, passei por algumas dificuldades que só eu sei. Fiquei no Remo exclusivamente pelo carinho do torcedor. Sei que um dia vou sair, mas quero deixar o Remo em uma situação bem melhor que a atual. Recebi e continuo recebendo proposta de outros clubes, mas meu foco é ajudar o Leão a conquistar esse acesso. Penso muito sobre isso e essa vaga para a Série C será muito importante.

Você está em seu terceiro ano no futebol paraense. Já há uma relação diferenciada com o Estado?

Tenho um carinho especial pela torcida paraense. Sou respeitado pelos torcedores do Paysandu e do Remo. Sou muito cobrado e visado aqui, mas busco sempre o melhor. Me cuido e isso vem dando resultado em minha carreira. Espero manter o foco e a regularidade. Por mais que seja uma Série D, um título nacional é sempre importante. Nosso principal objetivo é o acesso, claro, mas em um clube como o Remo temos que sempre pensar em títulos.

Amazônia, 27/05/2015