Henrique Custódio
Henrique Custódio

Na reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da última segunda-feira (17/10), André Cavalcante não teve a possibilidade de falar sobre a situação do relatório do Conselho Fiscal. Por isso, o presidente remista convocou uma coletiva para esclarecer algumas situações citadas no documento. Segundo ele, o presidente do Confis, Heitor Freitas, não fez as contas da maneira devida.

“Primeiro que esse relatório foi visivelmente manipulado e faz jogo com os números para criar uma situação de instabilidade dentro do clube. Ele afirmou várias vezes que não é contador. Ele confunde valores de ‘royalties’ de lojas com patrocínios pontuais, entre outras situações. O que nos leva a crer que esse relatório, de fato, foi preparado para criar um juízo de valor equivocado por parte dos conselheiros e instalar o pânico na comunidade azulina”, afirmou.

Sobre o Nação Azul, que foi duramente criticado no relatório do Confis, André tratou de defender o programa, do qual ele foi diretor em 2015.

“Estamos em uma situação difícil, a nossa fonte principal de renda são os jogos. Sem isso, são os ‘royalties’ das lojas e o Nação Azul. E o presidente do Confis pediu a extinção do Nação Azul. É uma das nossas principais fontes de renda. Somente neste mês já arrecadamos R$ 100 mil. Sem esse valor, estaríamos em uma situação bem pior”, encerrou.

[colored_box color=”yellow”]Personagem bastante citado nos últimos, Heitor Freitas, presidente do Conselho Fiscal azulino, se pronunciou sobre as acusações de estar fazendo um relatório para derrubar André Cavalcante na corrida eleitoral, o que favoreceria Manoel Ribeiro. Segundo Heitor, o relatório tem embasamento, já que são 17 páginas e 256 anexos sobre o orçamento da atual gestão.

“Desde janeiro, venho falando com o André, alertando ele. Só que ele não conhece o Remo. Já tenho 20 anos de Remo. O clube está sem dinheiro e ele não tem como arrecadar fundos, fica difícil de sair desta situação. Tenho 256 anexos e tudo o que falei, há provas. Contra fatos, não há argumentos”, afirmou.

Sobre ser um possível cabo eleitoral de Manoel Ribeiro, Heitor foi direto. “Cada um tem sua preferência política. Quero o melhor para o Remo e ninguém pode me impedir disso. O grande problema foi que o André afastou todos dele. Fiz campanha na rua para ele, mas ele afastou todo mundo. Só quero o melhor para o Remo, independente de quem seja”, encerrou Heitor Freitas.[/colored_box]

O “Relatório de Irregularidades Praticadas pelo Codir no período de janeiro a agosto de 2016” foi feito por Heitor Freitas, presidente do Confis, para avaliar as contas da atual diretoria, encabeçada por André Cavalcante. Para construir o documento, foram usados elementos de convicção, como: comprovantes de receitas e despesas referentes aos meses de janeiro a maio de 2016; borderôs de jogos; contratos de patrocínio e com atletas, entre outros.

No quesito “Falta de transparência e prestação de contas”, constam números diferentes entre o saldo balancete e o saldo do livro caixa; o pagamento de passagens, sem identificação de beneficiários, entre outras. Porém, a maior contestação foi em cima do Nação Azul, o programa de sócio-torcedor do Clube do Remo. De acordo com o relatório, a transparência é mínima.

“Pagamentos e recebimentos são realizados através de um programa, sem que as despesas e receitas apareçam nos relatórios de caixa e contabilidade do clube. Apenas o valor líquido é repassado”, diz o documento.

Diário do Pará, 19/10/2016